Nascente Setor Privado 138

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Nascente Setor Privado 138

Editorial

A importância de sindicalização

A força da categoria está na sua organização e da forma como participa das atividades convocadas pela Sidnicato representativo do grupo. Na Bacia de Campos cabe ao Sindipetro-NF representar os petroleiros da região, defendendo seus direitos e negociando os Acordos Coletivos com as empresas.
Para que essas negociações dêem certo, o apoio da categoria durante toda a fase de negociação, que vai desde o envio de sugestões de cláusulas salariais, aprovação da pauta de reivindicações, passa pelas mesas de negociação e termina nas assembleias de aprovação dos ACTs é de imensa importância.
Além do processo de participação nas atividades propostas, o número de filiados de uma empresa ao sindicato demonstra para os patrões o quanto os trabalhadores reconhecem no Sindipetro-NF sua representação.
Estar filiado é uma atitude individual que fortalece a luta coletiva. Há uma certa confusão entre os trabalhadores que acham que ao descontar o Imposto Sindical, estão automaticamente filiados. Mas não é assim que ocorre. A filiação acontece quando o trabalhador decide espontâneamente contribuir com o seu sindicato, descontando mensalmente para a entidade e colaborando para um movimento da classe trabalhadora.
É sabido que no setor petróleo privado é constante a pressão das empresas sobre seus trabalhadores, principalmente cobrando o cumprimento de metas ou pressionando o trabalhador a aceitar suas propostas de reajuste usado a demissão como o principal argumento. Isso realmente deixa o trabalhador inseguro, mas se ele e seus colegas de empresa estiverem sindicalizados é possível ganhar uma força maior na pressão.
O sindicato é o organismo que sai em defesa dos trabalhadores sindicalizados e que se expõe frente a frente com os patrões, defendendo os interesses da categoria e da classe trabalhadora. Venha para o NF!

Espaço aberto

Só a luta garante

Vagner Freitas**

O embate entre o capital e o trabalho é um processo de luta que exige organização, mobilização e capacidade de resistência como qualquer luta de classe. Só a luta garante.
E, como eu costumo dizer, lutar sempre surte efeito, às vezes, não tão rápido como todos nós gostaríamos. O resultado nem sempre vem de uma vez só, tem de ser construído no dia a dia, nas mobilizações, na resistência, na pressão, nas ruas e no Congresso Nacional.
É importante lembrar que com luta e resistência conseguimos impedir a conclusão do golpe. É isso mesmo. O projeto dos golpistas era destruir o legado e as conquistas dos /as trabalhadores/as, construídas e implantadas nos últimos 13 anos; e, também, acabar rapidamente com os direitos sociais, trabalhistas e previdenciários.
Nós resistimos, lutamos, impedimos que as reformas Trabalhista e Previdenciária fossem aprovadas no primeiro trimestre deste ano, como os golpistas queriam. Estamos acumulando forças para que qualquer decisão tomada no futuro contra os/as trabalhadores/as seja revertida e, juntos, possamos construir um país com justiça e inclusão social, emprego decente, ensino e saúde de qualidade, enfim, com oportunidades iguais para todos e todas.
Nosso papel é lutar, resistir.
E é isso que estamos fazendo cada vez mais desde o fim de 2014, quando parte da mídia e do Judiciário se uniu ao candidato derrotado nas eleições presidenciais e seus aliados conservadores para dar um Golpe de Estado. Sabíamos desde então que o golpe era para acabar com o projeto de distribuição de renda e inclusão social, contra o Brasil, contra a democracia e contra a classe trabalhadora. O projeto dos golpistas é acabar com a soberania nacional, entregar o petróleo e as nossas terras para as multinacionais.
Nenhum direito a menos!

*Editado em razão de espaço. Íntegra publicada originalmente no Portal da CUT em 2sqyKOm. **Presidente nacional da CUT.

Entrevista/Wilson Reis

“É preciso acreditar para avançar”

O novo Coordenador do Setor Privado, Wilson Reis, traz para o setor a experiência de anos de militância sindical e posteriormente, como diretor do Sindipetro-NF, onde atua até hoje.Reis é funcionário da Petrobrás/PNA-1 e Técnico de Operação Pleno.

Nascente SP – Conte um pouco da sua experiência no movimento sindical
Wilson Reis – Comecei a militar desde que entrei para a Petrobrás em 1983. No início, era militante nas lutas, movimentos e greves promovidas pelo Sindipetro PA/AM/MA, junto com o companheiro Tonhão que faz parte da atual diretoria do NF. Entrei para a direção do Sindipetro-NF na mesma gestão que o ex-Coordenador Marcos Breda

Nascente SP – Há algum empecilho para um diretor do NF, funcionário da Petrobrás, Coordenar o Setor Privado?
Wilson Reis – Não vejo nenhum problema porque nós como petroleiros nos tratamos iguais, não vejo essa distinção na cor do crachá. Todos nós somos petroleiros e petroleiras.

