PCAC: Fup mantém indicativo de greve de 24 horas

A diretoria da FUP esteve reunida na tarde de hoje para avaliar o conteúdo da proposta do Plano de Classificação e Avaliação de Cargos (PCAC) apresentada pela Petrobrás na última sexta, 27. Para a direção da Federação essa proposta não contempla os anseios dos petroleiros e mais uma vez busca dividir a categoria.

A Federação adotou uma estratégia para manter a categoria mobilizada e mostrar para a Petrobrás a nossa insatisfação com a proposta apresentada. Está mantido o indicativo de paralisação de 24 horas que começa no dia 3 de maio.  Veja calendário abaixo: 

– Dia 03 de maio: paralisação nas bases do Sindipetro/NF, Sindipetro Caxias e Sindipetro/MG.

– Dia 08 de maio: paralisação na REPLAN, REPAR e Terminal de Paranaguá, Transpetro São Paulo, Sindipetro/RN (áreas de produção), REMAN, Sindipetro/ES (Áreas operacionais) e Sindipetro/PE-PB.

– Dia 10 de maio:  paralisação nas bases do Sindicato dos Químicos e Petroleiros/BA, REFAP, RECAP, EDISP, Sindipetro/RN (Administrativo), Transpetro/SC, SIX-PR, Sindipetro/ES (administrativo), Transpetro/RS, Transpetro São Paulo.

Um plano em disputa

A  FUP alertou diversas vezes para a tentativa de alguns setores da companhia de não permitir avanços importantes no PCAC. Agora essas tentativas se confirmam com a apresentação de uma proposta pela Petrobrás, que por um lado mantém aspectos perversos e, por outro, não avança suficientemente em pontos importante do PCAC. Durante muitos anos o Plano de Cargos foi utilizado como uma ferramenta de gestão exclusiva da empresa, sem transparência ou abertura para discussão com os trabalhadores. 
O PCAC no passado recente reforçou a política da Petrobrás de tentar minar o espírito coletivo da nossa categoria. Esta, portanto, é muito mais do que uma discussão meramente econômica. É através de um novo PCAC que poderemos avançar para acabar com as discriminações e privilégios que tanto denunciamos e combatemos.
 Os petroleiros querem um plano de cargos e salários que de fato cumpra a sua função, com transparência, sem discriminações e que resolva o enorme abismo que a companhia criou ao tratar iguais de forma desigual. O novo plano tem que fazer uma ruptura clara neste sentido. Este é o anseio de toda a categoria petroleira, que há anos luta para acabar com essas diferenciações.

Veja alguns dos motivos para manter a greve de 24 horas a partir do dia 3:

1- RETROATIVIDADE – A Petrobrás descumpriu o prazo estipulado no ACT 2004/05 de apresentação do plano em maio de 2006, portanto a FUP e os  Sindicatos querem a retroatividade do plano a maio de 2006, e não a janeiro de 2007,  como propõe a Companhia.

2- VALORAÇÃO DOS CARGOS – A Petrobrás não apresentou ao movimento sindical a pesquisa de mercado feita por ela. É no mínimo estranho que o teto das carreiras operacionais no nível superior sejam iguais as carreiras administrativas. Já no nível médio isso não ocorre, pois as carreiras de operação e manutenção são mais valoradas que as administrativas. É urgente que a Petrobrás apresente e tente explicar a pesquisa de mercado, se ela conseguir é claro.

3- REENQUADRAMENTO – Enquanto alguns grupos ultrapassam 50% de variação salarial no reenquadramento (inicial das carreiras), outros têm o reajuste de 0,04% (níveis intermediários). No nível médio, o final das carreiras teve o acréscimo de um (1)  nível, já no nível superior foi de cinco (5) níveis. Insistimos que é  urgente que a Petrobrás apresente e tente explicar a pesquisa de mercado.

4-MOBILIDADE – A proposta apresentada pela Petrobrás , continua a manter a perversidade dos últimos anos , pois  quando ela propõe a criação de uma nova tabela salarial , com subníveis e diz que o prazo máximo sem mobilidade é de 36 meses no subnível (+/- 1,9%) é o mesmo que dizer que o trabalhador poderá ficar 72 meses (6 anos) sem receber um nível,ou seja , é manter o que já existe hoje. Além disso, mantém a possibilidade de gerentes concederem 2 e 3 níveis de uma só vez, beneficiando alguns enquanto outros esperam 6 anos para alcançar um nível. A proposta prevê ainda a possibilidade de contra-indicação dos gerentes para o avanço de nivel das categorias pleno e senior e não leva em consideração o tempo de carreira dos trabalhadores.

5-DESCRITIVO DAS CARREIRAS – A Petrobrás não apresentou ao movimento sindical , o descritivo das carreiras, o que foi apurado quando das entrevistas com os trabalhadores.

Só a mobilização garante um PCAC justo para todos!

Direção Colegiada da FUP