Nascente Setor Privado 156

Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no whatsapp

Nascente Setor Privado 156

Editorial

O recado do povo nas pesquisas

Nesta semana, passado pouco mais de um mês da prisão do ex-presidente Lula, as pesquisas continuam a indicar a sua liderança nas intenções de voto para a Presidência da República. A mais recente, da patronal CNT/MDA (Confederação Nacional do Transporte), coloca Lula na frente com 32,4% da preferência dos eleitores, o dobro do segundo colocado.
Além do efeito imediato que as pesquisas provocam no cenário eleitoral, influenciando nas decisões dos partidos e nas próprias escolhas do eleitorado, é possível também utilizá-la para apreender recados que a população está passando, mesmo que por meio de perguntas que não estão nas pranchetas dos entrevistadores dos institutos.
A pergunta objetiva é em quem ele ou ela vai votar. E então ele ou ela escolhe um candidato ou candidata. Mas, no fundo, o que quis dizer com a escolha que fez?
No caso de Lula, vem sendo corrente e pertinente a leitura de que o seu eleitorado conserva uma memória simpática em relação à sua passagem pelo governo. Pode ser por ter tido acesso à moradia, ter experimentado mais estabilidade financeira, ter acessado bens e serviços dos quais não dispunha, ter visto as oportunidades de educação melhorarem. Tudo isso faz sentido e certamente continua a ser fator determinante nessa escolha.
O recado seria então de que essa política é a que merece a legitimidade da maioria dos eleitores: ênfase no combate à miséria, promoção de direitos, estado indutor de desenvolvimento, geração de empregos na indústria nacional, investimentos no ensino e na saúde públicas.
Mas há o nada desconsiderável dado de que o ex-presidente está preso. E essa insistente manutenção da intenção de votos pode ser sintoma de uma resistência silenciosa contra algo que difusamente está sendo percebido como injustiça, mesmo com todo o esforço da grande imprensa em tentar dar ares de legitimidade à condenação por “atribuição” de um imóvel a Lula.
O povo brasileiro é muito intuitivo. Por vezes não tem conhecimento, mas tem sabedoria. Sabe que Lula é um seu igual, que reconhece, por ter vivido, a dor da pobreza e da desigualdade. Isso, eles não vão conseguir tirar.

Espaço aberto

Meu encontro com Lula na prisão

Marcelo Barros**

Desde que a justiça liberou visitas religiosas, fui o segundo a ter graça de visitar o presidente Lula em sua prisão. (Quem abriu a fila foi Leonardo Boff na segunda-feira passada).
Eram exatamente 16 horas quando cheguei na dependência da Polícia Federal onde o presidente está aprisionado. Encontrei-o sentado na mesa devorando alguns livros, entre os quais vários de espiritualidade, levados por Leonardo.
Cumprimentou-me. Entreguei as muitas cartas e mensagens que levei, algumas com fotografias. (Mensagem do Seminário Fé e Política, de um núcleo do Congresso do Povo na periferia do Recife, da ASA (Articulação do Semi-árido de Pernambuco) e de muitos amigos e amigas que mandaram mensagens.
Ele olhou uma a uma com atenção e curiosidade. E depois concluiu:
– De saúde, estou bem, sereno e firme no que é meu projeto de vida que é servir ao povo brasileiro como atualmente tenho consciência de que eu posso e devo. Você veio me trazer um apoio espiritual. E o que eu preciso é como lidar cada dia com uma indignação imensa contra os bandidos responsáveis por essa armação política da qual sou vítima e ao mesmo tempo sem dar lugar ao ódio.
Respondi que, nos tempos do Nazismo, Etty Hillesum, jovem judia, condenada à morte, esperava a hora da execução em um campo de concentração. E, naquela situação, ela escreveu em seu diário:
“Eles podem roubar tudo de nós, menos nossa humanidade. Nunca poderemos permitir que eles façam de nós cópias de si mesmos, prisioneiros do ódio e da intolerância”.
Vi que ele me escutava com atenção e acolhida. E ele começou a me contar a história de sua infância.
[Continua em bit.ly/2k0Csvw]
* Trecho de artigo publicado pela Rede Brasil Atual em bit.ly/2k0Csvw. ** Monge beneditino.

