Nascente Setor Privado 137

Nascente Setor Privado 137

EDITORIAL

O Golpe foi contra o trabalhador

Passado mais de um ano do golpe contra a democracia no nosso País, fica muito mais claro quais eram, desde o início, os objetivos que nortearam os golpistas. A caçada à corrupção, que levou uma parte do povo a empunhar bandeiras verde-amarelas, desmoronou com as últimas revelações dos irmão da JBS, mostrando que tudo estava sendo manipulado para dar a oportunidade para os golpistas retirarem direitos e entregarem o patrimônio do povo.

Os trabalhadores já entenderam que a reforma da previdência é a forma que os golpistas escolheram para fazê-los trabalhar até morrer. Mudar a idade mínima para 65 anos é condenar ao trabalho até a morte uma parte significativa dos brasileiros que tem essa idade muito próxima da expectativa de vida.

Também é bem fácil para quem está lutando de sol-a-sol entender que a liberação da terceirização em todas as atividades e o negociado valer acima do que está na lei é, na verdade, a forma que os golpistas encontraram para dizer que, além do trabalhar até morrer, este trabalho será precarizado e que a lei não terá o devido valor.

Novamente é simples concluir o que pretendem quando tentam aprovar diversas mudanças na legislação trabalhista, pois querem dar mais um recado para a classe trabalhadora: que além de trabalhar até morrer, em uma relação de emprego precarizada, isso vai acontecer com o fim de todos os direitos conquistados após muitos anos de luta.

É por esse motivo que é tão importante que a classe trabalhadora entenda o que verdadeiramente está em disputa nesse momento. Querem fazer acreditar que para enfrentar a “corrupção” o povo tem que fazer o sacrifício de seus direitos e do seu patrimônio.
A resposta para isso é luta!

ESPAÇO ABERTO

Gestão assassina

Marcelo Nunes*

Desde as primeiras informações sobre a tragédia da NS-32, não tive dúvida: tinha que ter dedo da “Jestão”, nesse acidente, que ela, a gestão, inicialmente chamou de incidente.

É a “Jestão” que chama a todos de “colaboradores”, como se fôssemos funcionários de uma atividade qualquer… somos petroleiros. Uma atividade perigosa, como as mortes mostram.

É a “Jestão” que inventa fórmulas complicadas para explicar que os acidentes estão diminuindo, mas, na hora de uma tragédia dessas, se cala.

A “Jestão” disponibiliza métodos, mas não é capaz de olhar no olho, do trabalhador por que ela procura ver, em suas ferramentas, se o seu trabalho está sendo satisfatório ou não, para a empresa, mas é incapaz de entender as dores e sofrimentos dos trabalhadores.

Só a “Jestão” vê o trabalhador como problema, e nunca como a solução.

A “Jestão” escraviza, ameaça, mutila, corrompe. A filosofia da “Jestão” é o lucro a qualquer custo.

Queremos “parabenizar” a “Jestão”, pelos acidentes da semana, que vinham se intensificando, culminando com essa tragédia, mas os acidentes não param.

Desafio a nossa querida “Jestão”, seja da Petrobrás, da Odebrecht, ou de qualquer empresa que explora seus trabalhadores, a dizer que o sistema de “Jestão” é algo além de ferramenta na mão da empresa para açoitar o peão, como o chicote fora em tempo passado.

Como não poderia deixar de ser: Temer é a “Jestão” e a “Jestão” é Temer. Se fosse personificar em uma pessoa, ela seria o Temer. A “Jestão” não seria pelo Fora Temer, e sim, pelo Fica Temer.

* Coordenador de comunicação do sindipetro-nf

GERAL

Gestão Temerária mata três trabalhadores em NS-32

O fim de semana foi de luto para a categoria petroleira, que perdeu três companheiros em tragédia ocorrida na última sexta-feira, 09, no sonda NS-32 (Norbe VIII), afretado pela Odebrecht, na Bacia de Campos.

