Em repúdio contra um comportamento desrespeitoso por parte da empresa Expro, durante reunião, representantes do Sindipetro-NF deixaram a mesa de negociações na manhã de hoje, no Rio. Após uma reunião setorial ontem com os trabalhadores, o diretor sindical Leonardo Ferreira aceitou convite da empresa para uma reunião. Ao contrário de avanços, no entanto, o que houve foram ataques inaceitáveis à representação da categoria.
“A direção do NF entende que os movimentos de mobilização aliados à manutenção do canal de negociações são os melhores caminhos para os avanços necessários para a categoria. Por isso, mesmo em meio a uma agenda lotada de compromissos, abriu um espaço nas primeiras horas da manhã para a reunião requisitada ontem ao final da tarde pelos representantes da Expro”, explica Ferreira.
Na reunião, o sindicalista informou que direção do NF não aceitaria a proposta apresentada anteriormente, que impõe perda salarial de mais de 1% em relação a inflação de período, que é de 8,3%. Também foi cobrado o retroativo dos tickets alimentação e refeição, que a empresa até hoje nunca havia pago retroativamente, lesando os trabalhadores.
Gerente mal informado
Os representantes da Expro afirmaram que não iriam repor a inflação, “pois nem mesmo a Petrobrás havia feito isso”. O NF contrapôs o argumento, informando que após 20 dias de greve, a categoria petroleira conquistou o IPCA, e que o gerente da Expro estava mal informado.
“Após esta colocação os representantes da empresa demonstraram imensa insatisfação e descontrole, chamando a representação sindical de mentirosa, com elevação do tom de voz, comportamento considerado inadequado para uma mesa de negociações que sempre foi pautada pelo respeito”, relata Ferreira.
A cada momento que se passava o descontrole, as ofensas e o tom de voz só aumentavam. Foi então que o diretor sindical o assessor jurídico do Sindipetro-NF, Marco Aurélio Parodi, deixaram a mesa de negociações, em sinal de repúdio ao tratamento inadequado dispensado pelos representantes da empresa. Medidas jurídicas e políticas também serão tomadas pela entidade.
Embora avalie ser um caso isolado, o diretor sindical afirma que percebe sempre um “ódio de classe” nas negociações com as empresas. “O ódio de classe, tão em voga nessa quadra da história, tomou conta de quem deveria primar pelo respeito e bom comportamento É esse ódio de classe que faz com que estes representantes tentem impor a classe trabalhadora acordos lesivos e rebaixados. Não admitem nem toleram aqueles que se insurgem para defender os trabalhadores e trabalhadoras terceirizados, aos quais o NF defenderá sempre e garantirá neste momento que não pagarão a fatura dos erros cometidos nos altos patamares da classe social”, protesta Ferreira.