Natal foi de luta e resistência

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 Imprensa da FUP – Paralisações se ampliaram em todos os sindicatos filiados à FUP. Os trabalhadores lutam contra a proposta da Petrobrás para o Termo Aditivo ao Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2015/2017 e contra o desmonte da estatal. No sábado, dia 24 de dezembro, véspera do Natal, o movimento continuou firme, seguindo as deliberações das assembleias.

                Em São Paulo, o clima foi de tensão, com a gerência pressionando e assediando os trabalhadores, com ameaça de abandono de emprego. Diante da intransigência da empresa e da falta de condições dos trabalhadores de continuarem a jornada, o Sindicato registrou um boletim de ocorrência. Além disso, na Replan, os trabalhadores do turno encontravam-se há mais de 40 horas em cárcere privado, exaustos e sem condições de continuar a operação na refinaria. Sem sucesso, o Sindicato tentou negociar com a gerência da empresa a saída desses trabalhadores. A direção do Sindicato protocolou um pedido de troca dos trabalhadores por uma equipe de contingência da empresa e, simultaneamente, entrou com um pedido de habeas corpus, em tramitação na Justiça do Trabalho, para garantir a saída do pessoal. A resposta da Replan foi uma carta padronizada e esdrúxula, estabelecendo que o Sindicato se responsabilizasse pela indicação dos nomes dos petroleiros contingentes, que ficariam sob a supervisão da empresa. 0 Sindicato não aceitou a condição absurda imposta pela empresa.

                No Rio Grande do Norte, a adesão ao movimento no Polo Industrial de Guamaré (RPCC, Tranpetro e UTPF) e no Mar foi de 95% dos embarcados. Os trabalhadores estavam com o controle destas unidades. Em Guamaré, a categoria estava paralisada desde às 13h da sexta-feira, 23 de dezembro, e permaneceu até a segunda-feira, 26 de dezembro. Os petroleiros também formaram uma equipe de emergência para avaliar e executar,  ou não, atividades que visam a garantia da integridade física dos trabalhadores e das instalações. Nesta unidade, todos os trabalhos ficaram parados e qualquer atividade só era realizada após avaliação e liberação desta equipe de emergência, formada e orientada pelo sindicato. Já nas plataformas marítimas, os trabalhadores cruzaram os braços desde às 18h de sexta, até às 18h deste sábado, dia 24. 

                Em Caxias, a rendição foi cortada na tarde deste sábado, iniciando uma ciranda de 48 horas. Na Reduc, a contingência foi retirada, para que não fosse beneficiada com hora extra, enquanto os trabalhadores que aderiram ao movimento são descontados por falta. O turno foi dobrado, com paralisação no local de trabalho, e as emissões de trabalho não foram emitidas, a não ser em casos de risco iminente.

A paralisação também ocorreu no Paraná. Segundo o Sindiquímica-PR, a produção da unidade da FAFEN-PR parou nas primeiras horas do dia 24. O movimento atingiu a Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) e a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen-PR), ambas em Araucária; a Usina do Xisto (SIX), em São Mateus do Sul; e o Terminal Transpetro de Paranaguá (Tepar).

No Amazonas, a REMAN também encontrava-se em greve desde sexta, assim como as plataformas e unidades no estado do Ceará.

                No Norte Fluminense há eminência de greve. A entidade reforça o chamado para que todos permaneçam atentos aos informes sindicais por meio dos seus canais oficiais. O sindicato segue monitorando os passos da Petrobrás, com informações da categoria sobre o embarque dos pelegos das equipes de contingência, para decidir o momento exato do início da paralisação. Já na Bahia, as ações começaram na sexta, com militantes e petroleiros paralisando a área conhecida como Menino Jesus (Candeias – BR 324) e Alagoinhas, cortando a rendição das turmas de turno de revezamento e parando atividades com o pessoal do regime administrativo de diversas unidades.

                Durante o período de festas de fim de ano, a batalha continua. Os petroleiros e militantes estão juntos contra o desmonte da Petrobrás, na luta pelos direitos trabalhistas e contra a proposta da empresa para o Termo Aditivo ao Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2015/2017. O Natal de 2016 será uma data de resistência e união de toda categoria.

Foto: Trabalhadores da Reduc em apoio à Fafen.