Imprensa da FUP – Os representantes dos Sindicatos filiados à FUP estiveram em Curitiba na última semana para traçar novas estratégias de luta contra a privatização do Sistema Petrobras e garantir a democracia no país. O Conselho Deliberativo indicou a realização de assembleias setoriais a partir desta segunda-feira, 16, para que os sindicatos discutam com os petroleiros a gravidade política do atual momento e ações para barra o endurecimento dos ataques contra a classe trabalhadora e a soberania nacional.
No calendário de lutas definido pela FUP e seus sindicatos, estão assembléias entre os dias 30 de abril e 12 de maio para levar à categoria o indicativo de aprovação de uma greve nacional contra as privatizações do Sistema Petrobrás e as retiradas de direitos dos trabalhadores próprios e terceirizados, além da defesa da democracia e da liberdade do ex-presidente Lula.
Foi também deliberado que os petroleiros continuem mobilizados em Curitiba, participando da vigília montada no acampamento Lula Livre, nas proximidades da Polícia Federal, onde o ex-presidente está detido, desde a decretação de sua prisão política. A FUP e seus sindicatos participarão ainda das atividades nacionais do Congresso do Povo, organizado pela Frente Brasil Popular, a ser realizado ainda neste semestre.
Leia abaixo a convocatória da FUP:
Petroleiros e Petroleiras rumo à greve
O Brasil vive tempos sombrios. O GOLPE semeou o ódio, aflorou o fascismo, rasgou a CLT, está entregando nosso petróleo e nossa água, rasgou a Constituição e fez o primeiro preso político pós 64: Luiz Inácio LULA da Silva. Assim como na ditadura, mais uma vez, as forças antidemocráticas e antipovo querem destruir a Petrobrás, com o mesmo discurso de sempre: combate à corrupção.
Em menos de dois anos, já foram privatizados 29 ativos do Sistema Petrobrás, durante a gestão golpista de Pedro Parente. É o caso da Liquigás, da Petroquímica Suape, das Térmicas Rômulo Almeida e Celso Furtado, da Nova Transportadora do Sudeste (NTS) e da Gaspetro, além dos campos de produção de Carcará, Parque das Conchas, Roncador, Lapa; das sondas P-03, P-10, P-14, P-17, P-23, P-59, P-60, entre outros. Mais 20 ativos estão em fase final de negociação para entrega, como as Fafens, a PBIO, o Campo de Baúna, campos terrestres, campos em águas rasas e a Transportadora Associada de Gás (TAG).
O desmonte também prevê o sucateamento e desvalorização das plantas do Sistema Petrobrás. A redução de efetivo no período de 2014 a 2017 foi de quase 270 mil trabalhadores. Os efetivos sofreram uma redução de 23 mil empregados próprios e de quase 240 mil terceirizados, o que agravou o número de acidentes de trabalho. A empresa já anunciou a pretensão de voltar a impor a multicarreira, que no passado levou ao trágico acidente da P-36.
Soma-se a isso as ameaças contra a AMS, através da resolução 23 do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, que “estabelece diretrizes e parâmetros para o custeio das empresas estatais federais sobre benefícios de assistência à saúde aos empregados”. Isso significará que os novos empregados não terão mais acesso à AMS e os antigos podem perder o benefício no curto prazo, como prevê seu Art. 17, onde está posto que “as empresas que estiverem operando seus benefícios de assistência à saúde em desacordo com o previsto nesta Resolução deverão se adequar em até quarenta e oito meses”.
Outro ataque grave aos petroleiros é o processo desumano que está sendo o Equacionamento do Plano Petros 1. Junto disto, estão as privatizações, as demissões e a entrega das riquezas do país para o mercado internacional.
A prisão de Lula é uma peça central neste jogo e faz parte do pacote de maldades contra a classe trabalhadora. Para o coordenador geral da FUP, José Maria Rangel, esse ataque representa a perda de 13 anos de conquistas. “Os golpistas estão acabando com nossa soberania, e fizeram tudo isto com Lula solto. Imagine agora com ele preso, o que serão capazes de fazer com nosso país e com a classe trabalhadora?”, destacou, convocando a categoria para o embate: “venha para luta junto conosco, não existe saída individual para este problema”.
Manifesto Petroleiro
A direção da FUP e seus Sindicatos elaboraram um manifesto a ser distribuído para toda a categoria para denunciar aos petroleiros e a toda sociedade o que está sendo feito pelos golpistas com a maior empresa do Brasil e sua força de trabalho.