Da Imprensa da FUP
Através da utilização de um instrumento jurídico autoritário e constrangedor, a Petrobrás vem burlando a Lei de Greve e desrespeitando o livre exercício deste direito. Os interditos proibitórios que a empresa está utilizando para obrigar os petroleiros a desocuparem seus locais de trabalho são na verdade uma medida judicial de afirmação do direito de propriedade.
Agindo desta forma autoritária, a Petrobrás, além de atropelar todos os princípios da liberdade sindical, coloca em risco também a segurança operacional das unidades e, consequentemente, a vida dos trabalhadores. Foi assim que a empresa agiu na noite desta terça-feira, 24, quando obrigou os trabalhadores do Terminal de Solimões a desembarcarem à noite para a cidade de Coari e entregarem a unidade imediatamente para os gerentes e supervisores. Os petroleiros foram obrigados a atravessarem o rio de madrugada, procedimento arriscado e que fere as normas de segurança da própria Petrobrás, cujos embarques e desembarques só ocorrem durante o dia.
Também no Terminal de Guarulhos, o interdito proibitório utilizado pela empresa na noite de ontem (24) previa multa diária de R$ 100 mil e o uso de força policial para desocupação imediata do terminal. Somente após negociação do sindicato, a gerência aceitou que os trabalhadores realizassem de forma segura a passagem da operação para a equipe de contingência da empresa.
Os interditos proibitórios foram utilizados também na Bacia de Campos, Bahia, Rio Grande do Norte e Espírito Santo. Apesar das intimidações, arbitrariedades e truculência das gerências da Petrobrás, os petroleiros seguem firmes na greve em todas as unidades operacionais da empresa.