NF não terá assembleias do ACT enquanto continuar represália da Petrobrás

Sindicato decide que só vai submeter indicativo de aprovação da proposta de Acordo para a categoria quando empresa normalizar o acesso dos sindicalistas aos saguões dos aeroportos da região. É um ataque antissindical que não pode ser admitido, pois abre um precedente perigoso à organização dos trabalhadores

 
 
            Em reunião na tarde de hoje, o Sindipetro-NF decidiu não abrir na região o prazo de assembleias para avaliação do indicativo de aceitação da proposta apresentada pela Petrobrás na quarta, 15, enquanto durar a proibição da empresa para que os diretores do sindicato possam conversar com a categoria nos saguões dos aeroportos da região. Algo importante inclusive para esclarecer à categoria sobre o indicativo de aprovação da proposta da empresa.
            O sindicato entende que esta é uma premissa fundamental para os trabalhadores, já que diz respeito a um direito essencial de organização. As assembleias serão realizadas assim que a situação for normalizada.
            Os petroleiros não vão aceitar que a empresa, depois de quase três décadas de uma prática democrática, use a proibição para retaliar os sindicalistas após as sucessivas denúncias sobre as condições de insegurança na Bacia de Campos.
            Antes mesmo da fundação do Sindipetro-NF, em 1996, as conversas dos militantes sindicais e dos diretores do Sindipetro-RJ, entidade que representava a base da região, já se davam nos saguões dos aeroportos, sem que, nem mesmo nos nefastos anos neoliberais de FHC, o costume fosse prejudicado por alguma determinação da companhia.
            O Sindipetro-NF mantém o seu entendimento de que saguões de aeroportos são áreas públicas e não podem, portanto, ser passíveis deste tipo de intervenção da empresa, que infringe os direitos de ir e vir e de liberdade de expressão e de organização sindical.
            Não há necessidade econômica que faça a categoria aceitar uma tirania desta, justamente por entender que este é um precedente perigoso que se abre para que novos ataques e assédios aos trabalhadores se dêem.
            Nesta semana, em Macaé, chegaram ao requinte autoritário de colocar um funcionário, com uma lista das pessoas programadas para embarque naquele dia em mãos, para controlar o acesso ao saguão, gerando fila e transtornos nos horários de maior movimento.
            Ainda em Macaé, é inadmissível que até mesmo uma nova área de saguão, construída justamente após muita pressão sindical, esteja agora interditada para os sindicalistas. Antes, os trabalhadores se amontoavam pelas calçadas e o sindicato denunciou o caos provocado pela superlotação do local. Também no Farol e em Cabo Frio, os saguões são conquistas de conforto e qualidade de vida para à categoria, fruto da luta sindical.
            Os petroleiros devem demonstrar, mais uma vez, unidade e força para lutar contra este gesto de autoritarismo da Petrobrás, e manter firme a organização para denunciar a insegurança e defender a instituição sindical construída em tantos anos de brioso movimento.

 

Saudações sindicais
 
Diretoria Executiva do Sindipetro-NF
Macaé, 20 de Setembro de 2010