O Sindipetro-NF está chamando a sua base petroleira e toda a comunidade da região à participação intensa no tradicional Grito dos Excluídos, um protesto realizado há três décadas por sindicatos e movimentos sociais que costuma acontecer após os desfiles cívicos do Sete de Setembro. A edição deste ano tem como tema “Cuidar da Casa Comum e da Democracia é luta de todo dia”.
No Norte Fluminense, as manifestações acontecerão na manhã do próximo domingo, após os desfiles de Campos dos Goytacazes (no Centro de Eventos Populares Osório Peixoto – Cepop) e de Macaé (na Avenida Elias Agostinho, em Imbetiba). Nas duas cidades a previsão é de início dos desfiles por volta das 9h, com concentrações para o protesto às 10h.
De acordo com a diretora do Sindipetro-NF, Bárbara Bezerra, os movimentos sociais em Macaé estão articulados e prontos para fazer um protesto com grande adesão, para comunicar à sociedade pautas como o fim da escala 6×1 e a taxação dos super ricos. A proposta é iniciar a concentração com uma oficina de cartazes, enquanto acontece o destile oficial.
As atividades em Macaé contam ainda com a realização de Ato Público em solidariedade ao povo palestino, às 9h, em Imbetiba, com aula pública com o tema “Palestina e o Imperialismo Israelense”.
Em atividade adicional, em Campos dos Goytacazes, o sindicato patrocina realização da 5ª edição do Rock da Independência + Grito dos Excluídos, realizado pelo Coletivo Cultural Resistência Goytacá, no próprio dia 7 de Setembro, a partir das 16h, no Kasick Tropical Bar (Rua Almirante Greenhalgh, 36, Pelinca).
“Esse ano a gente pediu um apoio do Sindipetro-NF para ajudar a gente a realizar o evento e aí veio a ideia de fazer junto o Grito dos Excluídos e a gente prontamente aceitou. Foi uma ótima ideia. Tem tudo a ver as causas que dialogam com a falta de acessos, a falta de espaços. Tudo isso está coligado na carência artística, na carência da sociedade como um todo, e achamos super pertinente elaborar esse evento conjunto entre o Coletivo Resistência e o Sindipetro, fazendo o Rock da Independência junto com o Grito dos Excluídos”, explica o petroleiro Kiko Anderson, um dos organizadores e vocalista da banda Tubarão Martelo, que está entre as que vão se apresentar no evento.
O diretor do Sindipetro-NF, Guilherme Cordeiro, explica que a parceria com o Rock da Independência é mais uma ação da entidade para valorizar a cultura local e adicionar uma atividade ao Grito dos excluídos. “A gente decidiu apoiar o evento, que casa muito bem com as ideias e com os valores que o sindicato defende de uma sociedade mais justa. A gente está muito animado, a cultura é uma forma de mobilização e o Sindipetro-NF sempre na vanguarda desse processo”, afirma, Cordeiro.
Serviço: Locais e Horários Domingo, 07/09
Macaé
9h – Aula Pública “Palestina e o Imperialismo Israelense” – Imbetiba.
10h – Concentração após o desfile cívico – Imbetiba.
Campos dos Goytacazes
10h – Concentração após o desfile cívico – Cepop.
16h – Rock da Independência + Grito dos Excluídos – Kasick Tropical Bar (Rua Almirante Greenhalgh, 36 – Pelinca).
