Onda vermelha: o povo nas ruas contra o retrocesso e a privatização do pré-sal

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Mais uma vez, a classe trabalhadora, os estudantes e os movimentos sociais tomam as ruas do país em defesa do patrimônio público e da soberania nacional. Cerca de 10 mil pessoas pararam o centro do Rio de Janeiro na última quinta-feira, 21, para deixarem claro que não permitirão que os tucanos e demos voltem com o seu projeto privatista, cujo principal alvo é o pré-sal. O ato histórico, proposto pela FUP e abraçado pelas centrais sindicais e movimentos sociais, impulsionou a onda vermelha, que vem mobilizando os trabalhadores de norte a sul do Brasil contra o retrocesso.

“Não, não, não à privatização. O petróleo é nosso e não abrimos mão”, anunciavam os milhares de trabalhadores, estudantes, aposentados, donas de casa e militantes dos mais diversos movimentos sociais e dos principais partidos políticos do campo da esquerda. Petroleiros, e metalúrgicos fizeram questão de participar do ato uniformizados, orgulhosos de se apresentarem como trabalhadores, protagonistas das mudanças sociais que tomaram conta do país nos últimos oito anos. Ao lado deles, faziam coro os bancários, eletricitários, funcionários públicos, trabalhadores dos Correios, trabalhadores rurais e também os que lutam pela terra.

Estudantes secundaristas e universitários também deram o seu recado, entoando refrões e palavras de ordens contra as privatizações do PSDB/DEM. “A juventude não foge às ruas e tem lado. Defendemos as escolas técnicas, o programa de banda larga para todos, o Prouni e os demais avanços sociais do governo Lula”, ressaltou Gabriela Valentin, da UBES.

“Este é um ato histórico para o futuro do Brasil. O que está em jogo nesta eleição é o futuro dos nossos filhos e netos. Por isso, os trabalhadores estarão nas ruas até dia 31, manifestando-se contra o retrocesso e a volta das privatizações”, enfatizou o presidente da CUT, Artur Henrique, que participou de toda a manifestação, ao lado do vice-presidente da Central, José Lopez Feijó.

O coordenador da FUP, João Antônio de Moraes, ressaltou os riscos que a privatização do pré-sal representa para a soberania nacional. “Os tucanos e demos querem que a elite faça com o pré-sal o mesmo que fizeram com o ouro, o pau-brasil e tantos outros recursos que foram surrupiados do nosso país”, alertou, enfatizando que “o povo brasileiro não se renderá e não admitirá esse retrocesso”.

O ato, que teve início às 15h na Candelária e seguiu em passeata  pela Av. Rio Branco até a Av. Chile, foi encerrado às 19h, com um abraço simbólico ao prédio da Petrobrás. Ao som do Hino Nacional, brasileiros e brasileiras, jovens e adultos das mais diversas gerações deixaram a emoção tomar conta e gritaram em alto e bom som que o Brasil não admitirá retrocesso.

Assessor de Serra sempre quis privatizar a Petrobrás

A Petrobrás, que antes do governo Lula quase virou Petrobrax e por muito pouco não foi completamente privatizada, está de novo na mira dos entreguistas. Ela é a maior e mais estratégica empresa do Brasil e como operadora única do pré-sal será muito mais importante para o desenvolvimento do país e fundamental para que as riquezas do petróleo sejam utilizadas em benefício do povo e não dos empresários, como quer o assessor de José Serra, David Zylberstajn, responsável por suas propostas para o setor de energia. No governo passado dos tucanos e demos, onde Serra era ministro, ele tentou privatizar a Petrobrás e agora quer voltar para terminar o serviço e, de quebra, entregar também o pré-sal às empresas privadas e grupos estrangeiros, que há muito tempo estão de olho nesta riqueza.

No início de 1998, logo após ser nomeado pelo então sogro Fernando Henrique Cardoso para o cargo de diretor geral da recém criada Agência Nacional de Petróleo (ANP), David Zylberstajn anunciou seus planos privatistas para o setor, incluindo a Petrobrás. “A idéia é que a ANP crie um mercado competitivo no setor de petróleo, ainda hoje dominado pela Petrobrás em razão de meio século de monopólio. Depois disso, aí sim, a Petrobrás poderá ir a leilão”, revela a revista Veja na edição de 14 de janeiro de 1998.

E o PSTU/Semlutas, de que lado está?

Enquanto parlamentares eleitos, dirigentes e militantes de todos os partidos de esquerda do país se unem para eleger Dilma e derrotar o projeto privatista de Serra, o PSTU/Semlutas continua fazendo a campanha do “quanto pior melhor”, lavando as mãos nas águas turvas do voto nulo. O PSOL, os militantes verdes, o PCO, o PCR, o Partido Socialista Francês, o PV da França, os socialistas da América Latina e tantos outros expoentes do campo da esquerda anunciaram o apoio à candidata do PT, pois compreendem a importância histórica desta eleição e sabem que a vitória de Dilma significará também a vitória das forças progressistas em todo o planeta.  
Já o PSTU/Semlutas rema na direção contrária, perdendo de vez o rumo e o respeito dos trabalhadores. A tal “revolução permanente” que pregam é na verdade a “divisão permanente”. Um jogo inconseqüente e perigoso, que fortalece a direita e coloca em risco conquistas sociais, direitos trabalhistas, a soberania nacional e a onda progressista que varre a América Latina e repercute em todo o mundo. Ao optar por ficar em cima do muro num momento histórico como este, o PSTU/Semluta contribui para a candidatura de Serra e seu projeto de privatização da Petrobrás e do pré-sal. A direita, as elites e o capital privado e estrangeiro agradecem.

NÃO AO RETROCESSO! O POVO QUER QUE O BRASIL SIGA MUDANDO!