Nascente Setor Privado 133

Nascente Setor Privado 133

 

Editorial

Um texto para homens

Nesta semana que abriga o Dia Internacional da Mulher, este é um editorial para homens, que formam a grande maioria da categoria petroleira. E o papo é sobre como parar de contribuir para a insistente permanência do machismo em nosso meio.
Senhores, é o seguinte: toda vez que seus amigos, colegas de trabalho ou parentes fizerem aquelas piadinhas clássicas sobre mulheres — sobre quem manda no relacionamento, sobre quem dirige melhor, sobre quem fala muito, sobre quem é muito instável, sobre quem é mais inteligente, entre tantas outras boçalidades —, por favor, não ria, não aprove, não passe adiante, não assine embaixo desse tipo de grosseria e desinformação.
Toda vez que alguém te disser que “não existe essa tal cultura do estupro, ela que estava dando mole”, duvide firmemente e procure pensar melhor sobre como desde pequenos os homens são criados para cometerem abusos aparentemente inocentes — todos riem na sala quando o garotinho rouba um beijo da garotinha —, a “cantarem” mulheres nas ruas, a trata-las sempre como objetos disponíveis. Como pais, festejamos os filhos “pegadores” e condenamos as filhas “vadias”.
Toda vez que alguém te disser “não existe esse tal de feminicídio”, também relute em aceitar de pronto uma afirmação dessa natureza, e procure informações sobre o número alarmente de mulheres que são assassinadas somente pelo fato de serem mulheres, por conviverem com companheiros que a subjugam e que reagem de modo violento ao que consideram insolência ou insubordinação da mulher.
Toda vez que souber de casos de assédio sexual no local de trabalho, que quase em sua totalidade têm como vítimas as mulheres, denuncie, testemunhe, não se omita. Não faça vista grossa para a situação.
Se ainda não for possível uma mudança de conduta em razão de uma falta de identificação com a condição da mulher, se ainda não o for por falta de uma convicção da necessidade de levar adiante um processo civilizatório, que ao menos seja em respeito às nossas mães, às nossas filhas, às nossas irmãs.
E nunca se esqueça: lugar de mulher é onde ela quiser.

Espaço aberto

O feminino no conflito de gênero

Conceição de Maria*

Um tema que problematiza a discussão do livro “Nova era – A civilização Planetária”, de Leonardo Boff, é a integração do feminino no homem e na mulher pois o feminino não é ser mulher ou homem, é ter gratuidade, ternura, cuidado com a vida, cuidado para com a terra, e visão da democracia social.
Se lermos os dicionários da língua portuguesa teremos o significado de feminino, que é relativo às mulheres ou próprio delas. Não devemos nos prender apenas a um conceito. Não avançaremos no que realmente seja o feminino na sociedade, porque ao entender o verdadeiro sentido, entenderemos as diferenças que devem ser respeitadas como manifestação das potencialidades do ser humano que caminha para os valores, a compaixão, a gratidão, a solidariedade e o diálogo com os mais necessitados.
E as mulheres continuam a luta nos movimentos sociais, sindicais, partidários e não deixam de atuar na família, porque ainda ouvimos de muitos que ela é o centro da educação dos filhos. Esses dias ouvi em um grupo de conversa que existem muitos desajustes na sociedade com crianças e jovens pois a mulher foi trabalhar fora. Mas só cabe a mulher a formação e a educação familiar? Ou é responsabilidade das mulheres e dos homens o empenho do educar?
Resume-se que, pensar assim, fortalece um poder de dominação em que a sociedade é fundamentalmente masculina, mas as mulheres são mais da metade da humanidade, são avós, mães, tias, irmãs, sobrinhas, dos homens, e a relação humana do feminino e do masculino nos remete à superação do machismo e integra o feminino dentro de mim e dentro de você, porque “ser um homem feminino, não fere o seu lado masculino”.
* Diretora do Sindipetro-NF e membro do Coletivo Nacional de Mulheres Petroleiras.

TRANCAÇO LEGAL NOS PORTÕES DA BAKER/BJ

A justiça do trabalho de Macaé extinguiu o pedido de interdito proibitório da Baker contra o Sindipetro-NF. A intenção da empresa era proibir a realização de mobilização dos trabalhadores em suas bases. Com essa decisão, juíza garante o direito de greve da categoria.

A juiza do trabalho de Macaé, Astrid Silva Britto decidiu no dia 11 de março extinguir o pedido de interdito proibitório impetrado pela Baker, sem julgamento do mérito, julgando improcedente o pedido de multa solicitado pela empresa.
A juíza ainda definiu as custas no valor de R$ 20,00 para o sindicato e de R$ 1.000,00, para a Baker.
A intenção da Baker era proibir a realização de atos e outras atividades promovida pelo sindicato em suas bases, entretanto a justiça garantiu o direito de greve dos trabalhadores.

