Petrobrás completa 69 anos com esperança de renascimento

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Da Imprensa do Sindipetro Bahia – Há 69 anos, a partir da mobilização popular e da campanha “O Petróleo é Nosso”, no governo de Getúlio Vargas, nascia a Petrobrás. Envolta em disputas e cobiças de países estrangeiros, desde a sua criação, em 3 de outubro de 1953, a Petrobrás vem enfrentando diversos desafios para se manter como uma empresa pública e integrada.

Desmontada e vendida aos pedaços no governo Bolsonaro, com preços muitas vezes abaixo do mercado, a Petrobrás não é mais a mesma de 18 anos atrás. Antes uma empresa forte, atuando do poço ao posto, gerando empregos e riquezas para o país e agindo com responsabilidade social, a Petrobrás hoje serve somente aos seus acionistas privados. E no lugar de trabalhar pelo povo trabalha contra o povo brasileiro, que devido à política de preços adotada pela atual gestão da estatal é obrigado a pagar por combustíveis caríssimos.

A direção da Petrobrás, sob Bolsonaro, age como Robin Hood ao contrário: esvazia os bolsos do povo para encher os bolsos dos acionistas da empresa. No segundo trimestre de 2022, a Petrobrás registou lucro líquido de R$ 54,330 bilhões, em grande parte devido ao combustível caro vendido no Brasil. Grande parte deste lucro foi distribuída aos acionistas da empresa.

Agora, com a grande possibilidade de Lula ser eleito presidente do Brasil, ressurge a esperança de que a Petrobrás volte a ser ou pelo menos se aproxime do que era. Lula já deixou claro em sua campanha que vai mudar a política de preços da estatal e vai investir nas refinarias e na indústria naval, estimulando a produção interna e gerando empregos no país.

Para o Sindipetro Bahia, já existem no Brasil fatores técnicos e econômicos que favorecem a retomada da indústria naval, além de uma janela de oportunidades que já está aberta com as projeções de construção de plataformas já previstas pela própria Petrobrás para atender ao pré-sal e ainda há a descoberta de petróleo em águas ultraprofundas que foram feitas em Sergipe. Portanto, existe uma grande demanda para a construção de plataformas e navios no Brasil que podem ser construídos utilizando mão de obra nacional em estados que já têm infraestrutura para isto como Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Bahia.

Bahia, berço do petróleo e da Petrobrás

Para contar melhor a história da Petrobras é preciso voltar à década de 1930, quando muitos esforços foram feitos para encontrar petróleo em solo brasileiro. Na época, moradores do bairro do Lobato, localizado em uma zona rural de Salvador, na Bahia, relataram a presença de um óleo preto e espesso na vegetação e diziam que a água retirada do poço, além de ser imprópria para consumo, “pegava fogo”.

Em 29 de julho de 1938, já sob a jurisdição do recém-criado Conselho Nacional de Petróleo – CNP, foi iniciada a perfuração do poço DNPM-163, em Lobato. No dia 21 de janeiro de 1939, finalmente, eis que surge o petróleo ocupando parte da coluna de perfuração. Apesar de ter sido considerado antieconômico, o poço foi o marco fundamental da confirmação da presença de petróleo na Bahia e no Brasil.

Depois de Lobato, foi descoberto o Candeias 1, primeiro poço de exploração comercial, localizado na cidade de Candeias, no recôncavo baiano.

Em 1941, o óleo negro passou a ser comercializado, a partir da descoberta do poço Candeias 1. Descoberta essa que, em 3 de outubro de 1953, levou à oficialização do monopólio estatal sobre a atividade petrolífera e a criação da empresa “Petróleo Brasileiro S.A.”, mais conhecida como Petrobras. Até 1965, a Bahia foi o único estado nacional a produzir petróleo.

Esse foi só o começo de uma grande história que levou à ampliação do Sistema Petrobras, à criação do Polo Petroquímico de Camaçari – o mais integrado do hemisfério Sul – e à aceleração do desenvolvimento econômico da Bahia.

O estado nordestino também foi o único do Brasil onde a Petrobrás desenvolvia todas as suas atividades econômicas: RLAM (refino), Transpetro (logística) FAFEN (fertilizantes, ureia e amônia) PBIO (Biodiesel) Termoelétricas (energia), Campos Terrestres (produção de petróleo e gás) e EDIBA (prédio administrativo).

A partir do governo Temer, e de forma mais intensa no governo Bolsonaro, a política de negócios da Petrobrás foi totalmente modificada, inaugurando a era das privatizações das unidades da estatal e até a tentativa de privatizar a própria Petrobrás, o que vem trazendo muitos prejuízos econômicos e sociais para o Brasil e particularmente para a Bahia.

“Com Lula ocupando novamente a presidência do Brasil bons ventos vão voltar a soprar, não só para esta grande empresa que é a Petrobrás, mas para todo o povo brasileiro”, afirma, com confiança, o Coordenador Geral do Sindipetro Bahia, Jairo Batista.

[Arte: Imprensa do Sindipetro-BA]