De norte a sul do país, os trabalhadores do Sistema Petrobrás atenderam ao chamado da FUP e aprovaram em assembléias as mobilizações indicadas para esta quarta-feira, 18, e o próximo dia 02. No Norte Fluminense, Duque de Caxias, São Paulo (Campinas, Mauá e terminais), Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais, Espírito Santo, Ceará, Rio Grande do Norte, Amazonas, Pernambuco, Paraíba e Bahia, a categoria suspenderá por 24 horas a emissão de Permissões de Trabalho (PTs). A FUP orienta os trabalhadores a denunciarem ao sindicato as tentativas de emissão de PT insegura por parte das gerências. Qualquer incidente provocado por este tipo de atitude da chefia também deve ser relatado ao sindicato.
Na Regap, operação padrão já começou
Em Minas Gerais, os petroleiros da Regap estão realizando o movimento Hora Cheia, com operações padrões a cada hora, desde a manhã de segunda-feira (16). A mobilização prosseguirá até as 23h30 desta quarta-feira (18), com participação do turno e dos trabalhadores do regime administrativo.
Corte de rendição na Replan e nos terminais de Barueri e Guarulhos
Na Replan e nos terminais de Barueri e Guarulhos, bases do Sindipetro Unificado-SP, os trabalhadores aprovaram cortar a rendição dos turnos, além de suspender por 24 horas as emissões de PTs. Os trabalhadores da Replan, em Campinas, já iniciaram nesta terça (17) à noite o corte de rendição, suspendendo a partida da unidade de craqueamento. Além da mobilização pela PLR e condições seguras de trabalho, os petroleiros da refinaria estão lutando contra a ameaça da Petrobrás de retirar o extraturno dos trabalhadores que foram admitidos após 1999. Os petroleiros aprovaram uma greve de cinco dias na Replan, a partir do dia 02 de março (data da outra mobilização nacional indicada pela FUP), se a empresa não recuar em mais este ataque contra os direitos da categoria.
Na Bacia de Campos, mobilização intensificada pela luta por segurança nos vôos
Em pelo menos 23 plataformas da Bacia de Campos, os trabalhadores intensificarão a mobilização indicada pela FUP, agregando também a luta por segurança nos vôos. Os petroleiros do Norte Fluminense estão em campanha permanente para por um fim aos constantes acidentes e incidentes com aeronaves que transportam os trabalhadores para as plataformas da região. São 97 vôos diários, com embarques e desembarques de petroleiros em Macaé e Campos, cujas condições de insegurança são rotineiramente denunciadas pelo Sindipetro-NF. Nesta quarta, a categoria suspenderá por 24 horas a emissão de PTs, cobrando, mais uma vez, da Petrobrás respeito à vida dos trabalhadores e a abertura imediata das negociações da PLR.
Orientações da FUP para a mobilização desta quarta
– Não planejar, não emitir, não executar, não acompanhar, não requisitar e não liberar PT
– Não executar PT´s emitidas por superiores hierárquicos
– Não acompanhar Permissões de Trabalho Temporárias emitidas anteriormente
– Transferir o planejamento da PT’s previstas e suas recomendações adicionais para o fim da mobilização
– Não executar PT´s emitidas por superiores hierárquicos
– Não acompanhar Permissões de Trabalho Temporárias emitidas anteriormente
– Transferir o planejamento da PT’s previstas e suas recomendações adicionais para o fim da mobilização
Mobilização continua no dia 02/03
A luta pela PLR, pelo cumprimento dos acordos e por condições seguras de trabalho para todos os petroleiros continua, com uma nova mobilização nacional no dia da 02 de março. Dia 04, o Conselho Deliberativo da FUP reúne-se para avaliar o quadro nacional das mobilizações e discutir novos encaminhamentos.
- 18/02: 24 horas sem emissão de PTs
- 02/03: Mobilização nacional com atos e atrasos
- 04/03: Conselho Deliberativo da FUP
FUP apresenta à Petrobrás propostas para uma política de SMS que defenda o trabalhador
Nesta terça-feira, 17, a FUP e seus sindicatos participaram da primeira reunião deste ano da Comissão Nacional de SMS. A Federação ressaltou que as Permissões de Trabalho (PTs) não podem continuar a ser simplesmente uma ordem de serviço burocrática e devem, sim, agregar valor de segurança às atividades executadas na Petrobrás, protegendo o trabalhador de acidentes e exposições a riscos.
A FUP apresentou propostas para uma política de SMS, que de fato tenha por foco a saúde e a segurança do trabalhador. A Federação defende que a Petrobrás valorize as CIPAs e as Comissões Locais de SMS, focando suas diretrizes de segurança na prevenção e no treinamento do trabalhador. A FUP também cobrou explicações sobre os acidentes fatais ocorridos este ano no Espírito Santo e no Rio Grande do Norte. A Petrobrás informou que os relatórios das comissões de investigação serão ainda apresentados à direção da empresa.
Outra cobrança da FUP foi em relação às pendências do Acordo Coletivo relacionadas ao SMS, como a implementação das Comissões Locais e a reunião anual dos presidentes e vice-presidentes das CIPAs. A Petrobrás informou que já enviou a todas as unidades da empresa um DIP conjunto do RH e do SMS, orientando sobre a implantação das Comissões Locais de SMS e que, portanto, todas as gerências estão cientes sobre a importância da constituição destas comissões. A Petrobrás também informou que o encontro anual dos presidentes e vice-presidentes de CIPAs da empresa ocorrerá entre março e abril, no Rio de Janeiro. A empresa se comprometeu ainda a apresentar à FUP e sindicatos, na próxima reunião da Comissão (prevista para a primeira quinzena de abril), propostas para os programas de valorização do brigadistas e de readaptação dos marítimos para atividades em terra.
18 trabalhadores mortos em 2008
A Petrobrás apresentou à FUP e sindicatos a relação dos acidentes fatais de 2008. Segundo a estatística apresentada pela empresa, 18 trabalhadores morreram em acidentes de trabalho ocorridos na companhia, em conseqüência de uma política de SMS falha e obsoleta. Os dados que a FUP tinha até então eram referentes a 15 mortes por acidentes típicos de trabalho em 2008. A Federação voltou a exigir mudanças estruturais na política de SMS, apresentando às gerências da Petrobrás uma série de propostas que têm como eixo a defesa da saúde e segurança do trabalhador, com foco no chão da fábrica e não nos atuais critérios comportamentais, cujas diretrizes só existem no papel.
FUP cobra explicações sobre morte em Guarulhos
A FUP cobrou explicações da Petrobrás sobre a morte de um trabalhador terceirizado, após sofrer um infarto no último dia 11, no Terminal de Guarulhos, em São Paulo. O trabalhador, de apenas 32 anos, apesar de socorrido pelos companheiros, ficou 45 minutos aguardando uma ambulância. Além da lentidão do atendimento médico dentro do terminal, a ambulância não tinha qualquer equipamento de UTI ou sequer um desfibrilador. O Sindipetro Unificado-SP cobrou a instauração de uma comissão de apuração e denunciou que o ambulatório do Terminal de Guarulhos tem várias deficiências. A Petrobrás informou que o terminal tem desfibrilador, mas que, por falta de treinamento dos profissionais que prestam socorro, o equipamento ainda não está sendo utilizado. A FUP cobrou providências imediatas da empresa para resolver esta questão, voltando a denunciar que a redução de custos em treinamentos e outros direitos dos trabalhadores expõem ainda mais a categoria a riscos.