Capa

Café da Manhã reúne trabalhadores da Perbras

Os Diretores do Sindipetro-NF se reúnem com trabalhadores da Perbras para falar de ACT e representatividade da categoria

O Sindipetro-NF esteve na manhã do dia 18 na sede da Perbras, em Macaé, para realizar o Café da Manhã com os trabalhadores e trabalhadoras. A atividade, que também teria um caráter de assembleia de referendo ao acordo coletivo nacional da empresa, teve uma baixa participação dos empregados, vítimas de coação das chefias.
“Os trabalhadores estão sofrendo muita opressão. Fomos informados de que a empresa fez ameaças veladas a quem participasse da atividade, mas vamos continuar lutando, resistindo”, afirma o coordenador do Departamento do Setor Petróleo Privado, Wilson Reis.
O Sindipetro-NF busca garantir a representação dos cerca de 300 petroleiros da Perbras do Norte Fluminense por meio da mobilização e de ação judicial. A categoria, na região, é representada, por decisão unilateral da empresa, por outro sindicato. Durante anos o NF foi o representante legal dos trabalhadores.
O acordo coletivo da Perbras que seria avaliado para referendo na atividade de hoje já foi aprovado em outras bases, na Bahia, no Rio Grande do Norte e no Espírito Santo. Por esta proposta, o reajuste é de 1,7% nos salários, no ticket refeição e no vale alimentação.

Saybolt

Trabalhadores tem avanços no ACT

Em assembleia realizada no dia 15, na sede do Sindipetro-NF em Macaé, os trabalhadores da Saybolt aprovaram a proposta de ACT apresentada pela empresa.
Entre as principais conquistas estão o reajuste salarial de 2% retroativo a outubro, o pagamento da avaliação de desempenho em duas vezes, Ticket refeição de R$ 34,00 e Alimentação de R$280,00, além da manutenção do plano de cargos.
Os trabalhadores da Saybolt rejeitaram a primeira proposta de Acordo apresentada pela empresa em assembleia realizada na sede do Sindipetro-NF no dia 18 de abril. A categoria não havia concordado com algumas cláusulas. Após isso, o Sindipetro-NF e os representantes da Saybolt chegaram a um melhor ACT para os trabalhadores.

Oiltanking

Proposta rejeitada

Os trabalhadores da Oiltanking realizaram na segunda, 21, uma assembleia no porto do Açú para avaliar a proposta da empresa, que foi rejeitada por unanimidade. Os trabalhadores querem avanços nos benefícios apresentados pela empresa. O Sindipetro-NF encaminhará o resultado da assembleia para a empresa e pedirá a reabertura das negociações.
A assembleia que seria na quinta, 17, às 7h, na sede da empresa no Porto do Açu, precisou ser adiadaporque os trabalhadores estavam envolvidos em uma operação de grande porte no Porto e teriam dificuldades em participar. O sindicato, em sintonia com a categoria, vai remarcar a assembleia para avaliar proposta de Acordo Coletivo de Trabalho apresentada pela empresa.

Campanhas

Negociação à vista

O Sindipetro-NF está aguardando que a Federação Única dos Petroleiros encaminhe as minutas das pautas de reivindicações para iniciar as negociações dos Acordos da Baker/BJ, Grupo Schlumberger e Halliburton. As empresas tem data base no primeiro semestre.
Reintegração na Halliburton
Na sexta, 18, os três trabalhadores da Halliburton recém-demitidos foram reintegrados aos quadros da empresa e encontram-se realizando cursos de qualificação.

