A sede do Sindipetro-NF, em Macaé, está sediando de 24 a 26 de janeiro, a 54a sessão plenária ordinária do CRT-RJ . Durante a plenária de abertura, o presidente do CRT, Gilberto Palmares, reuniu o diretor do Sindipetro-NF, Tezeu Bezerra, e o coordenador Sérgio Borges para se pronunciarem aos participantes. Pela manhã, foi realizada a inauguração do escritório descentralizado do CRT em Macaé, marcando um importante avanço na descentralização dos serviços.
Nos próximos dias, a plenária contará com uma programação que inclui um cursos de media training e de capacitação para conselheiros e funcionários.
O diretor do NF , Tezeu Bezerra, foi o primeiro a falar e destacou que o teatro do Sindipetro-NF foi construído com recursos provenientes de valores retidos pelo TST durante a greve de 1995. Ele explicou que, por muito tempo, o teatro foi um dos únicos espaços culturais. em funcionamento no município. Tezeu também ressaltou a importância da renovação do CRT, que ele considera uma ferramenta valiosa para os trabalhadores.
Ele avaliou a parceria com o CRT como extremamente positiva, destacando os frutos obtidos pelo meio do diálogo. Durante sua fala, Tezeu alertou sobre uma prática recorrente na região: muitas empresas exigem cursos técnicos no momento da contratação, mas registram os trabalhadores em carteira como mecânicos, e não como técnicos em mecânica. Essa prática resulta em salários mais baixas e na desvalorização da categoria. Ele reforçou que o sindicato tem buscado intervir junto às empresas do setor petróleo e à Petrobras para corrigir essa situação, apontando que essa é uma das grandes lutas que podem ser conduzidas em parceria com o CRT, incluindo a luta pelo piso técnico .
O Coordenador do NF, Sérgio Borges expressou a sua alegria ao receber o Conselho Regional dos Técnicos Industriais (CRT-RJ) na região, destacando a importância do reconhecimento do CRT como uma entidade de classe que defende os interesses dos trabalhadores. Ele ressaltou o papel do conselho de fiscalização, orientação e disciplina das atividades profissionais, enfatizando que a casa estará sempre aberta para iniciativas que fortaleçam a categoria.
Sérgio informou que o Sindipetro-NF frequentemente leva demandas ao CRT devido à grande quantidade de técnicos na região, especialmente por conta do setor de petróleo. Ele espera que, com essa parceria, seja possível avançar em negociações e aprimorar fiscalizações. Além disso, destacou a relevância da atuação do CRT no Norte Fluminense, apontando que, historicamente, a atuação dos conselhos é mais na capital. A abertura de um escritório no interior é vista como um sinal de que o conselho está atento às necessidades específicas dos trabalhadores da região, que possui grande potencial de geração de empregos e demanda por uma fiscalização mais eficaz para regularizar a situação dos técnicos.
Sérgio também relembrou a luta histórica da categoria e comentou sobre as expectativas geradas pelo atual governo. “Depois de um longo período de ataques aos trabalhadores, especialmente nos governos Temer e Bolsonaro, esperávamos uma melhora rápida. Mas o que estamos vendo na prática é que algumas coisas estão acontecendo, mas outras ainda não se concretizaram”, afirmou.
Ele destacou a importância de fortalecer os sindicatos e os órgãos fiscalizadores para garantir avanços recentes: “Aqui no Norte Fluminense, por exemplo, a Petrobras apresentou uma proposta de retomada da Bacia de Campos, algo que o Sindipetro-NF sempre lutou. Essa revitalização e os investimentos geram mais empregos e oportunidades. Porém, isso só será possível com a continuidade da luta e da pressão da classe trabalhadora” – disse.
Sérgio ressaltou ainda que não basta gerar empregos, mas é fundamental garantir que os empregos sejam de qualidade, com fiscalização adequada. Ele finalizou agradecendo o trabalho do CRT e reforçando a importância de fortalecer a parceria entre o sindicato e o conselho: “Estamos juntos nessa luta de classe, e com o apoio do CRT, podemos alcançar ainda mais resultados em prol dos trabalhadores.”
Também estavam presentes os diretores do NF, Benes Junior e Mateus Nogueira e o diretor administrativo do CRT-RJ, Luiz Sérgio Nóbrega de Oliveira.