Trancaço

Apos o trancaço no dia 15, onde os portões da empresa foram fechados por mais de duas horas, NF e categoria arrancaram juntos mais uma reunião com a empresa, que para ter seus portões reabertos prometeu se reunir com o movimento sindical no primeira semana de Março, o que acabou não ocorrendo.
A gestão da empresa so enviou email pra FUP e pro NF na tarde do dia 7 de Março, sendo que o primeiro dia útil deste mês foi dia 2, Quinta-Feira, apos o carnaval.
“A agenda de uma semana do Setor Privado do NF é fechada na Sexta-Feira anterior. Tivemos uma semana intensa de 6 a 10, com embarque pra reuniões de Cipa no dia 7, quando recebemos o email da empresa. Tivemos eleição para a Junta Eleitoral no dia 9 e reunião da diretoria no dia 10, datas em que a empresa havia se colocado disponível pra negociação”, comentou Coordenador do Setor Privado do NF, Leonardo Ferreira.
O NF reitera que esta disponível desde a data do trancaço, dia 15/02, para voltar a mesa e negociar, porem os responsáveis pelo agendamento são a FUP e a Baker.
“Parece que esse atraso por parte da Baker, que so enviou email com datas pra essa reunião no dia 7 beneficiou alguem importante na empresa, que pode dar uma “esticadinha” na semana do Carnaval. Algo “normal” pra quem já vem desrespeitando a categoria e o sindicato durante essas negociações”, ponderou Ferreira.
O NF espera que a gestão apresente uma proposta decente e que contemple o ICV de Maio de 2016, que é de 9,3%, ou algo próximo disso. Caso contrario, irá novamente seguir as decisões tomadas pela categoria em assembleia.

Halliburton

NF se reúne hoje, dia 14, com empresa

Termina hoje o prazo dado pela direção do Sindipetro-NF à gestão da Halliburton

NF e Halliburton voltam a se reunir para o debate de temas locais, no dia 14 de março, no escritorio Normando Advogados Associados no Rio de Janeiro. Na pauta, uma solução para o dia do desembarque, retorno dos valores dos bônus e também a compra de folgas suprimidas. Estes dois ultimos itens foram rebaixados e retiirados da categoria de forma unilateral por parte da empresa. Conquistas fruto de uma greve em 2011, a empresa retirou o direito dos trabalhadores e tem se recusado a trazer uma solução para o caso, numa falta de respeito a quem dá seu suor, e as vezes ate seu sangue, para fazer grande o nome da empresa.
Essa reunião agendada para o dia de hoje é fruto de uma cobrança d direção do NF na ultima reunião, realizadano dia 16/02, para que a empresa trouxesse soluções para as questões citadas acima.
“É inadmissível o que a gestão da empresa vem fazendo. Não bastasse a escala desumana a qual estes trabalhadores e trabalhadoras são submetidos, agora os gerentes e chefes imediatos querem que eles(as) trabalhem por uma quantia menor, com menos direitos? Não aceitaremos isso. Nem aceitaremos também que a categoria seja assediada. A poucas semanas trancamos os portões da Baker por conta de intransigência da parte dos gestores de lá. Se não obtivermos respostas satisfatórias o “pau vai cantar” na Halliburton também”, comentou o Coordenador do Setor Privado do NF, Leonardo Ferreira.
A direção do NF orienta a categoria a se manter mobilizada e informada pelos canais do NF.

Falcão

NF e empresa se reúnem apos rejeição maciça da categoria

Está agendada para o dia 15 de março, na sede da empresa, em São Paulo, mais uma reunião entre NF e Falcão Bauer.
Com dificuldades de agenda de ambas as partes, a Coordenação do Setor Privado do NF tomou a iniciativa de ir até a sede da empresa para que a reunião ocorresse o mais breve possível.
Os trabalhadores da Falcão exigem melhorias salariais, do ticket alimentação e regras claras para o plano de Cargos e Salarios, alem da valorização da PLR.
“A categoria deve manter a mesma pegada que tivemos nas assembleias, onde rejeitamos a proposta da empresa em quase 90%. Vamos a luta pra avançar nas conquistas”, ponderou o Coordenador do Setor Privado Leonardo Ferreira.