Grito dos Excluídos nas capitais
A CUT, demais centrais, sindicatos, movimentos sociais e as Frentes do Povo Sem Medo e Brasil Popular também têm chamado à participação na realização do Grito dos Excluídos em diversas cidades do país, especialmente nas capitais. Confira algumas que já estão com mobilizações confirmadas:
AL – Maceió | Praça da Faculdade, às 8h
BA – Salvador | Campo Grande, às 9h
CE – Fortaleza | Praia do Futuro, às 8h
DF – Brasília | Praça Zumbi dos Palmares (CONIC), às 10h
ES – Vitória | Concentração na Praça Portal do Príncipe, às 8h30
GO – Goiânia | Praça do Trabalhador, às 8h30
MG – Belo Horizonte | Praça Raul Soares, às 9h
MS – Campo Grande | Cruzamento da rua 13 de maio com Dom Aquino, às 8h
PA – Belém | Concentração na Avenida. Mal. Hermes, 3 – Campina (Escadinha do cais do Porto), às 9h
PE – Recife | Parque 13 de maio, às 9h
PR – Curitiba | Rua Desembargador Oscar Carvalho e Silva, Vila Pantanal, às 09h
RS – Porto Alegre | Ponte de Pedra, Largo do Açorianos, 14h
RJ – Rio de Janeiro | Rua Uruguaiana com avenida Presidente Vargas (metrô), Centro, às 9h
RN – Natal | Praça da Flores, Petrópolis, às 9h
SC – Florianópolis | Parque da Luz, às 08h30
SE – Aracajú | Praça da Catedral Metropolitana de Aracajú, em meio ao desfile das escolas, às 09h
SP – São Paulo | Praça da República, às 9h
Dez motivos para ir às ruas no 7 de setembro
Entre as inúmeras as razões para ir às ruas no 7 de setembro, a CUT destacou dez em seu portal. Confira:
1 – Defender a soberania nacional
Um país soberano é aquele que possui independência política e autonomia para tomar decisões sobre seu território, população e política externa, sem interferência de nações estrangeiras. É a soberania nacional que permite que o país tenha suas próprias leis, delibere sobre liberdade comercial, autonomia econômica, política, judiciária; soberania territorial e alimentar, entre outras. É a soberania nacional que permite que o Brasil seja hoje um país democrático, que busca respeitar os direitos humanos e que mantém a Amazonia longe das mãos de interesses econômicos estrangeiros, permitindo a redução da devastação da Amazônia e da preservação do meio ambiente.
2 – Justiça tributária
Quem ganha mais, tem que pagar mais! Para que a isenção do imposto de renda valha para quem ganha até R$ 5 mil ao mês e beneficie também quem ganha pouco mais de R$ 7 mil é preciso que quem tem renda de R$ 50 mil ao mês pague mais, e que bancos e Bets que tem ganhos bilionários e não pagam quase nada.
3- Fim da escala 6 x 1 e redução de jornada – Mais tempo para a vida! Trabalhar para viver e não viver para trabalhar”
Pelo fim da escala 6X1, que escraviza o trabalhador, principalmente as trabalhadoras que têm dupla jornada em casa e fica impedida de sequer descansar um único dia. A escala 6 x 1 é uma escravidão moderna! Redução da Jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, sem redução salarial.
4- Sem anistia para golpistas
Punição aos golpistas que atentaram contra a democracia de nosso país! Sem anistia para quem cometeu crimes contra o Brasil e contra o povo brasileiro e defendem os interesses de uma única família (Bolsonaro) acima dos interesses do povo brasileiro, composto por milhares de famílias.
5 – Impedir o fascismo no Brasil
A extrema direita tenta impor ao povo brasileiro políticas que retiram direitos duramente conquistados. Para esses políticos e empresários quanto mais desemprego e pobreza melhor para eles, que enriquecem às custas do sofrimento dos trabalhadores.
6- Cassação de deputados e senadores antipatriotas
Este grupo parlamentar aposta no quanto pior melhor, e não valoriza os votos que recebeu ao descumprir a Constituição criada para defender o povo brasileiro.
7 – Contra a chantagem de Trump ao Brasil e em defesa dos nossos empregos
Donald Trump impôs uma taxação de 50% aos produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos, o chamado tarifaço, numa interferência nas leis brasileiras para tentar livrar o ex-presidente Jair Bolsonaro dá prião por tentativa de golpe de Estado. O tarifaço pode fazer centenas de milhares de trabalhadores perderem seus empregos
8 – Defender o PIX
O pix é do Brasil e dos brasileiros! O pix em breve poderá ser usado para compras parceladas, sem custo adicional, como atualmente acontece com os cartões de crédito – que cobram juros exorbitantes. O pix já é um modelo de transação financeira para o mundo que começa a ser aceito em diversos países e outros já estão estudando implementá-lo. Trump ataca o Pix porque as grandes empresas Visa e Mastercard deixam de ganhar bilhões em taxas quando seus cartões são utilizados.
