O petróleo no imaginário e na vida de Campos

Roberto Moraes*

As pessoas mais idosas da nossa região gostam de se referir ao petróleo enquanto riqueza, lembrando das explorações feita em terra (on-shore) na Fazenda Boa Vista, próximo ao balneário do Farol, lá em 1920.

Porém, Campos participou ativamente da campanha do “Petróleo é nosso” que redundou na criação da Petrobras. Porém, vale recorrer, ao nosso Osório Peixoto em seu último livro editado “500 Anos dos Campos dos Goytacazes”.

Lá, Osório lembra que no dia 10 de abril de 1950, instalou-se em Campos, a Conferência Municipal de Defesa do Petróleo, que aprovou o envio de uma delegação ao segundo Congresso Fluminense de Defesa do Petróleo em Niterói.

No momento a seguir, se elegeu a diretoria do Centro Municipal em Defesa do Petróleo que acompanhou o debate e organizou diversas manifestações, em favor da defesa de nossa riqueza mineral.

Campos, foi uma das poucas, talvez a única do interior do país, a organizar tal mobilização, muito antes da descoberta na década de 70, da Bacia de Campos, e de ser aquinhoada, mais adiante, na década de 80, com as generosas receitas dos royalties do petróleo, expandidas depois, significativamente, na segunda metade dos anos 90, com o acréscimo das participações especiais.

Enfim, a mobilização nacionalista redundou na época à criação da Petrobras. Hoje, quase 62 anos depois, mesmo com a redução do valor do barril do petróleo e da consequente redução da parcelas dos royalties, a luta pela defesa da Petrobras segue sendo, mais que nunca, necessária.

A empresa foi pega de assalto por uns bandidos, enquanto outros, na espreita tentam se aproveitar da ocasião para quebrar a companhia, suspender o regime de partilha da camada de pré-sal e vender às grandes corporações do mundo, os serviços e os royalties, que são riquezas que foram projetas para o Fundo Soberano.

Neste contexto é bom relembrar nossa história para reforçar o chamamento da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT), para o ato em favor da Petrobras que foi convocado para a próxima terça-feira (24), no Rio de Janeiro. O ato com o slogan “Defender a Petrobras é defender o Brasil”, faz parte da campanha a favor da empresa que começou nas redes sociais, com a coleta de assinaturas para um manifesto.

Na década de 50 do século passado, a defesa era em favor de todo o país, hoje, além do Brasil, a região que tem sido tão beneficiada, é chamada a mostrar a sua disposição de luta, em favor da empresa, que tanto benefício tem produzido pra a região e para todo o Brasil.

O ato do Rio no próximo dia 24 na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) promete ser o início de novas e intensas mobilizações. Outro ato já está marcado para o dia 13 de março, em São Paulo. Se ainda não fez clique aqui e assine o manifesto organizado pela FUP e CUT.

* Professor do Instituto Federal Fluminense, em Campos dos Goytacazes.

 

[Publicado originalmente no Blog do Roberto, sob o título “O petróleo no imaginário e na vida de Campos: história de luta bem antes dos royalties!”]