Nascente SP – O cenário para a classe trabalhadora é de ataque aos direitos. Quais os principais entraves que os trabalhadores do setor privado tem pela frente?
Wilson Reis – O grande problema é o momento pelo qual estamos vivendo com um grande número de desempregados, principalmente aqui na cidade de Macaé. A discussão que temos com as empresas é sobre a apresentação de acordos rebaixados se justificando na crise. Nossa ideia é tentar buscar uma alternativa, para que possamos manter pelo menos os direitos já existentes, já que nosso slogan é nenhum direito a menos!
Os acordos são apresentados sem reajuste inclusive dos benefícios como auxílio alimentação, ticket refeição… A luta é garantir o que já tem.

Nascente SP – E os reajustes salariais apresentado pelas empresas, como estão oscilando?
Wilson Reis – Como nós temos uma subseção do Dieese aqui dentro do sindicato, acaba que eles participam e ajudam muito na hora da mesa de negociação apresentando parâmetros inclusive com base na cesta básica de Macaé, um município ainda com alto custo de vida. Os trabalhadores que passam por aqui tem um gasto muito alto e precisamos adequar a essa situação.
Muitas estão apresentando índices abaixo da inflação. Na hora da negociação sempre verificamos o ICV do DIEESE. INPC ou IPCA e optamos por aquele que apresenta um melhor valor.

Nascente SP – Como a categoria petroleira do setor privado pode ajudar e se posicionar para dar suporte às atividades sindicais e às lutas dos trabalhadores?
Wilson Reis – Primeiro acreditar que a gente sempre pode estar buscando algo melhor para todos, inclusive de qualidade de vida e emprego. Ele também precisa se filiar, porque um sindicato não é nada se não tivermos filiados. Os sindicatos existem porque as empresas exploram o trabalhador e descumprem Acordos. Os Acordos são discutidos pelos representantes dos trabalhadores e representantes das empresas. Se categoria não acreditar no seu interlocutor, não há como avançar.
Se filiar é importante principalmente agora que estão sendo atacados direitos trabalhistas, tem a reforma da previdência…Tivemos a Lei da Terceirização que já foi aprovada. O Sindipetro tem participado desses embates sempre em conjunto com a Federação Única dos Petroleiros. Isso também é nosso papel.

Nascente SP – Você está a frente do Departamento, mas agora você tem um grupo ao seu lado. Como será baseada sua coordenação do setor?
Wilson Reis – Como agora nós temos dois trabalhadores do setor privado na diretoria, que são o Eider Cotrim da Schlumberger e a Jancileide Rocha da Falcão Bauer, em todas as situações vamos fazer uma consulta geral e fraterna antes de qualquer iniciativa. Até porque o sindicato muitas vezes atua voltado mais para o trabalhador da Petrobrás do que o petroleiro do setor privado. Esses trabalhadores nos darão suporte para entender como funciona o setor por dentro. Aliás já estão passando para nós algumas necessidades e problemas da categoria, principalmente no que diz respeito ao assédio, opressão e coação.

Nascente SP – Falando um pouco com os novos diretores, Eider Cotrim e Jancileide Rocha, quais os principais entraves que vocês vêem nessa atuação?
Eider Cotrim – Vou tocar num ponto em que Wilson fechou na fala dele que é o assédio, opressão e coação por parte dos patrões. As empresas estão tentando induzir com essas ferramentas que o trabalhador deve aceitar direitos a menos. Afirmam para o trabalhador que pingar é melhor do que faltar. Lembrando que dessa forma desqualifica todo profissional na sua área. As empresas reduzem salários, não dão cursos, reduzem o quadro de funcionários e aumentam a carga de trabalho de quem fica, expondo o trabalhador ao risco. A função por si só já expõe o trabalhador a vários riscos e agora desviam de função, aumentam a carga horária. Passa a trabalhar mais, ganhando menos.
Outro problema é o trabalhador que embarca em sua jornada normal, desembarca um dia só para zerar o quadro de dias com a Petrobrás, e é enviado imediatamente para outra unidade.
Reis – Minha proposta é colocar na pauta de reivindicações o bloqueio do Sispat, que era uma prerrogativa nossa já discutida com a Companhia. A empresa bloquearia o sistema do trabalhador durante seu período de folga. Ele desembarcaria e ficaria impedido de reembarcar imediatamente, ficando 7 dias ou 15 dias em terra. Obrigando o patrão a contratar uma nova pessoa para o trabalho.
Jancileide Rocha – E sem ônus de hora extra. Como a pressão é grande em cima da pessoas que acha que precisa trabalhar mais nesse momento de crise. Os trabalhadores estão se sentindo ameaçados por conta das pressões empresariais. Acabam aceitando trabalhar de forma inadequada.
Eider Cotrim – Não são só os patrões. O governo golpista induz isso a todo momento aos trabalhador, dizendo que pingar é melhor que faltar.
Jancileide Rocha – Temos que mostrar para os trabalhadores que temos uma força. Nós trabalhadores do setor privado temos uma mentalidade de que a Petrobrás pode tudo. Precisamos estar unidos para seguir em frente como classe trabalhadora. Petroleiros da Petrobrás e de empresas privadas, professores, bancários, juntos somos uma grande força. Temos que resgatar o sentimento que somos fortes e podemos conseguir todos os nossos direitos.

