O Sindipetro Litoral Paulista informou ontem que um petroleiro que atuava em empresa privada prestadora de serviço à Petrobrás, na plataforma de Mexilhão, na Bacia de Santos, morreu na terça, 30, em decorrência de negligência da companhia na atenção à saúde dos trabalhadores. O sindicato não informou o nome, a idade e a empresa do trabalhador.
“Na última quinta-feira (25) o petroleiro, operador de rádio em Mexilhão, foi desembarcado e levado ao hotel após ter apresentado sintomas semelhantes aos da Covid-19. No hotel, enquanto aguardava o resultado do teste, o monitoramento médico foi ineficiente segundo relatos. Em função do quadro, o trabalhador parou de se alimentar e uma amiga teve que levá-lo em carro particular até o hospital. A internação aconteceu no último sábado (27) e o óbito, causado por anemia profunda, ocorreu na terça-feira (30)”, registrou o Sindipetro-LP.
A entidade reforçou ainda que “a morte desse companheiro é resultante da omissão, da negligência e do descompromisso com a vida. Os embarcados de Mexilhão, tanto ativos quanto aposentados, estão em luto. O petroleiro era muito querido por todos e mesmo ganhando pouco construiu na casa dele um espaço para receber pessoas de outras cidades que iam para Macaé, local da residência, a serviço nas plataformas da Bacia de Campos e não cobrava nada por isso.”
Solidariedade do NF
Durante o programa NF ao vivo, na noite de ontem, o coordenador geral do Sindipetro-NF, Tezeu Bezerra, expressou em nome da entidade as condolências dos petroleiros e petroleiras da Bacia de Campos aos familiares, amigos e colegas de trabalho do petroleiro morto após desembarcar de Mexilhão. O sindicalista reforçou as críticas à negligência da gestão da Petrobrás nos cuidados à saúde e à segurança, apontando que isso reflete uma política de desprezo pelos trabalhadores.
“O cara desceu com sintoma de Covid e não teve o atendimento médico que deveria ter tido. Infelizmente é mais um trabalhador que está na contadessa gestão bolsonarista da Petrobrás […]. Quando morre um trabalhador é o ápice da nossa indignação. O sistema hoje do capital funciona exclusivamente para encher o rabo desses ricos acionistas que estão matando a nós, trabalhadores”, protestou Bezerra.