Petrobrás impõe peregrinação diária a trabalhadores da obra em P-65

[Atualizada às 12h do sábado, 25]

Na noite da sexta, 24, o Sindipetro-NF recebeu a denúncia de que o voo prefixo PR-CHC, que saiu de P-65 com destino a NS-15, não pôde pousar no destino devido o anoitecer. É procedimento da segurança de voo que os helicópteros decolem das plataformas para terra antes que o sol se ponha. O helicóptero transportava 9 trabalhadores que foram obrigados a desembarcar no Aeroporto de Cabo Frio, para pernoitar e está previsto para sábado, 25, o reembarque.

Em torno de 48 trabalhadores estão diariamente transbordando pela manhã de NS-15 para P-65 e pela tarde voltando a plataforma de origem, pois a P-65 não tem estrutura para abrigar esses trabalhadores e por isso pratica essa arbitrareidade.

“Esses trabalhadores estão sendo tratados de forma cruel e desumana pela Petrobras. Esse tratamento não condiz com o código de ética da empresa. A UO-BC está, há 30 dias, insistindo nessa peregrinação que os discrimina e aumenta riscos, tanto no transporte como no trabalho a bordo. Apesar de termos denunciado o problema para o governo através do MTE(Ministério do Trabalho e Emprego) o mesmo está lavando as mãos, até o momento. O sindicato vai continuar divulgando cada uma das ocorrências para expor o absurdo desse procedimento adotado pela Petrobrás na P-65.”, critica o Coordenador Geral do Sindipetro-NF Marcos Breda.

Atualização (25/12/2015 – 12h)

O sindicato recebeu denuncia que os nove trabalhadores que desembarcaram de P-65 permaneceram até 21h30 da sexta, 24, no Aeroporto de Cabo Frio, na iminência de serem expulsos para o fechamento do local. A Petrobrás não acionou sua infraestrutura e a empresa Odebrecht após muita espera improvisou uma Van que os transportou até a cidade de Macaé, onde foram hospedados. Segundo as informações eles estavam sem seus documentos pessoais que permaneceram a bordo do NS-15, fato que os deixou vulneráveis durante todo o tempo.

Após mais essa ocorrência, o sindicato, novamente, vai acionar a fiscalização da SRTE para que a Petrobrás cesse os transbordos diários que ocorrem na plataforma. Internamente à Petrobras, o Sindicato vai denunciar o descumprimento do item 4.1 do código de ética em que a empresa se compromete a “disponibilizar para os empregados de empresas prestadoras de serviços e para os estagiários do Sistema Petrobras, quando em atividade em suas instalações, as mesmas condições saudáveis e seguras no trabalho oferecidas aos seus empregados, reservando-se o direito de gestão do conhecimento e de segurança da informação do Sistema”.