A categoria petroleira respondeu aos ataques que a Petrobrás vem sofrendo e aprovou por ampla maioria o manifesto contra o desmonte da empresa e do estado de Assembleia Permanente, nas assembleias realizadas de 16 a 17 de fevereiro.
Dessa vez a votação foi híbrida. Houve votação on line como já vinha ocorrendo e os petroleiros e petroleiras que estavam embarcados puderam realizar assembleias seguindo os parâmetros das reuniões, DDS e outras atividades realizadas a bordo. O prazo para envio de atas se encerrou às 12h de hoje.
O manifesto apreciado foi aprovado por 93,87% dos participantes, tendo a rejeição por 5,67% enquanto 0,46% se abstiveram. Já o estado de assembleia permanente teve 95,87% de aprovação, enquanto 1,53% rejeitaram e um índice de 2,6% de abstenção.
Leia abaixo o manifesto na íntegra ou clique em https://sindipetronf.org.br/manifesto-contra-o-desmonte-da-petrobras/
Manifesto dos Petroleiros e Petroleiras do Norte Fluminense
Nós, petroleiros e petroleiras do Norte Fluminense, denunciamos neste manifesto que o Povo Brasileiro está sendo assaltado pela atual gestão da Petrobrás aliada ao governo federal.
Começou em 2016 um processo de desmanche da Petrobrás, impedindo a geração de empregos, fazendo a renda dos trabalhadores cair, e minimizando a arrecadação dos estados e municípios. Tudo isso só piorou no governo Bolsonaro.
Nos últimos 2 anos 36 unidades da Petrobrás foram doadas à iniciativa privada, a preço irrisório, algumas por menos que o valor de um apartamento, exportando para fora do país emprego e renda. Isso deteriora as cidades. A cidade de Macaé que já chegou a ter mais de 10 bases da Petrobrás, atualmente conta com somente 3.
Tudo isso fruto de roubo do patrimônio público.
A gestão Castelo Branco acelera a saída da Petrobrás da área de refino, fazendo da Petrobrás a única empresa de petróleo que não quer ter refinarias nem postos de combustíveis. Nos últimos dias venderam a RLAM, segunda maior refinaria do Brasil, por menos da metade do seu valor.
Manifestamos nosso total apoio à greve dos petroleiros e petroleiras da RLAM na greve contra a sua privatização!
Importantes campos de produção na Bacia de Campos tem suas vendas anunciadas, com o falso argumento da necessidade de dinheiro para investir em outras áreas. Nos que ficam, petroleiros terceirizados tem seus salários achatados ao mínimo, corte de planos de saúde e precarização das condições de trabalho. Colocam em risco a vida de milhares de petroleiros ao substituir os operadores de lastro das plataformas por oficiais da Marinha Mercante que desconhecem a operação, só para agradar os militares do governo Bolsonaro. Esta mesma gestão mata trabalhadores ao descumprir recomendações de combate à Covid-19, e agora anuncia um “projeto piloto” de terceirização de tudo a bordo de P-48 e P-62.
Denunciamos também a forma covarde com que a Petrobrás assaltou os salários dos nossos aposentados e pensionistas no início deste ano. Trabalhadores que deram o seu sangue e suor pela empresa tiveram descontos abusivos sobre um suposto saldo devedor prescrito, ocasionando contracheques zerados ou com valores mínimos.
Exigimos transparência nos valores descontados!
Hora da reorganização.
Após uma grande greve no início de 2020 a pandemia assolou o nosso país e de forma brutal a nossa categoria. Mas este ano os petroleiros e petroleiras do Norte Fluminense iniciam uma nova organização, para defender não somente seus empregos, mas também uma Petrobrás que respeite os trabalhadores, e que atue de forma a priorizar os interesses do seu principal acionista: O Povo brasileiro!
#Petrobrasfica