O Sindipetro-NF recebeu denúncia de que gerentes da Bacia de Campos estão voltando a usar o artifício da “escala não definida”, sob pretexto de que o momento é de crise. Trabalhadores do PCM (Projeto de Construção e Montagem) estão sendo recentemente atingidos pela manobra.
A artimanha da gerência é a de negar que haja uma lotação e uma escala mas, na prática, realizá-la — o que gera imprevisibilidade, com a possibilidade de não embarcar os trabalhadores e a exigência da sua disponibilidade de acordo com a demanda.
O NF é contrário a esta atitude gerencial, que cria instabilidade entre os trabalhadores e impactos na segurança e na vida pessoal.
“O sindicato quer o fim deste conceito para todos, pois todo o trabalhador brasileiro tem direto a definição de dia e horário de trabalho. No caso do pessoal do PCM o trabalho deles é a bordo e cada um tem uma escala. O gerente, além de mudá-los para sem escala definida, está espalhando que o sindicato concorda com isso, ocultou a escala que sempre tiveram no sistema e criou um clima de incerteza, e está pressionando trabalhadores para saber quem procurou o sindicato”, condena o coordenador geral do NF, Marcos Breda.
Para a entidade, há dois grandes ataques aos trabalhadores neste caso: o primeiro é o da utilização da “escala não definida”, e o segundo é a pressão contra o direito de organização e defesa da categoria, com a ação antissindical de coação aos petroleiros que informaram ao sindicato a ocorrência da manobra.
O sindicato, que jamais aprovou ou fez qualquer acordo onde aceitasse esse tipo de escala flutuante, já se pronunciou contrário a esta distorção. No ano passado, o assunto foi levado pela entidade ao RH da empresa, que admitiu a incorreção e se comprometeu a reduzir o número de pessoas nesta situação – o que de fato chegou a ocorrer.
A entidade voltará a pautar o tema em reunião com o RH nesta terça, 28, para cobrar o fim definitivo da “escala não definida” e denunciar o comportamento assediador da gerência.