O Sindipetro-NF enviou hoje às gerências de RH da Petrobrás na região ofício onde registra as ameaças sofridas por trabalhadores durante a mobilização sobre Dia de Desembarque e cobra uma proposta sobre o tema. Leia abaixo a íntegra do documento:
Ofício 121/2008
Macaé, 13 de maio de 2008.
Petrobrás
Gerente RH UN-BC – Sr. Carlos Alberto Campos Monteiro
Gerente RH UN-RIO – Sr. Reinaldo da Silva Duarte
Gerente RH E&P Serv. Srª Cristina Quesada
Assunto: Mobilizações pelo reconhecimento do dia de desembarque como dia de trabalho
Como cientes Vossas Senhorias, este sindicato vem empreendendo mobilizações junto aos trabalhadores, com relação ao trabalho no dia de desembarque, como forma de superar o impasse negocial correspondente.
Destacamos que aguardamos solução do problema por mais de dez anos, mas que a Empresa, ao longo de todo este tempo, insistiu que este dia é o primeiro dia de repouso remunerado (folga) dos empregados em regimes de 14×21. Ora, se assim o é, nada mais justo do que os empregados não trabalharem neste dia, o que vem sendo encaminhado. Foi no entanto, com surpresa que ouvimos dos trabalhadores que a gerência de algumas unidades, ameaçou os trabalhadores de punição, caso não prestem seus serviços no 15o dia de embarque. Ao mesmo tempo, diversas gerências vêm dividindo a turma restante, fazendo-a trabalhar com um contingente de 50% .
A respeito destas duas medidas vimos registrar o seguinte:
Ameaças
Esta entidade sindical lamenta profundamente que algumas gerências recorram a ameaças para argumentar pelo trabalho no dia de desembarque. É a prática não de quem está em posição de força, mas de quem já perdeu por completo sua liderança, e não possui outro mecanismo para tentar manter seu status que não seja a tentativa de imposição do medo. A empresa bem sabe do ânimo em geral a bordo de suas unidades de trabalho, e dos efeitos que este tipo de ameça produziu no passado. Somente pode silenciar ante esta prática se a coonestar, o que nos levaria a refletir sobre a quem interessa o acirramento do movimento dos trabalhadores neste momento.
Não nos responsabilizamos pelas conseqüências da prática de ameaças, e sugerimos a Vossa Senhoria que recomende maiores cuidados à conduta gerencial, no interesse de todos.
Redução do efetivo para aquém do mínimo seguro
Dentre os graves problemas de segurança que vivenciam os petroleiros, a questão do efetivo mínimo indispensável à operação segura das unidades tem importância fundamental. Na visão dos trabalhadores, existe já flagrante desproporção entre a extensão e complexidade da prestação laboral e o número de petroleiros às mesmas designado. Indo muito além disto, a redução das turmas de trabalho à metade é uma temeridade irresponsável que deveria custar o cargo a quem a praticar.
Serve esta, portanto, para prevenir Vossa Responsabilidade quanto a acidentes ou incidentes decorrentes desta prática. Ignorar os efetivos mínimos indispensáveis à operação segura das unidades é um convite ao desastre o qual, caso venha a ser atendido, deverá gerar a responsabilização integral dos implicados na tomada e efetivação desta decisão, seja por ação seja por omissão.
Por último, continuamos no aguardo de uma proposta da Petrobrás que seja capaz de findar o impasse negocial.
José Maria Ferreira Rangel
Coordenador Geral do Sindipetro-NF
Imprensa do NF – 13/05/2008 – 16h41