Nascente Retrospectiva

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Nascente Retrospectiva

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Editorial

Todos os assuntos são um só assunto

Defender a Petrobrás e defender o Brasil. A prioridade máxima deste ano está expressa de alguma maneira em cada uma das 48 edições do boletim Nascente de 2015. Embora o quadro ao lado procure relacionar os temas abordados a áreas mais específicas, o fato é que todas tratam de evitar diretamente ou combater os efeitos de um desmonte da companhia, em um cenário macro de ofensiva conservadora no País, que se estenderá por 2016.
A área da segurança, por exemplo, que neste ano figurou em menor número de manchetes quando comparado com o levantamento feito para a Retrospectiva de 2014 — mas continua a ser um dos principais temas do boletim —, está indiretamente presente em cada matéria que clama por uma gestão da empresa que não tenha como foco a sua entrega para o setor privado, promovendo o enfraquecimento da companhia por meio de venda de ativos e desinvestimentos.
A segurança também está presente em cada uma das manchetes que combateu o PL4330, da terceirização e da precarização do trabalhador. O mesmo ocorre quando este espaço nobre do boletim chama para mobilizações nacionais ou registra as coberturas de paralisações.
Todo este esforço teve como ponto máximo uma greve histórica. O período de 1º a 20 de novembro foi marcante para a categoria petroleira e para o movimento sindical brasileiro. Suas conquistas e aprendizados ainda serão lembrados por muitas gerações. Como vinha sendo construído ao longo do ano, e foi aprovado por unanimidade durante a Plenafup, de 1º a 5 de julho, em São Paulo, os trabalhadores cruzaram os braços por uma pauta que não negligenciava o Acordo Coletivo de Trabalho — na medida que pretendia, e conseguiu, a preservação de todos os direitos conquistados nos útlimos anos —, mas dava o peso da prioridade absoluta à mudança no Plano de Negócios e Gestão da empresa (PNG).
E este ano parece não querer terminar. Enquanto esta edição especial do Nascente é fechada, o Congresso Nacional protagoniza um dos seus piores momentos da República, discutindo a possibilidade de golpe contra a presidenta Dilma, ao mesmo tempo em que se ancora em manobras regimentais para tentar salvar a pele do mais nefasto dos presidentes que passaram pela Casa. E, na Petrobrás, os trabalhadores se preparam para a batalha que segue por um PNG rediscutido no GT conquistado na greve, que atenda ao resgate de uma companhia mantida de acordo com os interesses nacionais e promotora de justiça social.
Tudo isso sinaliza a confirmação da necessidade de um comportamento a que estão habituados os petroleiros: unidade, vigilância constante e disposição permanente para uma luta que não tem fim.

