O coordenador geral do Sindipetro-NF, Tezeu Bezerra, representa nesta manhã a categoria petroleira da região no ato promovido pelo Sindipetro-AM, em Manaus, contra a privatização da Reman (Refinaria Isaac Sabbá), responsável pelo processamento de todo combustível distribuído na região Norte do Brasil.
De acordo com Tezeu, a luta contra a venda da Reman, também conhecida como Refinaria de Manaus, é essencial para que seja evitada a formação de um monopólio privado do fornecimento de derivados do petróleo na região. Além disso, explica, o desmonte das refinarias deixará o país vulnerável, sem possibilidade de retomar uma política de preços em benefício da população.
“Numa eventual mudança de conjuntura e de governo, a Petrobrás não vai ter mais o domínio para poder segurar os preços da gasolina, do diesel, do gás de cozinha, como fazia antigamente no nosso país. É um absurdo a venda da Refinaria de Manaus”, protesta o sindicalista.
Dois irmãos vão controlar tudo
A venda da Reman foi anunciada pela Petrobrás no último dia 25. O ativo foi entregue ao Grupo Atem por US$ 189,5 milhões. Em nota, o Sindipetro-AM advertiu que, além da venda em si ser nociva, este valor é 30% inferior ao real valor da refinaria, de acordo com estudo do Ineep. O sindicato também denuncia a formação do perigoso monopólio privado da operação com combustíveis na região.
“O Grupo Atem possui a única distribuidora de combustíveis no Amazonas, após a privatização da BR Distribuidora e seria uma das principais concorrentes da Petrobrás no Estado. Além disso, o grupo lucra com as privatizações no Estado: os dois irmãos sócios formam o grupo Atem, responsáveis por arrematar em leilão a Eletrobrás no Amazonas e em Roraima em 2018. Porém, em dezembro de 2020, a Atem vendeu a participação nas distribuidoras de energia para a sócia majoritária Oliveira Energia para “expandir investimentos em combustíveis”, conforme reportagem publicada no portal de notícias Amazonas Atual”, relata o sindicato amazonense.
O Sindipetro-AM lembrou ainda que “atuando há 20 anos no mercado de combustíveis no Amazonas, o Grupo Atem, que também comprou o terminal de armazenamento da Reman, já foi denunciado por crimes ambientais e acumula investigações envolvendo irregularidades em contratos licitatórios, esquemas de cartel em postos de gasolina em Manaus e foi o estopim sobre o fim da isenção fiscal para distribuição de combustíveis”.