No dia 26 dezembro, último, foi detectado um surto de COVID na plataforma de P-61 após o desembarque de duas pessoas. Até o dia 1 de janeiro já haviam desembarcado 14 pessoas que testaram positivo, cinco deles fizeram o teste por conta própria após terem conhecimento do surto na plataforma.
O Sindipetro-NF novamente denuncia que mais uma vez a Petrobrás não testou todos os trabalhadores a bordo e colocou a vida deles em perigo e de suas famílias, já que permitiu que fossem para casa sem testagem. Também reforça a importância da testagem compulsória de toda unidade, após o embarque ou em caso de positivos a bordo, o que na visão da diretoria de entidade certamente reduziria a contaminação.
Essa sugestão é baseada no procedimento aprovado pela Fiocruz de que, em no máximo uma semana, todos sejam testados a bordo. E o sindicato tem a informação que nesse e em outros casos as pessoas apresentaram sintomas após sete dias embarcadas.
“É importante ressaltar que mesmo agora o vírus pode estar ainda na plataforma. Pois conforme relatado em ata de CIPA alguns trabalhadores tiveram contato no trabalho ou no refeitório com os contaminados. Estes na testagem geral tiveram o resultado negativo, mas podem ser falsos negativos devido a janela de sensibilidade do teste de PCR.
Os trabalhadores solicitaram na reunião da CIPA que haja uma nova testagem geral com o objetivo de descartar essa possibilidade. Mas a empresa permanece irredutível em sua postura” – comenta o Coordenador do Departamento de Saúde do sindicato, Alexandre Vieira.
Vieira explica que o pedido dos trabalhadores está em consonância com vários estudos científicos sobre falsos negativos. Uma pesquisa publicada no site de medicina em seus anais de Coronavírus em agosto de 2020 sobre a Variação na taxa de falsos negativos de testes SARS-CoV-2 mostrou que durante os quatro dias de infecção, antes do tempo típico de início dos sintomas (o quinto dia), a probabilidade de um resultado falso-negativo em uma pessoa infectada diminui de 100% (IC de 95%, 100% a 100%) no primeiro dia, para 67 % no quarto dia. A conclusão da pesquisa é de que “deve-se ter cuidado ao interpretar os testes RT-PCR para infecção por SARS-CoV-2 – particularmente no início do curso da infecção – ao usar esses resultados como base para remover as precauções destinadas a prevenir a transmissão progressiva. Se a suspeita clínica for alta, a infecção não deve ser descartada com base apenas na RT-PCR, e a situação clínica e epidemiológica deve ser cuidadosamente considerada”.
No entendimento da diretoria do NF, a empresa não querer ter o cuidado com os testes só demonstra uma falha técnica ou passa por uma decisão econômica que não respeita vidas. Essa postura deve ser fiscalizada e punida pelos órgãos responsáveis.
P-35 em alerta
A plataforma de P-35 está com suspeita de surto de COVID. De segunda, 4, até ontem, 6, 14 trabalhadores desembarcaram . O NF não tem informação do resultado dos testes, mas está acompanhando o caso também.