Petroleiro marca 3 anos de demissão política com distribuição de quentinhas nos Arcos da Lapa

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Às vésperas de completar três anos de sua demissão política da Petrobrás, o petroleiro Alessandro Trindade, diretor do Sindipetro-NF, realizou junto a outros companheiros do Movimento Petroleiro Solidário, um protesto ontem nos Arcos da Lapa, no Rio de Janeiro, no Dia do Trabalhador. O sindicalista distribuiu 300 quentinhas a pessoas em situação de vulnerabilidade alimentar.

Alessandro foi demitido da Petrobrás em 2 de junho de 2021, sob alegação de “justa causa”, acusado pela direção da empresa de ter participado da organização de uma ocupação de um terreno da companhia, em Itaguaí, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Na realidade, Alessandro esteve no local após a ocupação, justamente com o Movimento Petroleiro Solidário, para distribuir alimentos para os acampados.

Durante a ação de ontem na Lapa, o petroleiro disse ter constatado a presença insistente dos efeitos do desemprego provocado pela destruição da indústria naval e de petróleo na época da Operação Lava Jato.

“Pude verificar mais uma vez a destruição feita pela Lava Jato. Companheiros tocavam em mim e diziam: eu fui metalúrgico, fui da indústria naval, quando fechou eu vim morar no meio da rua. Eu contei o motivo da minha demissão e eles ficaram muito constrangidos, transtornados”, afirma Trindade.

O petroleiro busca, com o protesto, chamar a atenção para a necessidade de uma decisão que faça justiça sobre o seu caso, com a reintegração ao trabalho. “Marcamos esta ação como uma forma de protesto. Mesmo após ordem do presidente Lula, bolsonaristas que ainda estão na companhia resistem à minha reintegração. Eu aguardo para dia 28 de maio, na Sejur [Setor Jurídico da Petrobrás], que seja homologada a minha reintegração, corrigindo essa covardia que fizeram comigo”, declara.

Expectativa de proposta de acordo em 30 dias

No programa NF ao vivo do mês de abril, veiculado na semana passada, o coordenador geral do Sindipetro-NF, Tezeu Bezerra, e o assessor jurídico da entidade, Normando Rodrigues, deram informes sobre a luta pela reintegração de Alessandro Trindade.

“A gente tem negociado com a Petrobrás, e o presidente Lula já falou diversas vezes sobre a importância desse retorno dos companheiros [demitidos]. Eu pessoalmente também estou cuidando dessa questão do Alessandro, dedicando muita energia a esse retorno. Tem sido uma negociação muito dura, muito burocrática, ainda tem muito fascistóide dentro da Petrobrás, até a gente conseguir colocar o cavalo para andar demora um tempo. Mas está em um patamar de tentar resolver nas próximas semanas, nos próximos meses. É uma questão de honra para o movimento sindical petroleiro”, disse Tezeu.

O advogado Normando Rodrigues pontou ou que está sendo buscado uma solução pelo caminho da conciliação, que avalia como sendo mais rápido do que a via judicial. Uma audiência sobre o caso foi realizada no último dia 25. Nela, foi concedido à Petrobrás um prazo de 30 dias para apresentação de uma proposta de acordo sobre a reintegração do petroleiro.

 

[Fotos: Bárbara Lemos]