Jurídico

Rediscussão do regime misto

Marco Aurelio Parodi

No final do ano passado, o Sindipetro-NF, juntamente com a Federação Única dos Petroleiros, conquistou a rediscussão do regime misto praticado pelas empresas, em mesa de negociação a ser realizada nos próximos meses. Foi acordado a criação de uma comissão descrita no acordo coletivo de trabalho na cláusula 59, dos acordos coletivos das empresas SCHLUMBERGER, MI SWACO e da SMITH, visando esclarecer os malefícios do regime misto e a busca de soluções que passam pela rediscussão da manutenção do referido regime de trabalho.
Em outros tempos, o mencionado regime foi introduzido com o escopo de garantir os empregos dos trabalhadores que laboram nos regimes especiais offshore descritos na lei nº 5811/72 e em virtude da baixa demanda operacional, permaneciam menos de 14 dias por mês trabalhando embarcados ou em locação remota, em determinadas épocas do ano.
Esses trabalhadores, com a implementação do regime misto ,passaram a ser designados para prestar serviços nas bases administrativas e operacionais das empresas, durante os meses em que não houvessem embarques regulares ou não completassem a jornada integral offshore contratual ou prevista na lei nº 5811/72 .
Durante anos, a assessoria jurídica e as direções sindicais foram percebendo que o regime misto se tornaria desnecessário, uma vez as empresas tomadoras de serviço tem equipes próprias offshore(embarcadas) e de manutenção de regime administrativo, o que geraria mais empregos e oportunidades no setor, além de garantir o direito de lazer aos que se encontram nos regimes offshore.
Com o passar do tempo, o Sindipetro-NF começou a perceber a crescente indústria dos irregulares” banco de dias”, onde uma quantidade considerável de folgas e feriados foram lançados nesses controles de folgas ilegais, visando a redução do efetivo, substituindo parte da mão de obra operacional na sede das respectivas companhias, propiciando várias demissões na Bacia de Campos, assim como a redução dos custos das empresas, aumentando seus lucros .
Quedou-se demonstrado que uma gama considerável de trabalhadores offshore acumularam mais de 100 dias de folgas por ano, burlando o escopo e o comando da lei que estabelece a pré determinação dos dias de folgas compensatórias e o gozo imediato das mesmas e não sendo lançadas em sistemas ilegais de controle para serem concedidas após meses e anos ao bel prazer das mesmas, onde as empresas visam evitar o pagamento das indenizações em dobro dos dias laborados exigidas pela nossa legislação trabalhistas, nos termos do artigo 9º da referida lei e da Súmula 461 do STF .
Por isso o regime misto praticado deve ser revisto por essa comissão para ser extinto ou pelo menos reestruturado para ser somente praticado após o gozo integral das folgas advindas dos respectivos embarques offshore, não podendo os trabalhadores assumir o risco do negócio, suportando uma demanda operacional além do que a lei prevê, prejudicando o seu lazer, sua saúde e ainda sendo lesados com a redução remuneração da qual os trabalhadores offshore fazem jus, por extrapolarem a sua jornada contratual ou legal regida pela leinº5811/72.
Estamos ainda no começo de um grande debate, mas necessário, para salvaguardar o bem estar dos trabalhadores, as folgas e o lazer usurpados injustamente pelas empresas do setor privado ao longo dos anos, sem qualquer contrapartida justa e legal.
Saudações Sindicais!!!

Curtas

Junta Eleitoral
O Sindipetro-NF realizou na noite do dia 9, na sede da entidade, em Macaé, assembleia para eleição da Junta Eleitoral que conduzirá o pleito para a nova Diretoria Colegiada e do novo Conselho Fiscal do sindicato para o mandato 2017/2020. Duas chapas se apresentaram para disputar a composição da Junta. Foram eleitos para Junta Eleitoral os petroleiros Marcelo Abrahão de Mattos, Carlos Glauco Silva, Helio Brito, Luiz Carvalho e Luis Alves.

Cipa
Os diretores do Setor Privado também participam de reuniões de Cipa nas plataformas da Bacia de Campos. No dia 7 de março, Leonardo Ferreira embarcou para a plataforma de PGP-1 e hoje, 14, o diretor Antônio Carlos Bahia embarcou para P-08. O embarque nas reuniões de Cipa está garantido em Acordo Coletivo dos Trabalhadores.

8 de março
O Sindipetro-NF organizou uma série de atividades para marcar a passagem do 8 de março – Dia Internacional da Mulher. Foram realizados atos políticos contra a reforma da previdência, onde as mulheres vão ter que trabalhar mais e tanto quanto os homens e acaba com critérios diferentes de gênero. Também foram exibidos os filmes As Sufragistas e “O Sonho de Rose – 10 anos depois”.

Insegurança aérea
No início desse mês de março uma aeronave caiu no heliponto de P-37, ferindo cinco trabalhadores.
O NF orienta aos trabalhadores terceirizados que denunciem ao sindicato as condições das aeronaves em que estão voando na Bacia de Campos, visto que esses são os maiores usuarios do transporte aéreo.