A FUP e a FNP, vem por meio desta manifestar sua contrariedade em relação a implantação do PCR (Plano de Carreiras e Remuneração) pela Petrobrás.
Não podemos aceitar nenhuma mudança nas nossas relações de trabalho que não seja negociada com os sindicatos e apreciada pela categoria coletivamente. Principalmente em um tema que afeta tão profundamente a vida de todos nós.
Entre os vários problemas identificados neste PCR, podemos destacar os seguintes:
• Foi imposto pela empresa e não teve nenhuma negociação com os sindicatos, ao contrário do que aconteceu no PCAC;
• É inconstitucional, pois fere o princípio da investidura e a democracia dos processos seletivos;
• Acaba com a isonomia, criando dois planos com diferenciações de mobilidade e progressão;
• Busca legalizar o desvio de função, com sobrecarga de trabalho e facilitando a extinção de cargos, a terceirização da atividade fim e a privatização;
• Com o fim dos avanços de níveis de 18 e 24 meses, subordina ainda mais a carreira do trabalhador aos desmandos dos chefes, sujeitando ao assédio moral e às transferências forçadas, ainda que prometa que será por “livre iniciativa”.
Não é a primeira vez que a Petrobrás tenta vender um plano com claro viés ideológico como ciência neutra. Vide o exemplo dos estudos de O&M (Organização e método) e redução de efetivo nas refinarias, elaborados por consultoria contratada, e aplicados sem transparência e sem diálogo com a categoria e seus representantes.
O novo plano de carreira defendido pela empresa como “técnico” representa uma fiel aplicação das diretrizes do governo Temer, através da SEST, publicada em dezembro de 2017, com clara redução de direitos conquistados a partir de lutas históricas da categoria. Esses mesmos governantes neoliberais orientam o fim de planos de saúde de autogestão como a AMS e dos fundos de previdência como a PETROS.
Caso concordemos com esses rumos, abriremos portas para um temeroso futuro para a Petrobrás, tornando-se “escritório” de fiscalização de contratos e, para os trabalhadores, com a precarização das condições de trabalho. Esvaziando o ACT, eles enfraquecem sindicatos, deixando os trabalhadores mais suscetíveis a mais perdas de direitos e armadilhas. É a lógica da reforma trabalhista na prática e não podemos aceitar!
Nossos sindicatos estão atentos aos interesses escusos da empresa e para isso, estão preparando ações judiciais, denúncias no MPT e exigindo a suspensão do PCR.
Não aceite pressão da gerencia e não assine os termos de adesão ao PCR. Um plano unilateral da empresa não é proposta aceitável. A manutenção no PCAC é a garantia de que o seu plano de carreira faz parte de uma luta coletiva, e não de um acordo individual em que você já começa vendendo direitos.
Você tem escolha. Defenda a Petrobrás! Defenda a soberania deste país!
Todos juntos contra o PCR!
Participe dos seus sindicatos e das manifestações!
Rio de Janeiro, 13 de agosto de 2018