Petroleiros e petroleiras da plataforma de Pargo (PPG-1), na Bacia de Campos, enfrentam duas situações graves que tiveram soluções cobradas pelo NF, nesta semana, à Petrobrás: a escassez de EPIs (Equipamento de Proteção Individual) para empregados de uma empresas contratada, e limitações e constrangimentos no recebimento de ligações telefônicas.
Os problemas foram identificados durante embarque do sindicato para reunião da Cipa da unidade, na última terça-feira. De acordo com o diretor Marcelo Nunes, que representou o NF no embarque, um dos casos, sobre o EPI, consta como pendência de Cipa há pelo menos seis meses e não foi resolvido.
A escassez de EPIs atinge os trabalhadores da empresa Imetame, de construção e montagem. Muitos atuam com botas furadas, macacões impregnados de óleo e até óculos danificados. Cobrada pelo NF, a área de SMS da Petrobrás afirmou que vai acionar os fiscais de contrato da companhia para que cobre providências da empresa contratada.
O próprio diretor sindical verificou a bordo, no entanto, que a empresa contratada dificulta o acesso aos EPIs, exigindo que os trabalhadores façam a reposição na sede, em terra — quanto deveria ela própria fornecer os equipamentos na unidade.
Constrangimento nas ligações telefônicas
Para agravar as restrições de comunicação em uma plataforma antiga, com acesso muito restrito à internet, a gerência orienta o operador de rádio a não repassar ligações telefônicas para os trabalhadores. Há até relato sobre um empregado que não conseguiu ser informado sobre o falecimento de um parente.
Também cobrada pelo NF, a área de SMS da Petrobrás negou que exista proibição para transferir ligações, apenas admitiu que há uma política na unidade de transferir inicialmente para encarregados ou supervisores – e estes chamam os trabalhadores para o atendimento.
Para o NF, este é um constrangimento inadmissível — ter ligações pessoais filtradas por encarregados ou supervisores. O sindicato recebeu relatos de que há até muitos trabalhadores que, em razão dessa política, pedem aos familiares que não telefonem para eles no período de embarque, temendo represálias dos chefes.
O sindicato cobra da Petrobrás a resolução imediata destes casos que deterioram a ambiência a bordo e comprometem gravemente a segurança no trabalho.