Em uma exposição didática, em que separou os principais aspectos que caracterizam o momento atual para os trabalhadores (“nós”) e para a Petrobrás (“eles”), o assessor jurídico do Sindipetro-NF e da FUP, Normando Rodrigues, fez na manhã de hoje,25, no Congrenf, uma análise sobre as dificuldades que os petroleiros enfrentarão na Campanha Reivindicatória.
Para Rodrigues, embora a negociação neste ano se atenha a cláusulas econômicas, há outros fatores que acabam por influenciar na hora de estabelecer um enfrentamento com a empresa. Entre eles estão a própria limitação da campanha — que não poderá avançar sobre outros pontos —, a manutenção em aberto das negociações da PLR, as eleições de outubro e a crescente perspectiva de que se agravarão os problemas na área de SMS.
O advogado destacou que, na atualidade, a proporção entre funcionários próprios e terceirizados na Petrobrás é de 1 para 4, o que fragmenta a categoria e eleva a possibilidade de acidentes.
Ele avalia que o crescimento econômico do País e da Petrobrás elevará a cobrança da sociedade sobre a empresa, tornando ainda mais delicado o seu equilíbrio político. O palestrante defendeu que um modo da empresa não se tornar um “monstro capitalista” é justamente ter sobre ela cada vez mais controle público.
Outro aspecto que preocupa o assessor jurídico é a elevação da autonomia das gerências, em um momento em que, com um maior volume de negócios, a empresa terá que descentralizar poder. Isso gera despadronização de procedimentos e autoritarismos locais.
Também foi destacado o temor de elevação dos casos de corrupção na empresa, com o aumento no número de contratos.
Para Normando, o maior desafio dos trabalhadores é combater a fragmentação da categoria e não se deixar levar pela cooptação exercida por mecanismos como a PLR.