Petroleiros fazem mobilização nacional por condições seguras de trabalho e em memória das vítimas de acidentes

Desde a zero hora desta segunda-feira, 28, os trabalhadores próprios e prestadores de serviço do Sistema Petrobrás realizam uma série de mobilizações pelo Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho.  No Norte Fluminense, petroleiros de 29 plataformas interromperam a emissão e requisição de Permissões de Trabalho por 24 horas, mantendo apenas as atividades essenciais. Pela manhã, o Sindipetro-NF realizou uma grande manifestação em frente à sede administrativa da Petrobrás em Macaé, na Praia Campista. Os trabalhadores expuseram 96 cruzes durante o ato, em memória de todas as vítimas de acidentes fatais ocorridos na Bacia de Campos nos últimos dez anos.

No Sindipetro Unificado do Estado de São Paulo, as mobilizações por condições seguras de trabalho seguem até amanhã, dia 29, envolvendo também os trabalhadores terceirizados. Nesta segunda, os petroleiros da Recap, em Mauá, atrasaram em duas horas a troca do turno da manhã na refinaria, que contou com participação do administrativo e dos terceirizados. Houve também atrasos na troca de turnos dos terminais de Guararema e Barueri, além de diversas mobilizações nos Terminais do Osbra, onde os trabalhadores denunciam irregularidades no atendimento da AMS. Amanhã, haverá atrasos na Replan e no Terminal de São Caetano do Sul, dando continuidade às manifestações em memória das vítimas de acidentes e doenças do trabalho nas unidades do Sistema Petrobrás.

No Rio Grande do Norte, as mobilizações iniciadas hoje, 28, continuam até o dia Primeiro de Maio. As plataformas marítimas abriram as manifestações nesta segunda-feira, cobrando condições seguras de trabalho para todos os petroleiros da região, sejam eles próprios ou terceirizados. Os trabalhadores dos campos de produção de Mossoró também realizaram vários atos exigindo mudanças nas políticas de SMS e de Terceirização.

No Paraná e em Santa Catarina, os trabalhadores da SIX, da Repar e dos terminais da Transpetro realizaram atrasos na rendição do turno, que contou com 100% de adesão da operação e participação também do pessoal do administrativo.

As mobilizações por condições seguras de trabalho nesta segunda-feira, 28, seguiram pelas demais bases da FUP.  Na Regap (Minas Gerais) e na Reman (Amazonas), houve atraso de 1 hora na rendição do turno. Na Bahia, os trabalhadores da Rlam e da Transpetro participaram de um ato pela manhã no Trevo da Resistência, em Mataripe. Na Reduc, os petroleiros fizeram uma concentração de 1 hora no início do expediente. Em Pernambuco, os petroleiros do Terminal de Suape e do gasoduto de Paratibe atrasram em uma hora a troca de turno. Em Suape, houve participação dos trabalhadores da Perbras e na Paraíba, dos trabalhadores do Terminal de Cabedelo.

Todas as manifestações realizadas nesta segunda-feira, 28, denunciaram a ineficiência da política de segurança da Petrobrás, onde já ocorreram 266 óbitos de trabalhadores desde 1995. Entre as vítimas, 215 eram prestadores de serviço. Os petroleiros que escapam da morte sofrem mutilações, queimaduras e doenças que comprometem sua saúde física e psíquica. As causas são sempre as mesmas: condições diferenciadas de trabalho, sobrecarga, multifunção, metas a cumprir, redução de custos, desrespeito às normas de segurança e legislações trabalhistas…

As diretrizes de segurança da Petrobrás só existem no papel e estão na contramão das propostas e reivindicações da categoria petroleira, que exige mudanças urgentes nas políticas de SMS e de Terceirização