Petrobrás diz que hangar interditado pela DRT opera “normalmente”

O Sindipetro-NF teve acesso a um DIP (Documento Interno do Sistema Petrobrás), assinado pelo gerente setorial de Transporte de Pessoas, Antonio Alves Porciuncula Junior, onde a companhia, mesmo depois da interdição feita pela DRT (Delegacia Regional do Trabalho) no hangar da empresa BHS no aeroporto de Macaé, afirma que “o hangar e toda a infraestrutura de manutenção de aeronaves da empresa BHS estão funcionando normalmente”. O Documento foi colocado no sistema interno da Petrobrás na terça-feira, dia 4. A interdição ocorreu na sexta-feira, 29.

O documento diz ainda que “Todas as intervenções de manutenção (programadas e corretivas) desta empresa estão sendo feitas conforme o padrão exigido pela Petrobrás”.

O sindicato considera muito grave este posicionamento oficial da empresa, que demonstra despreocupação com a segurança dos trabalhadores e arrogância no relacionamento com o Ministério do Trabalho. A companhia não está acima da Lei, e o seu “padrão exigido” não pode se sobrepor ao que é exigido pela legislação e foi cobrado pela DRT — motivando a interdição.

Consultada hoje pelo Sindipetro-NF, a DRT desconhecia qualquer decisão que permitisse o funcionamento do hangar da BHS. Mesmo que a empresa tenha obtido uma decisão liminar para o funcionamento, quem deve ser acionado para liberar a oficina é a DRT.

O NF estranha a necessidade da Petrobrás em divulgar documento para defender a empresa BHS, justamente em um momento em que todas as atenções se voltam para a necessidade de investigar as razões para tantos problemas nos vôos e tantas mortes.

Fora da Cipa
Outra manifestação da negligência da Petrobrás no tratamento da segurança ocorreu nesta quarta, 5. Os presidentes das Cipas da EP-Serv e da UN-Rio, que são indicados pela empresa, não enviaram representantes para reunião da Cipa da UN-BC que discutiu o acidente do último dia 26.