Nesta quarta-feira, 25, quando completa uma semana da morte do montador de andaimes Reginaldo Saraiva de Souza, vítima de uma explosão ocorrida na Revap (em São José dos Campos), os petroleiros se manifestaram em diversas bases do Sistema Petrobrás, exigindo um basta à insegurança crônica que mata, mutila e adoece os trabalhadores. As mobilizações foram convocadas pela FUP e contou com a adesão de milhares de petroleiros próprios e terceirizados, que atrasaram o expediente nas unidades de refino, produção, administrativa e Transpetro. Em São José dos Campos, onde ocorreu o acidente que matou um trabalhador e feriu outros dois, o sindicato local também realizou um ato nesta quarta por condições seguras de trabalho
Além de cobrarem mudanças na gestão de SMS, recomposição dos efetivos próprios e condições decentes e seguras de trabalho, os petroleiros das bases da FUP repudiaram a nomeação do ex-presidente da Petrobrás, Henri Phillip Reichstul para a polêmica Câmara de Gestão, que irá assessorar o governo no controle e redução de gastos públicos.
Foi na gestão de Reichstul que ocorreram os maiores e mais emblemáticos acidentes da história da Petrobrás, como o afundamento da P-36, que causou a morte de 11 trabalhadores, e os vazamentos na Baía de Guanabara e nos Rios Iguaçu e Barigui, no Paraná, onde mais de seis milhões de litros de óleo foram derramados. No período em que permaneceu na empresa, 76 petroleiros morreram em acidentes de trabalho. Reichstul foi escolhido a dedo pelos tucanos e demos para levar adiante o projeto de privatização da Petrobrás. Além de tentar mudar o nome da empresa para Petrobrax, ele retalhou a estatal em 40 unidades autônomas de negócio; entregou parte de seus ativos para multinacionais, como a Repsol/YPF; tentou privatizar as FAFENs e outras refinarias, congelou salários e atacou direitos dos trabalhadores.
Nas mobilizações desta quarta-feira, os petroleiros deixaram claro que Henri Phillip Reichstul é persona non grata e que sua presença na ante-sala da presidenta Dilma Rousseff é uma afronta à categoria.
Veja abaixo como foram as mobilizações de norte a sul do país, nas bases da FUP:
Amazonas – em Manaus, houve atraso de duas horas na entrada do expediente do turno da Reman. Cerca de 600 trabalhadores próprios e terceirizados aderiram à mobilização. O ato teve apoio dos Sindicatos da Construção Civil e dos metalúrgicos da região.
Ceará – a manifestação foi realizada na base de Paracuru, com participação de trabalhadores próprios e terceirizados, que atrasaram o embarque às plataformas. O Sindipetro-CE concentrou as mobilizações na base de Paracuru, devido ao grande prejuízo que os trabalhadores do E&P sofreram na gestão do Reichstul.
Rio Grande do Norte – o Sindipetro-RN está realizando assembléias com concentrações até sexta-feira, 27, em todas as bases de produção, nas unidades administrativas e nos embarques para as plataformas.
Pernambuco e Paraíba – as mobilizações foram realizadas em Suape, na Refinaria Abreu e Lima e no Gasoduto de Jaboatão, envolvendo cerca de 500 trabalhadores próprios e terceirizados. No Terminal de Suape, houve atraso de três horas na entrada do expediente, com total adesão dos trabalhadores do administrativo e corte na rendição do turno.
Bahia – as mobilizações ocorreram na Rlam, Fafen e em Taquipe, onde cerca de 2.000 trabalhadores participaram do ato. O movimento de atraso na entrada do expediente teve inicio às 6h, com total adesão dos trabalhadores próprios e terceirizados.
Minas Gerais – houve atraso de 1 hora na entrada do expediente da Regap. A mobilização teve adesão de 80% dos trabalhadores do turno e 60% do administrativo.
Duque de Caxias – na Reduc, houve atraso de 40 minutos na entrada do expediente, com participação total dos trabalhadores do turno.
Unificado de São Paulo – as mobilizações foram realizadas na Replan e na Recap, com participação de cerca de sete mil trabalhadores. Nas duas refinarias, petroleiros próprios e terceirizados aderiram ao movimento. O atraso na entrada do expediente foi de duas horas. Os atos tiveram o apoio dos trabalhadores da construção civil de São José dos Campos, onde ocorreu o acidente na REVAP. O Sindicato dos Metalúrgicos e dos Químicos de Campinas também apoiaram o ato dos petroleiros.
Paraná – na Repar, houve atraso de uma hora e meia na entrada do expediente e panfletagem nas demais bases e em Santa Catarina