Jurídico

Folgas e o GT da Halliburton

Marco Aurélio Parodi

Na última sexta-feira, dia 18 de maio de 2018, os trabalhadores Desde abril de 2016, os trabalhadores de WP que lutaram exaustivamente para recuperar seu direito a percepção das folgas suprimidas, ou seja, aquelas que o trabalhador offshore tinham direito quando desembarcava, e ainda foram demitidos por retaliação por participação na greve de maio de 2017, segundo entendimento da Seção Especializada de Dissídios Coletivos(SEDIC)do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região e do Ministério Público do Trabalho, retoram e adentraram na Halliburton pela porta da frente e estão reiniciando a sua história na empresa, sendo reintegrados.
A Procuradora do Trabalho, ressaltou muito bem, na última assentada do dia 02 de maio do corrente ano, a falta de lógica de a empresa defender um GT (Grupo de Trabalho) específico para WP e não nacional, demitindo justamente os que seriam os beneficiários do debate, tornando assim nula qualquer solução prática acerca das folgas suprimidas.
Sem argumentos plausíveis e com o ingresso contínuo de novos quadros (trabalhadores) na empresa e inclusive no setor de WP da Halliburton Produtos, restou claro o caráter retaliatório, onde até argumentos de ordem pessoal foram também bem criticados e questionados, diante do assedio moral praticado, seja em um determinado momento com exaustivas cargas horárias de trabalho no estrangeiro e em outro momento, a empresa não oferecendo nenhum trabalho nas plataformas offshore, mas continuando a contratar mais trabalhadores para o setor (divisão).
O Sindipetro-NF e a sua assessoria jurídica devem nos próximos dias debater e cumprir a determinação do judiciário, para restabelecer o Grupo de Trabalho que será estabelecido aos moldes de como debatemos com a Petrobrás, com a Participação da Federação Única dos Petroleiros e dos Sindicatos, além do Sindipetro-NF, com o claro intuito de defender premissa óbvia: A folga suprimida imediatamente não gozada, quando do desembarque offshore, deverá ser ressarcida em dobro nos termos da Súmula 461 do Supremo Tribunal Federal.
Teremos alguns debates a enfrentar no referido GT: As folgas suprimidas que os trabalhadores suportaram no setor e quais foram efetivamente pagas, qual o cálculo observado no período, tendo em vista que o atual cálculo adotado pela empresa, onde a pratica mais benéfica aplicada ao setor de WP e aos grevistas deve ser observada para todos os setores. Levantamento do passivo anterior e como se dará o pagamento dentro do que resguarda o acordo coletivo de trabalho da Halliburton, a legislação trabalhista e a norma constitucional sobre o tema.
Fixando as premissas e os debates que se darão conforme a dinâmica a ser discutida pelas representações sindicais dentro dos limites legais que todos devem se ater, inclusive a Halliburton, por mais que seja uma empresa multinacional. O debate será realizado as claras e com a máxima transparência para a categoria. Por isso é importante a participação dos trabalhadores nas setoriais convocadas e realizadas com os trabalhadores na porta da empresa, aeroportos ou na sede do Sindipetro-NF.
O Sindipetro-NF, cumprindo a determinação judicial, irá marcar o primeiro encontro para a elaboração do Grupo de Trabalho, debatendo o fruto da luta e do sacrifício dos bravos da divisão WP da Halliburton: as folgas suprimidas offshore da indústria do petróleo.

*Assessor Jurídico do NF

Curtas

Agenda
Acompanhe a agenda do Departamento do Setor Privado nas próximas semanas.
26/05 – 9h – Congresso do Povo – Norte Fluminense – na UFF de Campos.
28/05 – 14h30 – Mesa de negociação com a Tetra (a confirmar).
07/06 – Atos Resistencia em Defesa da Petrobrás e Pré-Sal – em todo Brasil.

Greve à vista
Os trabalhadores da Petrobrás aprovaram a realização de uma greve em defesa da Petrobrás. O calendário começa no dia 21 a 24 de maio com mobilizações nas unidades do Sistema Petrobrás e no dia 07 de junho com atos de resistência em defesa da Petrobrás e do Pré-Sal. Vamos todos entrar nessa luta!

Brasil forte
A Campanha Brasil Forte, em defesa de um serviço público de qualidade e da valorização dos servidores e das estatais foi lançada dia 17. Sua tarefa inicial é lutar pela revogação da Emenda Constitucional 95, ou PEC da Morte, PEC do congelamento de gastos, que limita os investimentos nos direitos básicos, como saúde e educação, e potencializa as privatizações e o fim dos serviços públicos.