NF questiona Petrobrás sobre fatos relativos à morte do trabalhador de Cherne 2

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Nesta sexta,3, a diretoria do Sindipetro-NF participou de uma reunião com representantes da Petrobrás sobre a morte de Jorge Antônio Tomaz de Oliveira, 55, ocorrida no dia 19 de setembro. Tomaz era empregado da Companhia e trabalhava em Cherne 2. Participaram da reunião, além dos dirigentes sindicais, suas assessorias de medicina do trabalho e jurídica, mais gerentes de RH, do SMS, e da Logistica da Petrobrás, incluindo a médica do resgate aeromédico.

A diretoria do sindicato questionou os motivos de não terem desembarcado o trabalhador no dia anterior quando ele se apresentou ao técnico de enfermagem; quais foram as condições do resgate e em qual momento ocorreu a morte.

A empresa inicialmente descreveu as condições de saúde do empregado conforme estava registrado em seus exames períodicos. Ele apresentava algumas patologias, porém ficou claro para a direção sindical, que o profissional que o atendeu por vídeo-conferência não consultou esses exames. No primeiro atendimento, segundo a empresa, ele apresentou um quadro de enjoos e foi medicado para esse sintoma. Ainda de acordo com relatos dos representantes da Petrobrás, o trabalhador não relatou na “consulta” que tinha alguma doença nem que tomava remédios.

Os representantes da empresa afirmaram que no segundo atendimento, Jorge Tomaz chegou apoiado pelos socorristas, mas não estava desmaiado, estava sonolento e falava muito lentamente. Foi nesse atendimento, que o trabalhador teria revelado suas patologias, e que o quadro levou a decidirem pelo desembarque por resgate aeromédico. Também afirmaram que só desmaiou quando estava sendo conduzido para a aeronave, no convés dois e foi levado ao helicóptero, devido sua maior proximidade. Durante o voo foram realizados procedimentos de ressuscitação com uso do desfribrilador da aeronave.

A morte teria ocorrido, segundo relata a Petrobrás, durante o transporte em ambulância, antes da chegada ao Hospital Municipal de Macaé. O s diretores do Sindipetro-NF questionaram sobre o erro de procedimento, já que, a morte havia sido confirmada, deveriam tê-lo encaminhado ao Instituto Médico Legal, e não ao hospital.

Durante a reunião, o sindicato insistiu que milhares de trabalhadores da Bacia de Campos estão apreensivos com o tipo de atendimento médico que está disponível. Há várias denuncias de pessoas permanecendo embarcadas doentes, e que é preciso que esta tragédia seja vista como aprendizado para mudanças profundas. Apesar de ter sido instalada uma comissão para apurar os fatos por duas semanas, seus representantes só responderam que ainda irão analisar possíveis mudanças.

O sindicato quer acesso aos dados estatísticos dos mais de 1800 atendimentos realizados através de videoconferência, prática diversas vezes criticada, e os dados dos mais de 200 resgates aeromédicos mensais, com o objetivo de identificar falhas nesses procedimentos, que apontem as mudanças necessárias no serviço.

Outra crítica do sindicato foi a redução de exames clínicos e a empresa mais uma vez repetiu a sua tese de que o excesso de diagnóstico é prejudicial. Para o sindicato a empresa ainda tem muito a esclarecer sobre esse caso, sobre o funcionamento do resgate aeromédico e sobre os atendimentos médicos feitos por vídeo-conferência na Bacia de Campos