Primeira Mão 1172 – Transmitido ao vivo pela internet (mais de 10 mil computadores acessaram o link), o ato na ABI no último dia 24 marcou o lançamento do manifesto “Defender a Petrobrás é defender o Brasil”, que foi lido pelo petroleiro Deyvid Bacelar, representante eleito pelos trabalhadores para o Conselho de Administração da empresa. O ato foi o primeiro de muitos outros que serão realizados nas próximas semanas como parte de uma ampla campanha nacional em defesa da Petrobrás. “No dia 13 de março, a CUT estará nas ruas, defendendo a Petrobrás e a agenda da classe trabalhadora”, anunciou o presidente da CUT, Vagner Freitas, se referindo a uma grande manifestação que acontecerá em São Paulo, no vão livre do Masp, a partir das 15h.
Ele ressaltou que a luta em curso é de “enfrentamento de classe”. “Não pensem que essa campanha sórdida que fazem para vender a Petrobrás a preço de banana pro capital internacional é um ato isolado”, alertou o sindicalista, ressaltando que “a bandeira contra a corrupção é dos movimentos sociais e não desta direita entreguista que quis mudar o nome da Petrobrás para Petrobrax”. “Se querem combater a corrupção, vamos fazer a reforma política e acabar com o financiamento empresarial de campanha já”, frisou Vagner.
O escritor Eric Nepomuceno destacou que a Petrobrás é muito maior do que todos os ataques que tem sofrido. “É dever de que cada um de nós saia daqui com a noção clara do que está em risco. Precisamos estar atentos”, alertou. O físico Luiz Pinguelli Rosa foi enfático: “A imprensa já passou o recibo de que está numa campanha contra a Petrobrás. Punam-se os culpados, mas deixem a Petrobrás em paz”.
João Pedro Stédile destacou que “o que está em jogo não é a corrupção, é o pré-sal”, lembrando que o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) já apresentou um projeto no Congresso para acabar com a lei de partilha. “Só temos uma forma de ganhar essa luta e é nas ruas”, declarou o líder do MST, mandando um recado aos petroleiros: “Nós marcharemos com vocês para o que der e vier”.
O coordenador da FUP, José Maria Rangel, conclamou os trabalhadores da Petrobrás a voltarem a ter orgulho de serem petroleiros. “Nós não temos que ter vergonha de trabalhar em uma empresa que investe em nosso país mais de R$ 300 milhões por dia, gera milhares de empregos e representa 13% do PIB nacional”, ressaltou, lembrando ainda que “nenhuma empresa de petróleo investe tanto em pesquisa e em tecnologia, quanto a Petrobrás”. “Foi isso que tornou capaz a descoberta e a exploração do pré-sal”, reiterou Zé Maria.
Ele alertou para o risco de retrocesso nestas conquistas. “O que querem fazer no nosso país é voltar a Petrobrás de 2002 e isso nós não vamos aceitar porque a Petrobrás é de cada cidadão e cidadã brasileiros. E a nossa Petrobrás não é a do Paulo Roberto Costa, não é a Petrobrás do Barusco, não é a Petrobrás destes predadores internos e externos” ressaltou, chamando todos para se somarem à campanha em defesa da estatal. “Nós construímos essa empresa nas ruas, nós mudamos o rumo dela nas ruas e é nas ruas que defenderemos a Petrobrás, custe o que custar”.