O ano nas manchetes do Nascente

ED. DATA MANCHETE ASSUNTO
874 08/01/2015 Vigília no Tecab faz empresa negociar Cabiúnas
875 15/01/2015 Votação no CA vai até sábado CA Petrobrás
876 23/01/2015 NF convocará mobilização surpresa pela vida SMS
877 30/01/2015 Basta! NF tranca Farol SMS
878 05/02/2015 Dossiê do NF vai mostrar casos de atendimento SMS
879 12/02/2015 Três mortos e seis desaparecidos no ES SMS
880 26/02/2015 Lula: Partilha é causa de ataque Def. Petrobrás
881 05/03/2015 Força máxima na defesa do Brasil Def. Petrobrás
882 12/03/2015 Trabalho dessa sexta é ir à luta em defesa do País Def. Petrobrás
883 19/03/2015 Depois das ruas, pressão também no Congresso Def. Petrobrás
884 26/03/2015 Laranjaço na Câmara Def. Petrobrás
885 02/04/2015 PL contra todos Terceirização
886 09/04/2015 Deputados dão golpe de direita no trabalhador Terceirização
887 16/04/2015 Dia de luta contra o PL da escravidão Terceirização
888 24/04/2015 Seminário no NF reúne cipistas na próxima semana SMS
889 30/04/2015 Todos contra corte de direitos Terceirização
890 07/05/2015 Assembleias na região rumo ao Congrenf 2015 Congrenf
891 14/05/2015 Indicativo para mobilização no próximo dia 29 Mob.Nacional
892 22/05/2015 Petroleiros terão indicativo surpresa Mob.Nacional
893 29/05/2015 PT parada no mar e trancaço na terra Mob.Nacional
894 03/06/2015 Congresso debate pauta da categoria Congrenf
895 11/06/2015 Acordo garantiu reconhecimento do trabalhador PLR
896 18/06/2015 Benzeno precisa ser reconhecido por empresas SMS
897 25/06/2015 Recepção calorosa Def. Petrobrás
898 01/07/2015 Plenafup começa em conjuntura difícil e de luta Plenafup
899 10/07/2015 Agora a pauta é salvar a Petrobrás e o Brasil Plenafup
900 16/07/2015 Hora de cruzar os braços para defender o País Greve 24/07
901 23/07/2015 Hora do bloco na rua Greve 24/07
902 30/07/2015 Depois da greve, preparação de novos passos Greve 24/07
903 06/08/2015 Semana de lutas na capital do País Def. Petrobrás
904 13/08/2015 Mobilização e preparação para a greve Greve 2015
905 20/08/2015 Desmonte que vira desmando Def. Petrobrás
906 28/08/2015 Greve indicada para Transpetro Def. Petrobrás
907 03/09/2015 Fup discute hoje pauta política com Petrobrás Def. Petrobrás
908 10/09/2015 Assembleias na região a partir da sexta, 11 Greve 2015
909 17/09/2015 Greve aprovada nas assembleias Greve 2015
910 24/09/2015 Categoria no NF aumenta adesão à greve nacional Greve 2015
911 01/10/2015 Protesto no Rio e clima de greve Greve 2015
912 08/10/2015 Todos contra os assédios e perseguições Greve 2015
913 16/10/2015 Trabalhadores e NF denunciam geplat de P-19 Assédios
914 22/10/2015 Embarcação se choca com P-48 e causa danos SMS
915 30/10/2015 Greve a partir deste domingo Greve 2015
916 05/11/2015 Greve histórica! Greve 2015
917 12/11/2015 Conselho da FUP se reúne hoje Greve 2015
918 19/11/2015 NF continua com atos e setoriais Greve 2015
919 26/11/2015 Assinatura do ACT e debate do PNG Greve 2015
920 03/12/2015 Gestão começa a mudar após Pauta pelo Brasil Greve 2015
921 10/12/2015 Acidente mata petroleiro na Bacia de Campos SMS

Defesa da Petrobrás

Prioridade máxima do ano

Desde 2014 era nítida a ofensiva conservadora contra a Petrobrás. Utilizando-se da Operação Lava Jato para tentar descredenciar toda a empresa, setores do Congresso, do empresariado e da mídia iniciaram um intenso bombardeio contra a companhia, com o propósito de enfrequecê-la, prepará-la para a privatização e reduzir a sua atuação no pré-sal.
Neste 2015, os petroleiros assumiram como prioridade máxima a defesa da empresa. Na plenária nacional da FUP, realizada em julho, na Escola Nacional Florestan Fernandes, do MST, em São Paulo, a categoria aprovou que a Campanha Reivindicatória deste ano não seria por salários e benefícios, mas em defesa da Pauta pelo Brasil, um documento que lista as reivindicações pela manutenção da Petrobrás como uma empresa comprometida com o desenvolvimento nacional e com a justiça social.
A opção se refletiu na cobertura do Nascente, que destinou 20,8% das suas manchetes à defesa da Petrobrás, tema que ficou atrás apenas da Greve de novembro — que também se destinou a denunciar o desmonte da empresa.

