Petrobras age com truculência e represália impedindo a presença de sindicalistas nos pontos de embarque para as plataformas

Sindicalistas foram expulsos de dentro do saguão do Aeroporto de Macaé por seguranças da Petrobrás e impedidos de conversarem com trabalhadores na manhã dessa quinta, 9. A atitude truculenta é uma represália contra as denúncias que o sindicato vem fazendo sobre condições inseguras nas unidades da Petrobras. Há mais de vinte anos os diretores do sindicato fazem pequenas reuniões e palestras nos embarques para as plataformas da empresa nos aeroportos. Nem mesmo os gerentes da era FHC tentaram impedir o acesso de sindicalistas aos trabalhadores nesses locais.

O sindicato também recebeu denúncia de que os trabalhadores da P-33 foram assediados, na terça, 7, pelo gerente Humberto Spinola Araújo, como noticiou o boletim Nascente. Os trabalhadores foram deslocados do Aeroporto de Farol de São Tomé, onde embarcariam, para a Base de Imbetiba para participarem de uma “conversa” com o gerente. O grupo estava embarcado no sábado, 7 de agosto, data da assembleia à bordo de P-33 que confirmou a insegurança na unidade. Ainda na terça, 7, um enorme contingente de gerentes embarcaram em diversas plataformas da Bacia de Campos.
 
É dessa forma truculenta e usando de represália contra sindicalistas e trabalhadores que a empresa pretende “solucionar” as deficiências de gestão que provocaram o caos nas plataformas da Bacia de Campos. O sindicato vai enfrentar mais essa tentativa da empresa de calar aqueles que tentam evitar que uma tragédia aconteça. Desde a interdição da P-33, a Petrobrás tem agido para tentar impedir que as informações sobre as condições de trabalho cheguem ao conhecimento do sindicato: apagando imagens no sistema de computadores da empresa, monitorando e bloqueando e-mails.
 
Para o sindicato atitudes como essas só servem para revoltar ainda mais os trabalhadores que tem enviado através de carta externa documentos e cartas anônimas ao sindicato para fugir de represálias. “A empresa deveria concentrar seus esforços na tarefa de solucionar o enorme passivo de reparos e manutenção das unidades que geraram as denuncias ao invés de tentar calar quem denuncia” comenta José Maria Rangel, Coordenador Geral do Sindipetro-NF.
 
O sindicato iniciará uma série de protestos contra mais esse desrespeito ao direito de organização dos trabalhadores e levará o caso ao Conselho Deliberativo da FUP que reúne na sexta, 10.