O Sindipetro-NF recebeu nesta tarde denúncia de que um novo surto de Covid-19 atinge uma plataforma na Bacia de Campos. Dessa vez é a P-47. De acordo com os relatos da categoria, houve desembarque de 13 trabalhadores com suspeita de terem contraído a doença à bordo. Pelo menos quatro testaram positivo.
O sindicato continua a acompanhar o caso e solicita mais informações dos petroleiros e petroleiras da unidade. A entidade quer saber as condições de prevenção na plataforma e o tempo de embarque dos atingidos.
A categoria petroleira está em greve justamente em razão da negligência da Petrobrás na prevenção à Covid-19 em suas instalações. De acordo com o coordenador do Departamento de Saúde do Sindipetro-NF, Alexandre Vieira, o caso volta a mostrar que as políticas da empresa para a pandemia não dão resultado.
“Isso confirma a importância da nossa greve. É uma falácia da empresa dizer que ficar 21 dias é mais seguro [como acontece na escala unilateral implantada pela gestão da companhia]. Quem está a bordo há mais de 14 dias poderia ter descido”, explica o sindicalista.
Uma das teses da empresa, combatida pelo sindicato, é a de que a permanência a bordo por mais dias (além dos 14 da escala normal) permite um número menor de deslocamentos e, em razão disso, haveria menos risco de contaminação.
A realidade demonstrada pelo sindicato é outra: mais tempo a bordo, além de causar mais risco de exaustão e acidentes, gera mais contato em ambientes confinados e de altíssimo risco. De acordo com o painel de acompanhamento da Covid-19 pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), 72% dos casos entre petroleiros e petroleiras têm origem em contaminações nas plataformas.