“Nós perdemos o Brasil! O poder ocidental mundial derrubou nossos governos e hoje temos um governo de ocupação estrangeira, capitaneado pelo Guedes. Nos tornamos mais uma vez colônia só que agora do capital financeiro” – denunciou o ex-diretor de Exploração e Produção da Petrobrás, Guilherme Estrella, na primeira mesa do 18º Congresso dos Petroleiros e Petroleiras do Norte Fluminense (Congrenf).
Em sua palestra durante a noite desta quarta, 14, Estrella, contou um pouco da história do Brasil e de seus recursos naturais e como somos um país rico, com minérios, floresta amazônica e bacias hidrográficas, mas que por outro lado tínhamos um problema que era a falta de energia. “Foi com com Getúlio Vargas na década de 30 que o país descobriu o primeiro campo de petróleo em Candeias (que produz até hoje), e aí o petróleo passa a ser um componente energético da economia e para protegê-lo foi criado o movimento de massa em defesa da soberania. O petróleo é nosso. Depois com a descoberta da Bacia de Campos chegamos a autossuficiência em 2006 e em seguida a descoberta do pré-sal que chamou atenção do mundo todo” – contou.
“O pai do pré-sal” como é conhecido Estrella por ter comandado a descoberta e exploração da principal reserva brasileira de petróleo, também falou sobre a operação Lavajato, que em sua visão teve o papel de destruir a soberania nacional e atingir a Petrobrás. Uma operação que começou a desmontar a companhia, tirou a Petrobras como operadora única e abriu as portas de exploração para empresas estrangeiras, quebrando “um dos pilares da reindustrialização brasileira”.
Para Estrella, se conseguirmos eleger um novo governo é possível desfazer tudo o que foi feito, com um grande plebiscito revogatório. E assim reconstruir a Petrobrás, como empresa “protagonista do setor de petróleo e gás natural no Brasil”.
A primeira mesa do Congresso “Petróleo para quem?” também contou com as presenças do diretor do Sindipetro-NF e ex- conselheiro do CA da Petrobrás, Zé Maria Rangel e o assessor jurídico, Normando Rodrigues, sendo mediada pelos diretores Bárbara Bezerra e Alessandro Trindade.
Normando iniciou sua fala explicando para a plateia porque o Bolsonaro deveria ser considerado um genocida e que um dos pilares do fascismo é a normalização da morte como instrumento de se fazer política. Sobre o que acontece com a Petrobrás, disse que deve ser entendido como algo que acontece no mundo todo. Disse que a história é feita de ciclos de ruptura e continuidade.
Citou que a “automação como um dos processos de ruptura que acabou com a concentração de trabalhadores numa mesma planta industrial. Não comprometeu a centralidade do trabalho, mas implicou no fato dos trabalhadores não se identificarem mais enquanto classe e pleiteando participação na vida política e econômica. O capital começa a dizer que o trabalhador não é necessário e as instituições do sufrágio universal e soberania popular não são mais necessários”.
Ao falar sobre a Petrobrás, Normando disse que a empresa foi apropriada pelos fascistas para ser desmanchada, porque os países mais industrializados não aceitam que os países periféricos cresçam e a forma de fazer isso é impedindo o desenvolvimento do mercado interno.
Zé Maria Rangel considera que “vivemos um caos atualmente e que a Petrobrás tem que ser instrumento do desenvolvimento e grande geradora de emprego e renda no país, assim como investidora em cultura e meio ambiente. Para isso, temos que fazer nosso dever de casa e assumir o compromisso de eleger Lula presidente e reconstruir o Brasil.