NF denuncia na SRTE insegurança em P-18

O Sindipetro-NF encaminha nesta terça, 16, para a Superintendência do Trabalho e Emprego (SRTE), pedido de avaliação por auditores no guindaste da plataforma P-18. No último dia 13, mais um caso de queda do moitão (bola) foi registrado e, por sorte, não havia petroleiros no local da queda. A entidade também vai encaminhar para o órgão de fiscalização a relação com outras pendências da unidade.

“Nós que trabalhamos em P-18 mais uma vez tivemos de passar por um susto quando o moitão do guindaste caiu vazio quando estava sendo direcionado para pegar uma carga. Nós não fomos informados do motivo da queda, mas por sorte ninguém se machucou e teve um profissional da movimentação de cargas que falou que o cabo se soltou do tambor porque estava menor do que o normal, pois tinha sido cortado um trecho”, relatou um trabalhador ao sindicato.

E não foi por falta de aviso. Os petroleiros da unidade haviam incluído, na relação de pendências de segurança da plataforma, atualizado no último dia 27 (aqui), a situação crítica da movimentação de cargas em P-18. Entre os itens, está o que aponta a existência de “Acidentes contínuos com os guindastes, tais como danos nas estruturas da unidade, quedas de bola auxiliar e principal dentro e fora da plataforma”.

E, de fato, também não foi por falta de antecedentes. Em 15 de novembro de 2010, como noticiou o site do sindicato, “um acidente com um guindaste na P-18, na Bacia de Campos, provocou danos materiais na unidade. Houve queda do moitão (bola), por volta das 11h25, quando o equipamento era acomodado em seu berço”.

Ainda no ano passado, em agosto, o sindicato recebeu relato sobre outra queda do moitão, “a poucos metros da bomba de incêndio a diesel”, como relatou um trabalhador, que desabafou: “Poderia ter caído em cima de um trabalhador, mas a sorte está do nosso lado. Pergunto: até quando contaremos somente com a sorte?”.

O Sindipetro-NF repudia com veemência a negligência assassina da Petrobrás na gestão da segurança. Neste caso específico, parece que estão esperando o moitão cair sobre um trabalhador para tomar alguma providência. O sindicato que, diferentemente da empresa, prioriza a vida, avalia que os trabalhos com o equipamento devem ser interrompidos. 

A entidade também lembra que, independentemente da avaliação pelo órgão de fiscalização, cabe a utilização do Direito de Recusa, em razão do histórico de quedas de moitão na unidade.