Os rumos de Macaé com a privatização da Petrobrás foram debatidos em Audiência Pública

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Na noite de quinta, 28, foi realizada a audiência publica “A Petrobrás e os impactos da privatização nos empregos e na segurança” no Museu do legislativo de Macaé. A audiência foi convocada pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de Macaé, presidida pelo vereador Marcel Silvano e construída em parceria com o Sindipetro-NF.

Durante a abertura da Audiência Pública, o vereador Marcel falou da necessidade de reafirmar e fortalecer as lutas em defesa dessa empresa estratégica para o país. “Hoje o cenário apresenta um gradual enfraquecimento da empresa. Já são mais de 270 mil postos de trabalho fechados, isso entre próprios e terceiros” – disse. Ele também parabenizou os petroleiros por manterem as ações de esclarecimento da população sobre a importância da empresa durante a greve, apesar da multa do TST.

“O TST aplicou uma multa de R$ 2 milhões ao sindicato, bloqueados diretamente na conta do NF. É muito desproporcional o tratamento dado pela justiça para a organização dos trabalhadores e a dos patrões” – denunciou o Coordenador do Sindipetro-NF, Tezeu Bezerra em sua saudação.

Ele explicou que a greve dessa vez envolveu ações sociais de conscientização da importância da Petrobrás e explicou a venda de gás subvencionado que aconteceu em Goytacazes no dia 27.

Na audiência foram debatidos os rumos do município com a privatização da Petrobrás. Nesse sentido o diretor da FUP, Rafael Crespo, alertou que Macaé vive um cenário complicado com a perda de 30 mil postos de trabalho na cadeia de óleo e gás, que envolve desde a indústria até o restaurante que fornece alimentação.

As novas empresas que vão chegar não tem responsabilidade social e identidade local com Macaé. Crespo citou como exemplo a Perenco que acabou de comprar sete plataformas e já declarou que vai trabalhar com 40% do efetivo que a Petrobrás trabalhava, sendo eles de qualquer nacionalidade.

A importância do corpo técnico da Petrobrás para o país foi explicada ao público pela geóloga e geofísica, Rosângela Buzanelli. “Passamos a vida toda de trabalho sendo treinados e nos especializando Descobrir um campo de petróleo leva muitos anos. São vários especialistas trabalhando com o mesmo propósito para indicar um local a ser perfurado e só se descobre óleo e gás depois de furar” – conta.

Ela explicou que com a quebra do monopólio em 1997, várias empresas podiam vir aqui e procurar petróleo, mas segundo Rosângela, eles só chegaram depois que a Petrobrás já havia descoberto óleo, inclusive no pré-sal. E agora querem levar nossas riquezas.

O especialista do Dieese, Iderlei Colombini, fez uma apresentação baseada em números e detalhou os impactos nos empregos no país e no Norte Fluminense. Ele explicou que no governo Temer foram vendidos campos de petróleo, refinarias , petroquímicas e geradoras de energia. “No governo Bolsonaro já foram vendidos 15, 4 bilhões da empresa, incluindo a BR Distribuidora. Hoje, das 21 empresas de petróleo no mundo, apenas a Petrobrás não possui uma empresa distribuidora” – afirmou Colombini.

Essa atividade foi mais uma ação de mobilização da categoria petroleira e da sociedade macaense que tanto depende dessa empresa para sua economia, crescimento e desenvolvimento.