“Preso pela Carne e pela Alma” narra a história de João, um homem que vive no árido sertão brasileiro, marcado pela seca implacável e pela luta diária pela sobrevivência. A obra do petroleiro Carlos Eduardo Gonçalves Wekid será lançada no dia 2 de setembro, na Bienal do Livro, no Rio de Janeiro. No dia 23 de setembro, o lançamento acontece em Campos dos Goytacazes, cidade do autor, na Academia Campista de Letras, localizada no Jardim São Benedito.
Graduado em Letras, atualmente Wekid cuida da comunicação entre o ativo de produção de Marlim Sul e órgãos reguladores na Petrobras. De acordo com o autor, a criação de “Preso pela Carne e pela Alma” começou ainda nas aulas de Literatura na universidade, entre o fim dos anos 90 e início dos anos 2000.
“Escrevi a história em uma página; ao me formar, transformei-a em um conto. Passados alguns anos, achei que poderia escrever um livro. Iniciei outra história e escrevi 40 páginas. Posteriormente, pensei que o conto poderia ser transformado. A partir daí, levei cerca de dois anos escrevendo e pesquisando as informações necessárias para a história, que é completamente verossímil e retrata fidedignamente a cultura do sertão semiárido e o grave problema da escravidão no campo”, completa.
Em 172 páginas, o livro conta a trajetória de João, um matuto que sonha com o mister de vaqueiro e vive nas cercanias de Vila Teimosa, localidade onde ainda figura o coronelismo. A narrativa retrata, em momentos e cenários atuais, a vida e a cultura do sertão brasileiro. A narrativa se caracteriza pela prosa poética e apresenta a vida do sertanejo.
A história divide em três partes, constituídas de subpartes que se interligam e retratam momentos da vida de João. A primeira parte é o período em que o protagonista constitui a família em meio à caatinga do sertão; a segunda ocorre durante um longo período de estiagem, quando a vida se torna ainda mais miserável; e a terceira, quando ele é aliciado a trabalhar e passa por uma experiência de mão de obra análoga à escravidão.
Em uma obra carregada de emoção, Wekid retrata cuidadosamente a experiência de João, que se vê fisicamente acorrentado à fazenda de cana-de-açúcar, mas também espiritualmente preso às memórias de sua vida em Vila Teimosa, onde experimentava uma liberdade que transcende a miséria material.
“Como diz o título, João está preso pela carne ao local onde está escravizado e pela alma à Vila Teimosa, local onde estão sua casa e sua família. A história mostra sempre a felicidade do personagem, que percebe que a miséria é toda a sua fortuna. Além de mostrar a cultura do sertão, a história traz uma reflexão sobre os valores materiais e os de liberdade”, conclui.
Nas redes sociais, no pelo perfil @carlos_eduardo_wekid, o autor divulga trechos do livro.