Em 12 de março de 2020, o Brasil registrou a primeira morte por COVID-19: uma trabalhadora doméstica, Cleonice Gonçalves, que não foi dispensada pela empregadora com a doença confirmada, evidenciando a vulnerabilidade da classe trabalhadora diante da pandemia. Desde então, até 12 de fevereiro de 2025, o país acumulou 715.108 óbitos pela doença. No estado do Rio de Janeiro, os registros somam 17.264.943 mortes, sendo 958.248 no Norte Fluminense.
A pandemia ressaltou a importância dos trabalhadores essenciais que mantiveram a sociedade funcionando, mesmo diante de riscos importantes. No setor petróleo, a COVID-19 teve um impacto profundo: foram registradas 58 mortes de trabalhadores na Petrobrás e 16 na Transpetro, totalizando 74 vidas perdidas na companhia e sua subsidiária, conforme o Boletim Petroleir@se Covid-19, elaborado pelo DIEESE para a FUP.
O Sindipetro-NF desempenhou um papel crucial na proteção dos trabalhadores durante a pandemia. Entre as ações destacaram-se a distribuição de máscaras PFF-2, a realização de testes nos aeroportos e a construção de um protocolo de prevenção desenvolvido pelo sindicato com a aprovação da Fiocruz. Este protocolo, que incluía medidas como a realização de testagens por RT-PCR a bordo das unidades como medida de triagem preventiva, foi incorporado em recomendações do Ministério Público do Trabalho (MPT).
Além disso, o sindicato denunciou surtos e negligências, buscando garantir a saúde e a segurança dos petroleiros no Norte Fluminense. Para marcar a passagem da data, o Sindipetro-NF realiza um ato hoje, na sua sede em Macaé, durante atividade dos aposentados e pensionistas às 10h.
Neste momento de reflexão, lembramos de tempos em que as ruas ficaram desertas, comércio fechou, escolas pararam, e a incerteza tomou conta da humanidade. O vírus se espalhou rapidamente, levando milhões de vidas e deixando marcas profundas em todos nós. Também prestamos nossa homenagem a todas as vítimas da COVID-19 e reconhecemos o papel indispensável da classe trabalhadora, que, com coragem e dedicação, assegurou a continuidade da vida cotidiana em tempos exigidos.
COVID Longa
A COVID Longa foi definida como a presença de sinais e sintomas que se desenvolvem durante ou
após a infecção pela COVID-19 e que persistem por 12 ou mais semanas. Os cinco sintomas pós-COVID mais comuns foram: fadiga, mal-estar pós-exercional (piora ou surgimento de sintomas entre 24 e 72 horas após esforço físico ou cognitivo), dor nas articulações, alterações no sono e comprometimento cognitivo. Ainda como sintomas de alta prevalência (desenvolvidos em mais de 25% dos entrevistados), foram relatadas dormência, ansiedade e depressão (veja infográfico abaixo).
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com o Sindipetro-NF, está conduzindo uma investigação aprofundada sobre a extensão e gravidade das condições de saúde pós-COVID em trabalhadores offshore. Esta ação faz parte do projeto “Covid Longa em trabalhadores Offshore”, que busca entender melhor as sequelas prolongadas da doença.
A coleta de material biológico é essencial para que as pesquisadoras do Cesteh – Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador da Fiocruz – possam obter dados para avaliar os impactos da COVID-19 na saúde (COVID Longa).
Para participar do pré-teste, a Rede Trabalhadores & Covid-19 convida cada trabalhador(a) a responder uma breve enquete que visa verificar o interesse em participar da pesquisa. Clique AQUI e participe!
Infográfico Covid Longa