9 – Regulamentação das plataformas de redes sociais
A falta de regulamentação das redes socais expõe crianças e adolescentes à ataques de ódio, pedofilia e violência. O vale tudo das redes permite ainda que fake News sejam espalhadas prejudicando pessoas físicas, empresas e governos.
10 – Em defesa da dignidade do povo brasileiro
O povo brasileiro é altivo e nunca será subserviente; não temos complexo de vira-lata, não baixamos a cabeça, como quer fazer acreditar parte da elite do país Vamos às ruas demonstrar nosso orgulho de sermos brasileiros e os verdadeiros patriotas que defendem o nosso país, ao contrário dos que pregam o slogan Deus, Pátria e Família, mas não cumprem aquilo que dizem. Eles querem entregar o Brasil aos EUA, mas nós não baixaremos a cabeça! O Brasil não é terra de ninguém, o Brasil é do povo brasileiro, temos leis e as leis devem ser respeitadas.

Como surgiu o Grito dos Excluídos?
Do Site Grito dos Excluídos – A proposta do Grito dos Excluídos e Excluídas nasceu em uma reunião de avalição do processo da 2ª Semana Social Brasileia, promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que aconteceu nos anos de 1993 e 1994. Surgiu como forma de dar continuidade e concretizar os debates e o tema da semana “Brasil, alternativas e protagonistas”, ou “O Brasil que a gente quer”. Assim como, inspirada no lema da Campanha da Fraternidade de 95, que tinha por tema “Fraternidade e Excluídos” e lema: “Eras tu, Senhor? ”
Entre as motivações que levaram à escolha do dia 7 de setembro para a realização do Grito estão a de fazer um contraponto ao Grito da Independência, proclamado por um príncipe, em 1822. Nesse sentido, desde 1995, o Grito dos Excluídos e Excluídas tem como objetivo levar às ruas e praças, os gritos ocultos e sufocados, silenciosos e silenciados, que emergem dos campos, porões e periferias da sociedade. Trata-se de revelar, à luz do dia e diante da opinião pública, as dores e sofrimentos que governos e autoridades tendem a varrer para debaixo do tapete. Trazer à superfície os males e correntes profundas que atormentam o dia-a-dia da população de baixa renda.
O primeiro Grito dos Excluídos e Excluídas foi realizado em 7 de setembro de 1995, tendo como lema “A vida em primeiro lugar”, e ecoou em 170 localidades. Em Aparecida/SP, aconteceu junto com a Romaria dos Trabalhadores e Trabalhadores, parceria que continua até hoje.
Já, em 1993, em Montes Claros/MG, havia acontecido o “Clamor dos Sem Teto”, posteriormente identificado como precursor do Grito dos Excluídos. A mobilização ocorreu após visitas às ocupações urbanas durante a Campanha da Fraternidade, daquele ano, que tinha o tema: Onde Moras? Como estava próximo ao 7 de setembro, foi feita uma parada cívica durante o desfile oficial, as famílias organizadas, os jovens e todos os simpatizantes àquela causa tomaram as ruas, com cartazes que manifestavam a indignação da situação em que se encontravam os moradores das favelas de Montes Claros.
A partir de 1996, o Grito dos Excluídos e Excluídas foi assumido pela CNBB que o aprovou em sua Assembleia Geral, como parte do PRNM (Projeto Rumo ao Novo Milênio – doc. 56 nº 129). Desde sempre, é um projeto vinculado à dimensão sócio transformadora da CNBB, localizado no Setor das Pastorais Sociais.
A cada ano, o Grito se efetiva como uma imensa construção coletiva, antes, durante e após o 7 de Setembro. Mais do que uma articulação, é um processo, é uma manifestação popular carregada de simbolismo, que integra pessoas, grupos, entidades, igrejas, pastorais e movimentos populares e sociais comprometidos com as causas dos excluídos e excluídas. Ele brota do chão, é ecumênico e vivido na prática das lutas populares por direitos.
A proposta não só questiona os padrões de independência do povo brasileiro, mas ajuda na reflexão para um Brasil que se quer cada vez melhor e mais justo para todos os cidadãos e cidadãs. Assim, é um espaço aberto para denúncias sobre as mais variadas formas de exclusão.