NF realiza ato no Heliporto do Farol nesta amanhã em protesto nacional contra privatizações na Petrobrás

O Sindipetro-NF realiza na manhã de hoje, no Heliporto do Farol de São Thomé, em Campos dos Goytacazes, um ato público para denunciar a continuidade das privatizações em áreas da Petrobrás. A atividade faz parte da paralisação nacional da categoria petroleira, que está marcando o dia com assembleias e protestos em todas as suas bases.

Também hoje, a base do Sindipetro-NF inicia um período de assembleias para avaliar indicativos de aprovação de estado de greve (para pressionar contra as privatizações) e de aprovação de manifesto que, além de denunciar as vendas de ativos, cobra avanços na resolução de pautas regionais.

A categoria reivindica a resolução de problemas como o caos aéreo, as péssimas condições de habitabilidade, as transferências abusivas de trabalhadores, a incorporação dos trabalhadores do terminal de cabiúnas e o adicional de dutos da Transpetro, além da precariedade dos contratos com terceirizadas.

As assembleias começam hoje pelas plataformas, salas de controle e turnos de terra e seguem até o próximo dia 30. Na próxima semana, há assembleias presenciais na base de Imboassica (terça, 28, 13h), segmento administrativo da base de Cabiúnas (quarta, 29, 7h) e na base de Imbetiba (quinta, 30, 13h). Também na quinta, 30, às 19h, acontece assembleia online para trabalhadores em home office ou de folga.

Em live moderada pelo diretor da FUP, Tadeu Porto, a Federação Única dos Petroleiros mostrou uma panorâmica de todos os protestos no país, com grande participação em bases como as do Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Ceará, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, São Paulo, além do próprio NF, entre outras. Assista:

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Ato no Farol

No ato do Norte Fluminense, no Farol, a diretoria destacou a necessidade de uma grande pressão da categoria petroleira para que a gestão da Petrobrás seja alinhada com o projeto popular eleito em 2022. “Não esperem que o governo atual faça tudo sozinho, porque não vai conseguir. O lado de cá, dos trabalhadores, tem que mostrar a sua força”, disse o diretor Sérgio Borges, lembrando os muitos problemas que precisam ser resolvidos no país e no sistema Petrobrás.

O coordenador geral do Sindipetro-NF, Tezeu Bezerra, também chamou a atenção para o fato de que a gestão da empresa ainda é bolsonarista e seus efeitos nocivos continuam. Ele cita como exemplo o caos na logística de embarques e desembarques: “É um absurdo numa empresa como a Petrobrás você se programar, comprar passagem, vir de outro estado, e chegar aqui e saber que o voo para a plataforma foi transferido, sem chuva nem nada. É fruto do desmonte da logística de transportes, fruto da política de privilégios para acionistas em detrimento dos trabalhadores”.

Razões dos protestos

No último dia 17, a diretoria da Petrobrás, que ainda é ocupada por indicados do governo Bolsonaro, aprovou a continuidade da venda da Lubnor (CE) e dos polos de produção do Rio Grande do Norte e do Espírito Santo, na contramão da orientação do governo Lula, via Ministério das Minas e Energia, para que a empresa interrompesse as privatizações.

Em documento enviado à estatal no dia primeiro de março, o MME havia solicitado a suspensão por 90 dias da venda dos ativos que estão em andamento.

A decisão sobre os processos de privatização que tiveram início na gestão de Bolsonaro mas não foram concluídos deverá ser pauta da próxima reunião do Conselho de Administração da Petrobrás e caberá à Assembleia Geral dos Acionistas (AGO), prevista para acontecer no 27 de abril, a deliberação final.

A FUP tem realizado diversas ações políticas e jurídicas para que a União cumpra o seu papel de acionista controlador da estatal e oriente os indicados no CA a votarem pela suspensão das privatizações.

O movimento sindical petroleiro cobra que o governo Lula assuma o controle da Petrobrás e dê sequência ao projeto que foi eleito nas urnas de soberania nacional e reconstrução da empresa, para que volte a atender os interesses do povo brasileiro. Somente nesta quarta, 22, sob a iminência de uma greve, o CA aprovou a nova diretoria da empresa, que tomará posse no dia 29.

Calendário de assembleias no NF

24/03 a 30/03: Plataformas, salas de controle e turnos de terra
28/03 às 13h: Base de Imboassica (PT)
29/03 às 07h: Base de Cabiúnas (ADM)
30/03 às 13h: Base de Imbetiba
30/03 às 19h: Home-office e trabalhadores de folga (online)

Indicativos do NF

1 – Aprovação do estado de greve contra a continuidade das Privatizações e permanência da gestão bolsonarista na Petrobras.
2 – Aprovação do manifesto de denúncia do caos aéreo, das péssimas condições de habitabilidade, das transferências abusivas de trabalhadores, em apoio a incorporação dos trabalhadores do terminal de cabiúnas e adicional de dutos da Transpetro, e contra a precariedade dos contratos com terceirizadas.

Manifesto da categoria petroleira contra as privatizações e por avanços no Sistema Petrobrás

Nós, petroleiros e petroleiras do Norte Fluminense, manifestamos a nossa indignação em relação à perpetuação insolente de gestores e de modelos de gestão no Sistema Petrobrás que contrariam os interesses maiores do povo brasileiro e o programa de governo vitorioso nas urnas em 2022.

Contrariando diretrizes do governo, bolsonaristas que ainda estão no comando da empresa insistem em manter cronogramas de privatizações de áreas da empresa, conforme anúncio do último dia 17. Mesmo com determinação recente de suspensão das privatizações, prosseguem com as entregas da Lubnor (CE) e de polos produtores no Espírito Santo e no Rio Grande do Norte.

Enquanto seguem com a destruição do patrimônio público, tentam travar avanços em muitas áreas que atingem diretamente a categoria, como as que envolvem as transferências, a segurança e habitabilidade das unidades, o caos aéreo, a incorporação dos trabalhadores do terminal de Cabiúnas e adicional de dutos da Transpetro, além dos contratos precários em empresas que não garantem plano de saúde para os terceirizados e seus familiares.

Danosa para o país e sem legitimidade eleitoral, a agenda bolsonarista na empresa precisa ser eliminada de uma vez por todas, para que a Petrobrás volte a ter como prioridade o desenvolvimento brasileiro com justiça social. Até o momento apenas o presidente da companhia foi trocado, sendo urgente que o restante da gestão também mude para que seja adequada aos novos tempos.

Por esta razão estamos mobilizados e, cumprindo o papel histórico de defesa da Petrobrás e do país, resistiremos até que a vontade do povo expressa nas urnas seja efetivamente implementada na gestão da companhia.

Petroleiros e petroleiras do Norte Fluminense – Março de 2023

 

Saiba mais no NF ao vivo

Nesta semana, o programa NF ao vivo, do Sindipetro-NF, também teve como tema os protestos desta sexta-feira. Exibido na noite da última quarta, 22, a edição reuniu sindicalistas de bases que estão com ativos da Petrobrás à venda e os coordenadores do NF e da FUP (Federação Única dos Petroleiros). Eles avaliaram os impactos das privatizações nos estados atingidos diretamente e para o todo o país. Confira:

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[Das Imprensas do NF e da FUP – Fotos: Luciana Fonseca]