Nascente SP – Jancileide, você que está chegando agora na diretoria, é mulher negra, como você a importância de sua atuação a frente da entidade?
Jancileide Rocha – Entrei para atuar também num setor que já é discriminado de certa forma. Sou discriminada no meio por ser mulher e como embarco sofro um assédio grande. Qualquer coisa que faça embarcada já levam para o lado pejorativo de estar “dando mole” para alguém ou se não damos bola somos chamadas de vários adjetivos. Sofremos assédio moral e sexual. Acontece muito.
Vou me unir à diretora Conceição de Maria, que é muito reconhecida na luta, mais a Rosângela que também é nova e fazer ações voltadas contra esse tipo de assédio e em defesa das petroleiras.

Novos diretores:

Jancileide Rocha
Falcão Bauer/P-62 – Técnica Química – Primeira gestão a frente do Sindipetro-NF

Eider Cotrim
Schlumberger – Técnico de Operação – Primeira gestão a frente do Sindipetro-NF

André Coutinho
Petrobrás/P-09/P-12 – Técnico de Operação
Primeira gestão a frente do Sindipetro-NF

UTC

NF COBRA RESPEITO A DIREITOS E DENUNCIA TERCEIRIZAÇÃO

Embora não represente formalmente os trabalhadores da UTC, o Sindipetro-NF acompanha com atenção, os desdobramentos da notícia de que centenas de empregados desta empresa estão sendo demitidos em Macaé. O sindicato não tem ainda informações oficiais sobre o número de demissões — que variam entre 1.500 e 2.000 de acordo com notícias de sites e redes sociais.
O sindicato atuará para que a Petrobrás, a responsável final pelas contratações, garanta o pagamento de todos os direitos dos trabalhadores, por meio da retenção de repasses à empresa UTC, como previsto em Acordo Coletivo.
A entidade também destaca que as demissões em massa são consequência da política desenfreada de terceirização, que permite uma alta rotatividade de mão de obra e precariza as relações de trabalho, associada à irresponsabilidade da Operação Lava Jato — que, ao contrário de realizar acordos de leniência para preservar os empregos, premiou executivos delatores.
O Sindipetro-NF está à disposição dos empregados da UTC, para contribuir no enfrentamento a este momento crítico na vida de qualquer trabalhador ou trabalhadora.

Curtas

Perbras
A diretoria do Sindipetro-NF vem tentando, desde o ano passado, contato com representantes da Perbras com a finalidade de dar continuidade às negociações.
Diante do descaso da empresa, o diretor Antônio Carlos (Bahia) ligou na sexta,7, para o preposto da empresa que se comprometeu no mesmo dia. Diante da falta de resposta o Coordenador Wilson ligou ontem e a Perbras se comprometeu a responder até hoje, 11.

Tetra
Diretores do Sindipetro-NF estiveram reunidos com representantes da Tetra na sede do sindicato em Macaé para uma segunda mesa de negociação do ACT 2016/17. A empresa apresentou uma proposta mas como houve divergências foi marcada uma
nova negociação no dia 18 de julho na sede do sindicato em Macaé.

Halliburton
Os trabalhadores da Halliburton estão em Campanha Salarial. Desde fevereiro o sindicato vem participando de mesas de negociações para fechar um Acordo Coletivo que contemple os interesses da categoria. A última reunião aconteceu no dia 10 de abril e nela a empresa se comprometeu a apresentar uma nova contraproposta.

Schlumberger
Diretores do Sindipetro-NF realizaram na manhã do dia 6, uma setorial com trabalhadores da Schlumberger para avaliar a proposta de pauta de reivindicações preparada pela Federação Única dos Petroleiros. Após avaliação em conjunto, a proposta que será base das negociações econômicas do ACT de 2016/18 foi referendada.