Nova paralisação conjunta das Centrais vai parar o Brasil dia 30

Na próxima sexta-feira, dia 30 de agosto, trabalhadores de todo o país realizam mais um Dia Nacional de Luta, convocado por todas as centrais sindicais.  O objetivo é fortalecer a pauta conjunta da classe trabalhadora que levou às ruas diversas categorias e movimentos sociais na paralisação unitária do dia 11 de julho.  
Desta vez, as centrais sindicais irão priorizar a luta pelo fim do fator previdenciário, pela redução da jornada de trabalho para 40 semanais e o combate ao Projeto de Lei 4330, da terceirização. A agenda de reivindicações inclui ainda 10% do PIB para a Educação; 10% do Orçamento da União para a Saúde; transporte público e de qualidade/mobilidade urbana; valorização das aposentadorias; reforma agrária e suspensão dos leilões de petróleo.
A FUP convoca todos os petroleiros a realizarem mobilizações nas bases e somarem-se aos atos das centrais sindicais, como no dia 11 de julho, quando a categoria deu exemplo de luta e organização. As manifestações do dia 30 servirão para aquecer os petroleiros para os embates da campanha reivindicatória, reafirmando a disposição de luta da categoria contra o PL 4330 e pelo fim dos leilões de petróleo.

Na Bacia de Campos, petroleiros avaliam greve de 48 horas

Os  petroleiros do Norte Fluminense avaliam em assembleias o indicativo do Sindipetro de greve de 48 horas dias 30 e 31 de agosto nas plataformas e de 24 horas de operação padrão, dia 30, no Terminal de Cabiúnas. Além de fortalecer o Dia Nacional de Luta convocado pelas centrais sindicais, a greve ampliará a mobilização que tem sido feita na Bacia de Campos pelo pagamento correto do Repouso Remunerado. Os petroleiros da região já realizaram duas greves de 24 horas, nos dias 25 de julho e 9 de agosto. A primeira teve adesão de 40 plataformas. Na segunda, a adesão chegou a 41 unidades. Desta vez, além de mais longa, a greve nas plataformas incluirá solicitação de desembarque.

Ampliar a luta conta o PL4330

Seguem sem avanços significativos as negociações das centrais sindicais com os empresários, parlamentares e governo para se buscar um acordo em relação ao Projeto de Lei 4330, que tramita em fase terminal na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados Federais (CCJC). Desde junho, a mesa quadripartite tem se reunido para discutir diferentes visões referentes à regulamentação da terceirização.
A mesa foi criada em resposta às mobilizações dos trabalhadores que, desde maio,vêm conseguindo evitar a aprovação do PL.
No dia 20, ocorreu mais uma reunião do grupo de trabalho, mas a bancada dos empresários insiste em manter um texto sem limites para a contratação de terceirizadas e sem mecanismos que garantam a organização sindical dos trabalhadores contratados sob essa modalidade.
As centrais sindicais já deixaram claro que não acordo com esse posicionamento e cobram também que as empresas tomadoras de serviços adotem como regra a responsabilidade solidária com os trabalhadores terceirizados e que seja obrigatória a informação prévia aos sindicatos dos postos de trabalho que serão terceirizados.
De autoria do empresário e deputado federal Sandro Mabel (PMDB/GO), o Projeto de Lei 4330 já recebeu aval do relator Arthur Maia (PMDB/BA) e deve ser posto em votação na primeira semana de setembro. Caso seja aprovado como está, o PL ampliará ainda mais as condições precárias de trabalho e colocará em risco todos os contratados com carteira assinada, já que permitirá a terceirização sem limites, inclusive nas atividades fim. A próxima reunião da mesa quadripartite de negociação é no dia 02. Portanto, é fundamental que as categorias continuem mobilizadas e participem ativamente da paralisação nacional de sexta-feira (30).

Negociação com a Petrobrás

Defesa da pauta prossegue segunda, com reivindicações de SMS e na quarta, com cláusulas econômicas

As questões de saúde e segurança, um dos principais capítulos da pauta dos petroleiros,serão abordadas pela FUP na segunda-feira, 26, durante a terceira reunião com a Petrobrás e subsidiárias para defesa e esclarecimento das reivindicações dos trabalhadores. Essa rodada inicial de reuniões da campanha reivindicatória será concluída na quarta-feira, 28, quando serão tratadas as cláusulas econômicas.

