Peça “Maria” que trata de violência de gênero impactou plateia no teatro do Sindipetro-NF

Silencio total ! Foi assim que ficou a plateia que assistiu a peça apresentada no Dia Internacional da Mulher no teatro do Sindipetro-NF, ontem, 8 de março. A peça Maria do Coletivo Flores que mostrava cenas de violência física e emocional contra a mulher mexeu bastante com o público e levou muitos à emoção.

O evento, produzido pela secretaria de Políticas para as Mulheres em parceria com o CIEMH2 e o Sindipetro-NF. Após a peça aconteceu uma roda de conversa com a participação da vereadora Izabella Vicente, da diretora do Sindipetro-NF, Leide Morgado, da coreógrafa e intérprete, Luize Pessanha e a coreógrafa Tais Vieira, a coordenadora do Ceam (centro Especializado de Atendimento à Mulher, Natália Mustafá, mediada pela secretária da pasta, Sheila Juvêncio.

Sheila Juvêncio deu início à roda de conversa falando sobre o impacto que o espetáculo traz para o público. Em cena, os bailarinos retratam agressões e situações em que a mulher é vítima de violência.

“É muito difícil não ficar impactado, porque assistir cenas como essas nos trazem muita dor. Todo mundo conhece alguém que já sofreu violência, uma amiga, alguém da família, você mesma. Mexer nessa ferida é dolorido, mas ao mesmo tempo muito necessário”, ressaltou.

Luize Pessanha lamentou que esse debate da violência de gênero não consiga chegar aos agressores e trazê-los ao debate.

A diretora do Sindipetro-NF, Leide Morgado, lembrou da importância de espaços como esse para a discussão de políticas públicas para as mulheres e destacou os poucos avanços na igualdade de gênero no setor de óleo e gás: “Acompanhamos as pesquisas do DIEESE e em 10 anos o número de mulheres nesta indústria se manteve estável. É algo fundamental a se pensar. A diretora do NF, Bárbara Bezerra criou a # Por mais mulheres a bordo para incentivar a presença feminina a bordo, além da questão do espaço, é importante combater a discriminação e o assédio”, avaliou.
O evento faz parte da programação do “Março Entre Mulheres”, preparada pela secretaria de Políticas para as Mulheres para este mês e do mês das mulheres do Sindipetro-NF.

A peça

O espetáculo “Maria” aborda o tema da violência doméstica de forma poética a partir de relatos verídicos, estudados a campo e transformados em dança experimental a partir do corpo urbano do Coletivo Flores. O trabalho corporal virtuoso desenvolvido a partir de uma narrativa linear feita com dança, tem como finalidade aproximar as pessoas da “história” para que possam se identificar com os artistas em uma conversa coreográfica de forma intensa e dirigida às possíveis emoções. Os intérpretes criadores desta apresentação foram Renato Mota e Joyce Pacheco.

Idealizado a partir do espetáculo PENHA, o trabalho é uma obra para espaços urbanos e alternativos sem recursos de iluminação ou estruturas técnicas e foi pensado como quem conta um conto real a ser visto em movimentos. A direção e concepção são de Taís Vieira e a coreografia está à cargo do Coletivo Flores. A produção é de Dilma Negreiros e a sonorização/produção musical feita por Taís Vieira e Thiago Morethe.

Texto: Cris Rosa e Fernanda Viseu