O Sindipetro-NF, aliado histórico com MST e das lutas pela Reforma Agrária no Brasil, manifesta a sua solidariedade ao Movimento dos Sem Terra, que realizou, na manhã de hoje, a ocupação das terras da Fazenda Santa Luzia, da Usina Sapucaia, em Campos dos Goytacazes (RJ).
A entidade chegou a enviar representantes ao local da ocupação, o coordenador geral Sérgio Borges e o diretor Guilherme Cordeiro, mas eles foram impedidos pelos seguranças da usina de entrarem na área onde estão cerca de 400 famílias. O sindicato também contribuiu com o envio de alimentação e água potável.
A deputada estadual Marina do MST (PT), liderança Sem Terra que participa do movimento na região desde a primeira ocupação de terras do Norte Fluminense, na antiga Usina São João, explica que “de acordo com o governo, as áreas em questão serão destinadas à Reforma Agrária ainda este ano e estão com os processos avançados na Procuradoria Geral da Fazenda Nacional devido a dívidas superiores a 200 milhões de reais com a União, incluindo mais de 90 milhões em débitos previdenciários não pagos aos trabalhadores”.
Matéria do jornal Brasil de Fato também informa que “dados do portal Lista de Devedores do governo federal, apontam que a Usina acumula dívidas superiores a R$ 208 milhões, incluindo mais de R$ 90 milhões em débitos previdenciários não pagos aos trabalhadores. Atualmente, as áreas são arrendadas pela Cooperativa Agroindustrial do Estado do Rio de Janeiro (Coagro).”
Houve grande tensão no local, com forte intimidação exercida pela Polícia Militar e pela segurança privada da Coagro, que bloquearam uma ponte na rodovia RJ 194, que dá acesso à área. As famílias denunciam que estão sendo mantidas isoladas pela polícia.
A Coagro e outras entidades empresariais emitiram nota condenando a ocupação, que chamaram de “invasão”, e argumentam que as terras são produtivas, estão arrendadas e são utilizadas por pequenos produtores. A nota não mencionou as dívidas com o governo federal e o processo de desapropriação em curso.
[Foto: Reprodução / MST]