A parte da manhã do Curso de Cipa foi voltado para a abertura política e, posteriormente para uma palestra do assessor jurídico Normando Rodrigues sobre o Histórico da Cipa, seu surgimento e obstáculos.
Participaram da mesa de abertura os diretores do NF, Armando Freitas, Vitor Carvalho e José Maria Rangel, o representante da FUP, Francisco José, o presidente da CUT/RJ, Darby Igaiara e o representante do Ministério do Trabalho, Luiz Sergio de Oliveira.
O Coordenador do Departamento de Saúde do NF, Armando Freitas, afirmou que esse curso deve se tornar referencia para outros sindicatos e desejou um excelente evento para todos.
Um curso dentro da ótica sindical foi o objetivo de realização desse evento, colocou Vítor Carvalho. Para ele é importante que os cipistas que participam desse curso passem a desempenhar um papel de fiscalizadores em conjunto com o sindicato. “Daremos aqui as ferramentas de trabalho para que o cipista possa analisar melhor os acidentes na industria, e assim possam atuar de forma incisiva em seus locais de trabalho” – disse.
O diretor da FUP, Chico Zé, lembrou que saímos de um modelo de Cipão para esse novo formato de Cipa por plataforma e unidades. “A federação e seus sindicatos vão reafirmar que esse modelo seja exercitado por todo movimento sindical petroleiro” – pontuou.
“Um curso com o olhar do trabalhador e das organizações de trabahadores que auxiliam os cipistas no dia a dia do trabalho, que vem fortalecer nossa organização a partir do local de trabalho” – assim foi definido por Darby essa iniciativa do NF, que fez questão de demonstrar aos participantes a importância do grande avanço de termos Cipas por plataforma. ” Parece que a vida não tem valor e que o lucro está acima de tudo na lógica do patrão. Na nossa lógica é completamente o inverso, a vida tem o maior valor” – comentou.
O Anexo 2 da NR-30 é um marco divisor das iniciativas em prol da segurança do trabalhador embarcado, terá em 30 dias a maioria dos dispositivos já em vigor e qundo será possível definir os conceitos mínimos de segurança no trabalho, foi a base do discurso do representante do Ministério do Trabalho que foi seguido pelo Coordenados do Sindipetro-NF, José Maria Rangel.
Zé Maria disse que esse curso pode ser o pontapé inicial para mudar a triste realidade do setor petróleo, principalmente no privado. ” Questiono se nos incomoda a morte de um companheiro de trabalho, sua mutilação, a subnotificação de acidentes. Se entendermos que isso não incomoda, a gente pode parar por aqui, se ao contrário, a gente continua. É disso que estamos falando. Nossa responsbilidade é muito grande no setor petróleo que crescerá de forma espantosa. Nossa geração que determinará quais serão as normas de segurança para o futuro” – disse.
Para o coordenador já passou da hora de fazermos uma greve por segurança na área de petróleo. Ele afirma que para os patrões, os petroleiros são meras peças de reposição e deu como exemplo o último acidente no golfo do México, onde a imprensa não fala nos 11 trabalhadores mortos, só no vazamento,
Criticou o fato da maioria das gerências não terem liberado os trabaladores cipistas eleitos que estavam embarcados. E alertou que isso comprova que os trabalhadores terão uma disputa com a Petrobras nessa área. “Não tenho dúvida que isso vai desembocar numa greve na Bacia de Campos, já passou da hora, só assim o governo, as empresas e orgãos de fiscalização vão nos ouvir” – conclui.
Em seguida a mesa foi desfeita e Normando falou sobre a origem das Cipas, fez uma apresentação que se iniciou na reflexão histórica de que o trabalho é inseguro, demonstrou que toda legislação na área de segurança do trabalho foi construída a partir da mobilização dos trabalhadores, que tiveram um grande acidente como gerador.