Petroleiras fazem evento em frente a refinaria

Da Imprensa do Unificado-SP

O segundo dia do 3º Encontro Nacional de Mulheres da FUP, ontem, começou com uma experiência diferente. Pela primeira vez, o evento foi realizado em frente a uma refinaria. As mulheres trocaram o auditório da Regional Campinas pela Replan. Chegaram bem cedo na empresa, já que o objetivo era parar os ônibus que traziam os trabalhadores e convidá-los para um bate-papo.

Muitos aceitaram o convite e desceram dos fretados na frente da portaria de acesso. Lá, ouviram a coordenadora do Coletivo das Mulheres, Anacélie Azevedo, falar sobre a condição e a luta das mulheres na sociedade. “A mulher já conseguiu avançar muito nas conquistas, mas ainda tem um caminho longo pela frente”, afirmou.

O coordenador da FUP, José Maria Rangel, deu alguns esclarecimentos sobre o tratamento que tem sido dado à Petrobrás, especialmente pela mídia. “A mídia quer que todos pensem que a Petrobrás é incompetente e que não temos condições de operar o pré-sal, o que não é verdade. Quem tem petróleo tem poder e nós temos que continuar defendendo a lei da partilha, que possibilita a redenção do nosso povo”, declarou.

Artilharia da imprensa

Para Cibele Araujo, coordenadora do Unificado, a partir de agora, a artilharia da imprensa deve se voltar para a lei de partilha. “A divulgação do balanço tirou a Petrobrás do olho do furacão. O foco agora será a partilha. A oposição está se articulando para colocar em votação, em regime de urgência, os projetos de Serra e Aloysio Nunes, que visam enfraquecer a Petrobrás e privatizá-la”, alertou.

Terminada a apresentação, os trabalhadores assumiram seus postos na refinaria e as mulheres se reuniram na tenda, montada em frente à empresa. Cada uma foi convidada a se apresentar e falar um pouco da sua história de vida e de militante sindical.

Logo em seguida, as petroleiras assistiram a uma palestra da pesquisadora de gênero da Unicamp Angela Araújo. Ela falou sobre a divisão sexual que, lamentavelmente, ainda existe na sociedade e que tanto prejudica as mulheres no trabalho. “O poder hierárquico que sempre diminuiu a posição das mulheres nas empresas ainda não foi quebrado”, declarou. Segundo ela, a mulher continua tendo dificuldade de se tornar visível. “É possível mudar essas questões de progressão das mulheres, mas os sindicatos precisam se envolver e a presença das mulheres nesse processo é indispensável. A posição das trabalhadoras depende da luta das mulheres sindicalistas”, concluiu a palestrante.

No período da tarde, o encontro continuou no auditório da Regional Campinas. As petroleiras participaram de uma mesa de discussão do tema “Mulher e Sindicalismo” e de uma oficina sobre sexualidade feminina. Para fechar a programação, elas tiveram uma noite cultural bem animada, com direito a churrasco e grupo de Rap.

 

[Petroleiras em frente à Replan / Foto: Divulgação Sindipetro Unificado-SP]