Erickson Nascimento de Freitas, 29 anos, e Jorge Luiz Damião, de 44 anos, eram funcionários quarteirizados da empresa IMI, enquanto Eduardo Aragão de Lima, de 33 anos era funcionário da Odebrecht. Os três prestavam serviços no NS-32, quando foram atingidos por uma explosão com vapor super aquecido e acabaram não resistindo aos ferimentos, chegando ao óbito.

O episódio é uma amostra clara da precariedade na qual os trabalhadores terceirizados trabalham e da expansão do descaso da gestão da Petrobras e demais empresas, que nesse momento mais do que nunca, são movidas a ganância capitalista e ao ‘entreguismo’ total do seu patrimônio.

Para a diretoria do Sindipetro-NF, três vidas foram levadas por conta da forma irresponsável a qual são tratados os trabalhadores e as trabalhadoras do setor petróleo. As empresas agem como se seres humanos fossem apenas meros números e obstáculos ao lucro da elite brasileira e mundial.

Deixamos aqui o nossos mais sinceros sentimentos a todos e todas familiares, parentes, amigos, colegas e conhecidos de Eduardo, Jorge e Erickson, que foram assassinados por uma gestão desumana empregada pela Petrobrás e outras tantas empresas do ramo. O departamento de saúde, através da assistência social, acompanha os casos de perto para, de alguma maneira, tentar ajudar àqueles que sentem mais essa perda para a classe trabalhadora brasileira.

Denuncie

Lembramos também aos trabalhadores que qualquer denúncia pode ser passada no e-mail [email protected], afim de evitar novos casos como este.

Após greve e reunião, empresa deve apresentar proposta hoje

Das Imprensas da FUP e do NF

Na quarta, 14, a FUP e seus sindicatos se reuniram com a Halliburton para mais uma rodada de negociação do Acordo Coletivo de Trabalho 2016/17. Um dos pontos de pauta foi o cumprimento do acordo feito na Justiça do Trabalho para a suspensão da greve do pessoal de WP. A empresa reiterou o abono dos dias parados, a garantia de que não haverá demissão, nem qualquer punição aos grevistas, além do pagamento das folgas acumuladas.

A FUP e seus sindicatos reivindicaram que o mesmo reajuste salarial seja aplicado aos benefícios dos trabalhadores (tíquete alimentação e refeição, Auxílios Creche e Escolar) e propuseram a realização de reuniões mensais na sede da Federação para tratar problemas regionais e o acompanhamento do Acordo Coletivo durante a sua vigência.

A Halliburton ficou de formalizar hoje uma proposta completa.

NF presente

O Sindipetro-NF participou da reunião com a Halliburton na última quarta. A entidade foi representada pelo coordenador geral, Marcos Breda, e pelo diretor Antônio Carlos Bahia.

Categoria aprova ACT proposto pela empresa

Em assembleia realizada na segunda, 12, os trabalhadores e trabalhadoras da Baker/BJ decidiram aprovar o acordo proposto pela empresa.

A proposta da empresa definiu o reajuste de 7,5% para o ACT 2016/17 e de 4,58% para o ACT 2017/18, índices abaixo da inflação acumulada nos dois anos medida pelo ICV Dieese, causando perda de 0,42% aos trabalhadores.

O Sindipetro-NF indicou rejeição da proposta por acreditar que, apesar da conjuntura difícil que vivemos, é inadmissível que a classe trabalhadora perca direitos enquanto a elite política-econômica do País mantém privilégios.

Apesar da indicação do sindicato, a maioria, democraticamente, entendeu por aprovar a proposta da empresa na assembleia.

Assinatura

A empresa foi notificada das decisões das assembleias em todo o País. A FUP aguarda minuta do acordo para agendar a assinatura.

Ato contra privatização da Petrobrás e pela defesa do emprego no setor petróleo

O Sindipetro-NF participou na última quinta-feira, 08, do ato que reuniu diversos movimentos sindicais, sociais e estudantis, no Centro do Rio de Janeiro, com o intuito de exigir a saída imediata de Pedro Parente da presidência da Petrobrás.

