Depois da conquista da estabilidade econômica, a economia brasileira já exibe índices que configuram uma retomada do crescimento. O terceiro trimestre apresentou um aumento do Produto Interno Bruto (PIB) de 0.4%. O índice é discreto, mas quando especificado (aberto) por setores traz informações relevantes.
Os números mostram que a indústria cresceu 2.7% no último trimestre, puxada principalmente pelo crescimento excepcional registrado em setembro (4.3%). O mês de outubro deve apresentar uma expansão mais modesta, mas que, de qualquer forma, confirma um firme crescimento do setor industrial, que sempre tendeu a liderar o ciclo das atividades econômicas. O crescimento foi liderado pelo segmento da indústria de transformação, seguido dos serviços industriais de utilidade pública.
O PIB agropecuário, se comparado ao segundo trimestre do ano, sofreu retração de 6.7%. No entanto, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), este é um resultado pontual, que reflete o final da safra da soja, que está em notável expansão, e o início da do café, cuja participação retrocedeu 20% no corrente ano. Ou seja, o dado para agropecuária não representa o ano ou a tendência em curso.
Outro dado relevante para a retomada do crescimento econômico foi o crescimento de 2.8% do investimento no trimestre. Embora o avanço seja sobre uma base retraída, já corrobora o crescimento observado nos dados mensais de produção e importação de bens de capital. A recuperação dos investimentos produtivos mostra que o setor empresarial, via investimentos, também reconhece um movimento mais consistente de reaquecimento da economia.
“É importante ver a perspectiva dos dados do PIB. Mais difícil seria se tivéssemos um número melhor e indicadores negativos de investimento. Já existem dados do quarto trimestre que indicam atividade industrial positiva, que dão segurança de que nós entramos no processo de crescimento sustentado. Isso é mais importante que o número final do PIB a curto prazo”, explica o ministro da economia, Antônio Palocci.
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Um dado que também merece atenção é o aumento no número de empregos formais, registrado pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), do Ministério do Trabalho e Emprego. Desde janeiro, surgiram quase um milhão de novas oportunidades (910.547) de trabalho formalizadas. Foi registrado o aumento do emprego formal em todas as grandes regiões, com destaque para o Sul e Nordeste. No âmbito dos estados, os melhores resultados foram observados no Rio Grande do Sul, no Rio de Janeiro, em Santa Catarina e no Ceará.
As áreas metropolitanas foram as principais responsáveis pela expansão do emprego celetista. Em outubro, estas áreas corresponderam, conjuntamente, pela geração de 50.629 postos de trabalho. O maior crescimento foi na Grande São Paulo, seguida das áreas metropolitanas do Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Fortaleza. O CAGED é um registro administrativo de declaração obrigatória por toda empresa que tenha apresentado movimentação de empregados celetistas e apresenta cobertura nacional.
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