A categoria petroleira no Norte Fluminense começou, às 23h de ontem, uma greve de 48 horas contra a Reforma da Previdência, o corte de direitos dos trabalhadores e o desmonte da Petrobrás. O Terminal de Cabiúnas, em Macaé, cortou rendição e os petroleiros estão concentrados do lado de fora da unidade. Plataformas também integram o movimento, com 33 unidades. Bases administrativas e aeroportos receberam atos organizados pelo Sindipetro-NF e movimentos sociais.
A greve faz parte do dia de protestos chamado em todo o País pelas centrais sindicais, nesta semana em que o Congresso Nacional pode votar a Reforma da Previdência. Para os petroleiros, além das reformas, as ameaças de cortes de direitos também vêm da própria Petrobrás — entre elas a tentativa de anulação do pagamento das horas extras sobre o Repouso Remunerado, que tem julgamento de Ação Rescisória nesta terça, 20, no Tribunal Superior do Trabalho.
Presente nesta manhã em um grande ato em Cabiúnas, base da Transpetro em Macaé, o coordenador geral do Sindipetro-NF, Tezeu Bezerra, informou que 600 trabalhadores se concentraram no portão principal e outros 80 no portão do turno.
“O pessoal está tranquilo, aderiu ao movimento, fazendo a luta que a gente se propôs a fazer contra a Reforma da Previdência, contra o corte de direitos, contra essa tentativa da Petrobrás de tirar direitos do Repouso Remunerado, assim também contra a paralisação das atividades da Rlam [Refinaria Landulpho Alves, na Bahia]”, disse Tezeu.
Também em Cabiúnas, o coordenador geral da FUP (Federação Única dos Petroleiros), José Maria Rangel, falou aos trabalhadores sobre os ataques sofridos pela Petrobrás, esclarecendo que, ao contrário do que costuma ser divulgado, eles não vieram apenas dos casos de corrupção na empresa.
“O que a Petrobrás passou e todas as demais empresas de petróleo passaram foi fruto da queda brutal do valor do barril. Isso levou todas as empresas a refazerem seus planejamentos, a reverem seus investimentos. E eles, com o discurso da moralidade, pregam que foi a corrupção que acabou com a Petrobrás, que os governos do PT é que acabaram com a Petrobrás”, afirma José Maria.
O coordenador da Federação lembrou ainda que “em 60 anos, essa empresa teve dois grandes momentos: a descoberta da Bacia de Campos, no Regime Militar, e a descoberta do pré-sal, no governo do PT. E o modelo que hoje toma conta da Petrobrás nunca descobriu nada”.