O ato começou por volta das 7h, em frente à sede da empresa, na Avenida Chile, onde lideranças sindicais e sociais denunciaram as medidas privatistas da atual gestão, que além de vender a toque de caixa ativos estratégicos da estatal, cortou investimentos fundamentais para o País, transferiu contratações de equipamentos e serviços para o exterior e está reduzindo drasticamente os efetivos da companhia, aumentando os riscos de acidentes.

Para a diretoria do Sindipetro-NF, esse ato não visa só a segurança dos trabalhadores da Petrobrás, mas também dos terceirizados que são diretamente afetados por esse cenário de retrocesso.

CURTAS

Tetra

Nesta última terça, 13, o Setor Privado do NF participou de reunião com a Tetra. Nova mesa será marcada para a continuidade das negociações do acordo.

Saybolt

As negociações com a Saybolt continuam. Apesar da conjuntura adversa, o NF trabalha fortemente para fechar um bom acordo entre a empresa e os trabalhadores.

Oiltanking

Trabalhadores da Oiltanking realizaram assembleia na quarta, 14, no Porto do Açu, e aprovaram proposta de acordo feito pela empresa, com reajuste de 6,58%. O NF foi representado pelo diretor Wilson Reis.

Imposto sindical

O NF decidiu prorrogar para até domingo, 18, o prazo para a solicitação da devolução do Imposto Sindical. Saiba mais em www.sindipetronf.org.br.

JURÍDICO

O banco de dias

Marco Aurelio Parodi**

A Halliburton usa continuamente de ”controles de jornada” ao arrepio de qualquer respaldo jurídico legal e constitucional, lançando essas folgas suprimidas acumuladas para ser compensadas meses ou anos depois. Tais folgas são os dias de descanso gerados nos embarques laborados nas plataformas e nas bases. Esses controles irregulares são comumente chamados de bancos de dias.

Esses bancos de dias Podem ser utilizados como ferramenta ilegal e inconstitucional para burlar e fraudar o direito a compensação pecuniária das folgas suprimidas, seja para redução de custos operacionais e financeiros das empresas, seja para punir injustamente qualquer trabalhador que não siga ou compactue com os anseios pessoais de supervisores e coordenadores das equipes operacionais, gerentes e a própria empresa.

Geralmente quando as folgas suprimidas acumuladas e lançadas ao longo de muitos meses nesses controles esdrúxulos chegam a um numero elevado por trabalhador ou por divisão, a empresa começa deixar os trabalhadores em casa de castigo por trinta, quarenta ou até mais dias sem serviço, onde os mesmos suportam ainda redução considerável de sua remuneração , pois deixam os mesmos sem a percepção dos bônus ou diárias de embarques, deixando, além de usarem como escusa para deixar de pagar essas folgas visando reduzir o passivo acumulado seja para exigir mais dessas equipes ou até redução dos custos em eventuais rescisões contratuais de trabalho com os trabalhadores envolvidos.

O Sindipetro-NF percebeu, através de informes dos empregados da Halliburton e de outras empresas do ramo, que é pratica comum estender as férias dos seus empregados com essas folgas acumuladas, ou manterem esses trabalhadores em casa , principalmente em época de baixa demanda operacional, mais comum nesses dias.

A greve de WP de 2011, foi o primeiro grito contra essa manobra escusa, condenada em todo o sistema Petrobrás, por decisão recente do Pleno do Tribunal Regional Trabalho da 1ª Região, no final do ano passado, trazendo repercussão para toda a indústria do petróleo além das Varas, juízes e desembargadores do trabalho, contra qualquer política de controle de compensação de jornada observada nas operações da indústria do petróleo . A mais recente mobilização contra essa prática foi a segunda greve de 2017, na mesma divisão de WP.

Enquanto isso não for solucionado com uma política gradual de quitação universal de todas essas folgas suprimidas acumuladas em pecúnia, quando não forem imediatamente gozadas, haverá mais acidentes e mais exploração contra os nossos companheiros da Halliburton e de todos os trabalhadores operacionais onshore e offshore da indústria do petróleo.

Saudações Sindicais!!!

* Assessora Jurídica do Sindipetro-NF