Petroleiros de PCH-2 relatam pendências da unidade

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Em atendimento a indicativo do Sindipetro-NF, petroleiros de PCH-2, unidade que sofreu incêndio no último dia 19, realizaram reunião setorial a bordo na noite do sábado, 5, e aprovaram documento que relata as condições inseguras da unidade.

Os petroleiros relataram 15 pendências graves de segurança, que expõem todos a riscos na unidade que, após inspeção da Marinha, voltou a operar.

Confira a íntegra do documento:

Ao Sindipetro Norte Fluminense,

Bacia de Campos, 05 de fevereiro de 2011.

Carta dos Petroleiros,

Nós residentes da Plataforma de Cherne 2 (PCH-2) utilizamos esta carta para
expor a todos os Petroleiros, um “sentimento” que não é novo e nem exclusividade nossa, mas que os últimos eventos estão fazendo ressoar uma mesma pergunta, em nossos cérebros e consciências: “Qual o grau de prioridade que a SEGURANÇA ocupa entre tantas prioridades, para a PETROBRÁS e seus representantes ?”.

No dia 19/01/2011 ocorreu um incêndio no módulo 5 de PCH-2 que provocou como
uma das suas conseqüências a interdição da plataforma (parada da produção) pela Marinha. Agora, passados alguns dias (13 dias), a plataforma recebeu da Marinha a autorização para retornar com a sua produção. Mesmo com a produção em valores percentuais pequenos, o “sentimento” que temos e que demonstramos através dos fatos relatados a seguir, é a de que a mentalidade predominante é a da não priorização das questões de “SEGURANÇA”. Vamos aos fatos informados:

1- O ESD-3, historicamente, em PCH-2, fica em ‘by-pass’;

2- O retorno da produção da plataforma foi realizado com um efetivo super-reduzido
(faltando 03 operadores de produção: 01 operador de licença médica e 02 operadores transbordados para PCH-1 por falta de vaga);

3- O SG-501 está sem a sinalização na ESC das XV’s, tendo que se confirmar no local a sua abertura/fechamento (apesar do número super-reduzido de operadores);

4- Durante o retorno da produção os instrumentos de segurança (PSHH, PSLL, etc) do SG-501/V-402/V-403 não estavam normalizados (normalizados após o retorno da
produção);

5- Header de teste estava sem a PSV (instalada após o retorno da produção);

6- O Sistema de Dreno Fechado (Sloop) está fazendo o descarte por mangote, direto
para o Oleoduto de P9;

7- O P-501 está operando com componentes de segurança (XV de entrada, PSHH) em override e sem as suas PSV’s;

8- Linha de água produzida dos separadores de produção e o SG-501, com baixa
espessura (com bacalhau e braçadeira);

9- Pediu-se a “colaboração” dos executantes para efetuar trabalhos sem análise de
simultaneidade e sem a permissão de trabalho;

10- O Sistema de Incêndio que foi reprovado através de RTI de 1994, e novamente em RTI de 2001, somente em 2005 teve o Anel de Incêndio substituído e em 2010 as
ADV’s condicionadas;

11- Sistema de Drenagem aberta da área dos separadores, das bombas de transferência e da chegada de óleo dos poços submarinos no cellar deck está obstruído ou com raquetes;

12- Operação do descarte de água do SG-502 A está operando em ”Manual” nos últimos 03 anos;

13- MB-501 A/B operando com as linhas de sucção e descarga com bandagens;

14- Válvula de carregamento do canhão Z-4701 (Oleoduto PCH-2 x PCH-1) com
pequena passagem, e com isso o operador tem de procurar um ponto em que a
válvula tenha vedação;

15- Algumas tubulações que ainda estão com o ‘reparo’ de bandagem, recebem a
pintura e passam a impressão de estarem sem a necessidade de conserto.

Todos os presentes ficaram fortemente preocupados com os relatos aqui descritos, e com a sensação do “sentimento” de que a SEGURANÇA estar relegada a 2º plano, é na verdade um fato real.