A empresa também responderá esta semana à reivindicação da FUP de antecipação da inflação acumulada nos últimos 12 meses. A pauta dos petroleiros foi protocolada no dia 06 de agosto e cobra condições seguras de trabalho para todos, igualdade de direitos para os terceirizados, melhoria dos benefícios, 5% de ganho real, mudanças no PCAC, entre outras reivindicações.
Nas reuniões anteriores de defesa das reivindicações, a FUP abordou as cláusulas da pauta referentes a benefícios, AMS, Petros,Anistia, relações sindicais, efetivos, movimentação de pessoal, terceirização e segurança no emprego.
Acesse www.fup.org.br/2012/petroleiros-em-campanha para saber mais sobre essas reuniões e baixar a íntegra da pauta de reivindicações

CUT comemora 30 anos com ato em São Bernardo, palco histórico do movimento sindical

A greve que os petroleiros da Replan e da Rlam realizaram em julho de 1983, desafiando a ditadura militar, em um enfretamento que resultou em 349 demissões. Os sindicatos de Campinas e Mataripe (BA) sofreram intervenção militar e as direções, cassadas. A greve contou na época com a solidariedade dos metalúrgicos, químicos  e trabalhadores de transportes do ABC e serviu de estopim para a primeira greve geral no Brasil, decretada no regime militar. Um mês depois, um criada a Central Única dos Trabalhadores (CUT). A greve de 83 foi fundamental para as lutas e organização da categoria petroleira.
A CUT completa 30 anos em 28 de agosto e para comemorar volta às suas origens. Duplamente. Com ato político e jornada cultural, celebra três décadas de história e luta no Pavilhão Vera Cruz, em São Bernardo do Campo, local onde foi fundada. Quarenta e oito horas depois, a Central mobiliza o País e faz do 30 de agosto o Dia Nacional de Mobilização e Paralisação em defesa da pauta da classe trabalhadora.
Em 28 de agosto de 1983, pela voz e voto de mais de cinco mil homens e mulheres que vieram de todas as regiões do País, surgia a Central Única dos Trabalhadores. Em números exatos foram responsáveis pela criação da CUT 5.059 delegados, representando 912 entidades – 335 urbanos, 310 rurais, 134 associações pré-sindicais e 99 associações de funcionários públicos, cinco federações, oito entidades nacionais e confederações. Trabalhadores que ocuparam o galpão que um dia sediou o maior estúdio cinematográfico brasileiro, o extinto Vera Cruz de Mazzaropi, Anselmo Duarte e companhia.
No ABC paulista, berço do novo sindicalismo, o 1º Conclat (Congresso Nacional da Classe Trabalhadora) deu origem à primeira entidade intersindical e intercategorias em nível nacional construída após o golpe militar de 1964. Para boa parte dos jovens de hoje, com liberdade de se manifestar em um País com inflação inferior a um dígito e quase pleno emprego, é difícil imaginar a conjuntura da época da fundação da CUT.
O Brasil enfrentava crise econômica com inflação de 150% e índices manipulados desde anos anteriores; devia mais de US$ 100 bilhões. O mesmo FMI (Fundo Monetário Internacional) que pediu dinheiro emprestado ao Brasil no governo Lula era o bicho papão dos países pobres naquela época. O Brasil se rendeu e estendeu o chapéu ao  Fundo rifando, assim, a sua soberania. Um mês antes de a CUT ser fundada, houve greve geral em todo o País. Pudera, como efeito da recessão, apenas nos dois primeiros meses de 1983, a indústria paulista demitiu 47 mil trabalhadores, quase o total das demissões do ano anterior. O brasileiro vivia sob repressão, recessão, desemprego e com salários achatados e corroídos pelos indíces inflacionários.
Um cenário que levou o congresso de fundação da CUT a aprovar as lutas pelo fim da Lei de Segurança Nacional e do regime militar, o combate à política econômica do governo (o general João Batista Figueiredo era o presidente da República, à época), contra o desemprego, pela reforma agrária sob controle dos trabalhadores, reajustes trimestrais dos salários e liberdade e autonomia sindical. Lutava também pelo direito à cidadania e contra o autoritarismo dentro e fora dos locais de trabalho, recheados por “olheiros” da ditadura disfarçados de trabalhadores.
Para o primeiro ano de vida da CUT, foi eleita uma coordenação que elegeu como coordenador-geral Jair Meneguelli, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema (hoje Metalúrgicos do ABC), que estava sob intervenção. Somente em 1984, a CUT elegeu uma direção com chapa completa e seu primeiro presidente também foi Meneguelli.
Começaria então a história de uma central que hoje está presente em todos os ramos de atividade econômica do país, com 3. 806 entidades filiadas, 7.847.077 de associados e 23.981.044 trabalhadores/as na base.
Até o próximo dia 28, o portal da CUT nacional publicará entrevistas, artigos, reportagens e textos históricos relativos à fundação e aos 30 anos da CUT. Veja também no portal a programação completa da comemoração. www.cut.org.br

Congresso da CTB elege nova diretoria

Começou quinta-feira, 22, o 3º Congresso Nacional da CTB, que prossegue até sábado (24) no Palácio de Convenções do Anhembi, em São Paulo, com a participação de cerca de 1,5 mil delegados de todo o país. Dirigentes da FUP e de alguns dos sindicatos petroleiros estão presentes ao evento, debatendo diversos temas relacionados ao mundo do trabalho, no contexto nacional e internacional. O Congresso da CTB também elegerá a nova diretoria para a próxima gestão (2013-2017).