A gestão Castello Branco colocou à venda 26 campos de produção de petróleo no Rio Grande do Norte (23 marítimos e 3 terrestres), a Refinaria Potiguar Clara Camarão, no Polo de Guamaré, e todos os ativos do Polo Potiguar, que compreende três subpolos: Canto do Amaro, Alto do Rodrigues e Ubarana. Isso significa a saída da Petrobrás de mais um estado do Nordeste, impactando a economia local e gerando mais desemprego.
Pelo twitter, a governadora do estado, Fátima Bezerra, informou que não foi sequer comunicada do fato e que convocará “uma reunião de urgência com a nossa bancada federal e solicitarei uma audiência junto à diretoria da Petrobras”.
O senador Jean Paul Prates (PT/RN), presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Petrobras, também denunciou que “a venda dos principais ativos da Petrobras nos estados está sendo feita sem NENHUMA tratativa com os governos estaduais ou a sociedade”. “Não podemos permitir que a PETROBRÁS venda tudo e saia do Rio Grande do Norte. Isso não é matéria ideológica ou de opinião, muito menos de “pagar pra ver” se o investimento privado dará conta dos seus atuais compromissos com a sociedade do RN”, afirmou em sua conta no twiiter.
Em nota, o Sindipetro-RN alerta que “milhares de postos de trabalho proprios e terceirizados diretos e indiretos já foram ceifados e agora com mais esse golpe outros milhares de empregos serão perdidos e cerca de 1000 trabalhadores próprios serão impactados diretamente com transferências e demissões involuntárias”.
O diretor do sindicato, Rodolpho Vasconcelos, convoca a sociedade organizada a somar força na luta pela manutenção da Petrobrás no estado:
Leia a íntegra da nota do Sindipetro-RN:
A Diretoria Colegiada do SINDIPETRO-RN, como representante da categoria petroleira no Rio Grande do Norte, vem a público manifestar indignação e denunciar mais uma vez a decisão criminosa e irresponsável da gestão bolsonarista da Petrobrás, executada pelo senhor Castello Branco, em colocar à venda as participações do conjunto de vinte e seis concessões de campos de produção terrestres e de águas rasas, localizadas na Bacia Potiguar, denominadas de Polo Potiguar.
Caso isso venha se concretizar, isso significa dizer que serão vendidos quase todos os ativos produtivos remanescentes e, logo logo, não existiria mais Petrobrás em nosso Estado.
Na avaliação do Sindicato, ao ceder direitos de exploração de campos de petróleo e de alienar ativos do Rio Grande do Norte a economia potiguar, que já foi enfraquecida pelas vendas anteriores, sofrerá um impacto ainda maior, com graves consequências no âmbito econômico, político, social, cultural e ambiental com destaque para a perda de receitas, royalties e projetos voltados a ações de cidadania e, principalmente, a perda de empregos num momento em que a economia do país está arrasada devido a pandemia do Covid-19.
Diante de tudo isso, a decisão da gestão bolsonarista da Petrobrás foi recebida pela categoria e pelo povo potiguar com imensa insatisfação e indignação.
Desde que começou a sanha entreguista e abandono das suas atividades no RN, milhares de postos de trabalho proprios e terceirizados diretos e indireros já foram ceifados e agora com mais esse golpe outros milhares de empregos serão perdidos e cerca de 1000 trabalhadores próprios serão impactados diretamente com transferências e demissões involuntárias.
Com essa venda, a Petrobrás deixará de exercer um papel fundamental no desenvolvimento econômico do Estado. Isso trará grande repercussão no índice de empregabilidade e nas compras de produtos e serviços, no fomento a inovação tecnológica, e na função estruturante do processo de desenvolvimento do estado.
Tais ações, na visão do Sindicato de Petroleiros e Petroleiras do Rio Grande do Norte, miram a privatização por completo da Companhia e atendem a interesses estranhos à soberania nacional.
O movimento sindical petroleiro está marchando cada vez mais unido e quer fazer uma aliança com o povo brasileiro contra os entreguistas neoliberais encastelados na gestão da Empresa.
O SINDIPETRO-RN, não aceita que depois de 47 anos extraindo bilhões em riquezas do subsolo potiguar, a gestão bolsonarista da Petrobrás simplesmente abandone o nosso estado a propria sorte no momento em que mais estamos precisando e, neste sentido, também cobra mais uma vez atitudes firmes e urgentes de toda a classe politica e da sociedade potiguar em todos os níveis para barrar esse processo.
A categoria petroleira está atenta aos movimentos que vêm sendo realizados por essa gestão liquidacionista da Petrobrás e continuará lutando contra mais esse crime de lesa-patria cometido por gente descompromissada com os trabalhadores e trabalhadoras e, sobretudo, com o presente e o futuro da nação.
A Petrobrás precisa ficar no RN e o petróleo tem que continuar a ser do povo brasileiro. Avante povo potiguar!
Rafael Matos de Souza
Coordenador Geral Interino do SINDIPETRO-RN
Diretoria Colegiada do SINDIPETRO-RN