Greve 2015

Categoria faz história

Petroleiros combatem desmonte da Petrobrás com paralisação de 20 dias

A greve histórica dos petroleiros neste ano começou nas bases do Sindipetro-NF às 19h de 1º de novembro e durou 20 dias. A adesão chegou a 50 unidades marítimas, entre plataformas e UMS (Unidade de Manutenção e Serviço). O movimento também foi intenso em Cabiúnas, com corte de rendição e controle do carregamento do gás. Houve ainda trancaços em bases administrativas, como a de Imbetiba, e piquetes contra pelegos nos aeroportos.
Na primeira fase da greve, com o indicativo de ocupação e controle da produção, as unidades oscilavam entre as condições de “totalmente paradas”, “parcialmente paradas” ou “operadas pela contingência”. Neste período, a perda estimada na produção foi de 450 mil barris diários.
Depois, em uma mudança de estratégia, o indicativo passou a ser o de desembarque dos grevistas. Ganharam então mais intensidade as ações em terra, com a presença de centenas de militantes desembarcados. Em todo final de tarde, os grevistas se reuniam nas sedes do NF, em Campos e em Macaé, para avaliar o movimento e definir atividades para o dia seguinte. Houve aumento dos bloqueios nos aeroportos na região e até no Rio, com atividades em Cabo Frio, Macaé, Campos (Farol de São Thomé e Bartolomeu Lisandro) e Jacarepaguá.
Foram realizados ainda uma passeata em Macaé, um ato na Câmara de Vereadores de Campos, uma campanha publicitária e publicação de nota pública em jornais da região. Outra ação de conscientização permanente e de propagação da informação foi a realização diária, durante toda a greve, do programa Balanço da Greve, na Rádio NF, com as participações ao vivo de diretores do Sindipetro-NF, da FUP e de outros Sindipetros.
Assembleias lotadas em Campos e em Macaé, no dia 20 de novembro, aprovaram o indicativo de suspensão do movimento e de manutenção do Estado de Greve. O Acordo Coletivo de Trabalho 2015-2017 foi assinado no dia 26 do mesmo mês.

Terceirização

Mobilização total contra a precarização

Entre as atividades realizadas neste ano para combater o PL 4330, o chamado projeto de lei da escravidão, esteve um trancaço na base de Imbetiba no dia 15 de abril, como parte de um dia nacional de mobilizações contra a proposta. Nas plataformas, houve assembleias para referendar o conteúdo de uma carta da categoria contra a terceirização.
“Nós, petroleiros da Bacia de Campos, trabalhadores brasileiros, manifestamos total repúdio à aprovação, pela Câmara dos Deputados Federais, do Projeto de Lei 4330, o PL da Escravidão, e exigimos que esta proposta nefasta seja derrubada no Senado ou por meio de veto presidencial”, exigiram os trabalhadores.
A proposta nociva aos trabalhadores segue em tramitação no Senado Federal (PLC 30).

 

Imagens de 2015

 

SMS

Quatro mortes na região

Na área da segurança, o ano petroleiro foi marcado pela tragédia do FPSO Cidade São Matheus, que matou nove trabalhadores da empresa BW em explosão no navio plataforma afretado pela Petrobrás no Espírito Santo, em fevereiro. Do acidente também resultou o saldo de 26 feridos fisicamente e 39 traumatizados psicologicamente. Na Bacia de Campos, o quadro de insegurança também continua alarmante, com a ocorrência de quatro mortes por acidente de trabalho, a mais recente delas no dia 7 de dezembro, em embarcação da empresa Subsea 7.
Houve, no entanto, redução no número de acidente de trabalho, na comparação com 2014, pelo menos de acordo com as CATs (Comunicação de Acidente de Trabalho) emitidas pelas empresas e recebidas pelo sindicato até 30 de novembro — não estando descartada a possibilidade de subnotificação.
Em 2015, somente na Bacia de Campos, ocorreram 167 acidentes com trabalhadores da Petrobrás (foram 246 em 2014), 927 com trabalhadores do Setor Privado (1264 em 2014) e um com empregado da Transpetro (26 em 2014).